O lado nada cor-de-rosa do sal do Himalaia


Hype! O sal do Himalaia, aquele de cor rosada, é um condimento muitas vezes considerado um sal gourmet. Mas ele está muito longe de ser o produto limpo e natural que pensamos que é.

Embora possa de fato ter propriedades nutricionais e medicinais, existem alguns motivos pelos quais você vai querer parar de consumir o sal rosa do Himalaia.

Todos falam muito dos benefícios, inclusive nós, mas a verdade precisa ser dita. Além de ser um produto caro, a extração do sal do Himalaia envolve problemas que precisam ser considerados, para que você possa avaliar o custo-benefício de usá-lo.

Confira!

De onde é extraído o sal rosa do Himalaia?

Na verdade, o sal rosa do Himalaia é extraído da mina de sal Khewra, no Paquistão e não no Himalaia, como o nome indica.

Isso envolve o uso de métodos convencionais de mineração (com impactos ambientais associados, incluindo danos locais causados pela dragagem, limpeza, nivelamento e escavação das minas e emissões de gases de efeito estufa) para extrair um recurso não-renovável.

Junte-se a isso a falta de segurança típica da mineração tradicional e obsoleta, com um tanto de exploração humana envolvida.

É um recurso que acaba

O sal do Himalaia é um recurso finito e não renovável que se estima ter se formado há 800 milhões de anos.

Apesar das estimativas de que as reservas de sal estão na casa dos milhões de toneladas, uma vez esgotadas, elas desaparecerão.

Quanto mais longe pior

Também chamado de Himalayan Rock Salt, este é um condimento que precisa viajar cerca de 14.000 quilômetros de sua fonte no Paquistão até as mesas de jantar no Brasil, por exemplo.

O que é chamado de “milha de alimentos“.

Essas milhas de alimentos podem corresponder à mais emissões de gases de efeito estufa.

Como alguns sabem, um dos mandamentos do consumo consciente é o conceito do quilômetro zero, ou seja, comprar o produto quanto mais próximo possível do seu local de produção, pois longas distâncias implicam maiores emissões.

Não é o único sal disponível

O sal do Himalaia contém minerais como

  • enxofre;
  • magnésio;
  • potássio;
  • e cálcio

que simplesmente não estão presentes no sal marinho comum.

Mas, existem outros tipos de sais que contêm esses e outros minerais. O ideal é consumir o tipo de sal disponível no local onde você mora.

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Aparência

A cor rosa do sal do Himalaia é um diferencial que chama atenção.

Mas existem vários outros sais produzidos em diversos locais que também têm cores lindas! Por exemplo? O sal cinza da Grã Bretanha, cuja colheita é feita à mão como na mais antiga tradição das populações locais. Esse sal é rico em cálcio, potássio, magnésio, ferro, manganês e zinco.

Mas só vale a pena comprá-lo se você morar ou estiver perto da França.

E atenção a alguns sais que são artificialmente coloridos. Leia sempre o rótulo.

Sabor

Claro que o sabor é insubstituível. O sal rosa do Himalaia tem um sabor todo seu,  mas mesmo assim, há vários sais que também são muito saborosos.

Já tentou experimentar outros tipos de sais?

Se você procura um sal mineral, vale a pena pesquisar tipos de sais produzidos no local onde você mora.

Ademais, você pode preparar o seu próprio sal, colocando as ervas aromáticas da sua preferência, fazendo em casa um sal de ervas, muito saboroso e nutritivo.

Por exemplo, na ilha de Gozo em Malta, famosa por suas salinas, especialmente a salina de Xwejni, é tradição comprar um sal preparado por eles que contém ervas locais (mediterrâneas), inclusive com tomate seco que é uma outra tradição de cultivo local.

O importante nessa história é valorizar o produto local, de onde você mora, e não comprar um produto que vem de longe que, para chegar até o consumidor perdeu todo o seu sentido ambiental, ecológico ou natural, que faz dele um produto “especial”.

Assista ao vídeo abaixo para se aprofundar sobre o tema.

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Lara Meneguelli


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