Contra o câncer, caminhada e yoga reduzem o risco de propagação e reincidência


Três estudos recentemente apresentados na reunião anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO) reforçam as evidências de que a prática regular de caminhada ou yoga pode ter benefícios significativos para pacientes com câncer. Essas pesquisas destacam a importância da atividade física na redução da fadiga, prevenção da propagação da doença e melhorias na qualidade de vida.

O primeiro estudo, conduzido pelo Centro Médico da Universidade de Rochester, examinou o efeito da yoga na inflamação em mais de 500 pacientes com câncer que já haviam passado por tratamentos. Os participantes foram randomizados para praticar yoga ou frequentar aulas de educação em saúde por um mês. Após o período de intervenção, os pacientes que praticaram yoga apresentaram níveis significativamente mais baixos de marcadores pró-inflamatórios em comparação com o grupo de controle. Isso sugere que a yoga pode reduzir a inflamação entre os sobreviventes de câncer, o que é muito importante, pois a inflamação pode desempenhar um papel  significativo no desenvolvimento e propagação do câncer.

O segundo estudo, também realizado pelo Centro Médico da Universidade de Rochester, focou no impacto da yoga na fadiga e qualidade de vida em pacientes idosos com câncer. Cento e setenta e três pacientes com mais de 60 anos foram divididos em dois grupos, um praticando yoga e o outro participando de aulas de educação em saúde. Após quatro semanas de intervenção, os participantes do grupo de yoga experimentaram alívio da fadiga e relataram uma melhor qualidade de vida em comparação com o grupo de controle.

Um terceiro estudo, liderado pela Dra. Jurema Telles de Oliveira Lima, do Instituto de Medicina Integral do Brasil, envolveu mais de 2.600 pacientes com câncer. Os participantes foram classificados com base em seus níveis de atividade física, com “ativo” sendo definido como aqueles que realizavam pelo menos uma caminhada de 30 minutos, cinco dias por semana. Os resultados mostraram que os pacientes ativos tinham um risco reduzido de morte em comparação com aqueles que levavam um estilo de vida sedentário. Após 180 dias, a taxa de sobrevivência foi significativamente maior no grupo ativo, destacando o impacto positivo da atividade física regular na sobrevida dos pacientes com câncer.

Descanso e repouso? Não!

Essas descobertas têm implicações importantes para a prática clínica e destacam a mudança de paradigma em relação à atividade física para pacientes com câncer. Anteriormente, muitos profissionais de saúde recomendavam descanso e inatividade após o tratamento do câncer, mas agora há um consenso crescente de que os pacientes devem ser encorajados a retomar gradualmente a atividade física, como caminhadas e yoga, para melhorar seu bem-estar físico e mental.

Portanto, a caminhada regular e a prática de yoga podem ser consideradas como opções terapêuticas complementares para pacientes com câncer, auxiliando na redução da fadiga , inflamação e risco de propagação da doença, além de melhorar a qualidade de vida.

É importante que os médicos e profissionais de saúde estejam cientes desses benefícios e orientem os pacientes sobre como incorporar atividades físicas adequadas em seu plano de cuidados. Não precisa ser necessariamente yoga ou caminhada. O importante é a atividade física, e claro que cada caso é um caso, portanto, peça conselho ao seu médico.

Fonte: The Guardian

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Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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