O triunfo da ciência contra os negacionistas: começa a vacinação no Brasil


Ainda que tenhamos poucas doses da vacina produzida pelo Instituto Butantan, nesse domingo demos um passo importante à imunização nacional, que de fato espera-se ser efetivada pelo Ministério da Saúde sem politicagem.

O mundo inteiro assistiu atônito ao pico de desespero que a pandemia provocou no país com a falta de oxigênio no Amazonas, o que deu um sinal de alerta para toda a população sobre o risco de o problema também se agravar em outros estados.

Após a disputa política em torno da vacinação no Brasil entre o presidente Jair Bolsonaro e o governador de São Paulo, João Doria, a ciência foi quem venceu sobre a irracionalidade dos negacionistas.

O jornal The Guardian publicou uma notícia, cuja manchete é “o triunfo da ciência contra os negacionistas”, destacando que o governo paulista derrotou o governo federal ao garantir as primeiras doses de vacinas contra o coronavírus.

O fato emblemático enfatizado pela publicação britânica é que foi Doria quem esteve à frente da cerimônia inaugural da CoronaVac, a qual não contou com a presença nem de Bolsonaro nem de autoridades federais.

A derrota também se deve ao fato de o governo federal não ter se mobilizado para a aquisição de vacinas de forma organizada, já que não existe um plano nacional de imunização articulado. Para piorar a frustração de Bolsonaro, as vacinas de Oxford/AstraZeneca não chegaram ao Brasil, logo ele não tem uma “vacina para chamar de sua”.

A queda de braço se acirrou ainda mais após a fala do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, em coletiva de imprensa no domingo à tarde, sobre o governo federal haver custeado a produção da CoronaVac. Doria imediatamente rebateu:

“Chega de mentira, ministro!”.

O governador de São Paulo disse que

o governo federal não investiu “nem para o estudo, nem para a compra, nem para a pesquisa, nada”.

Vacinação começa hoje

Hoje, 18, todos os estados mais o Distrito Federal receberão quase 6 milhões de doses da vacina e poderão começar suas campanhas. A enfermeira Monica Callazan de 54 anos foi a primeira brasileira a receber a vacina, em São Paulo. Monica tinha participado como voluntária dos ensaios clínicos da CoronaVac e acabou sendo escolhida para receber a primeira dose da vacina.

“Estou na pandemia desde o início, há 10 meses, trabalhando incansavelmente em dois hospitais. Eu falo com segurança e propriedade: não tenham medo, é a grande chance que a gente tem de salvar mais vidas”, disse a enfermeira ao Fantástico.

À espera de mais vacinas

No meio desse fogo cruzado, estamos nós à espera de que mais vacinas sejam produzidas e cheguem ao Brasil. Há apenas 6 milhões de doses da Coronavac para todo o país.  Para uma imunização abrangente, são necessárias 150 milhões para a primeira dose, 300 milhões no total. Isso significa que ainda vai demorar muito até que estejamos seguros em relação à Covid-19.

Tanto a Fiocruz quanto o Butantan aguardam insumos vindos do exterior para a produção de mais doses de vacinas. Enquanto isso, precisamos seguir fazendo isolamento social, usando máscara e álcool em gel.

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Gisella Meneguelli

É doutora em Estudos de Linguagem, já foi professora de português e espanhol, adora ler e escrever, interessa-se pela temática ambiental e, por isso, escreve para o greenMe desde 2015.


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