Meningite meningocócica – É possível prevenir? Como?


Uma das doenças mais temidas pelos pais, a meningite, voltou recentemente ao noticiário, após a morte do neto do ex-presidente Lula, Arthur Lula da Silva. O menino tinha 7 anos e faleceu em poucas horas, após ter sido internado. O tipo da doença que vitimou Arthur é um dos mais graves: a meningite meningocócica, que tem uma evolução muito rápida e grande letalidade, principalmente em crianças. Vamos saber mais sobre essa doença para poder preveni-la e tratá-la.

Dados do Ministério da Saúde mostram, por exemplo, que em 2018, foram 1072 casos de meningite meningocócica registrados no Brasil e 218 mortes. No entanto, algumas medidas podem ajudar a prevenir essa doença. Saiba abaixo mais sobre o assunto.

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O que é meningite?

A meningite é uma doença que provoca a inflamação das membranas que envolvem o cérebro e a medula.

Geralmente é causada por bactérias, vírus ou parasitas, mas pode ser consequência de outros fatores, tais como lesões físicas, infecções, câncer e uso de alguns medicamentos. Pode atingir qualquer pessoa, mas as crianças menores de 5 anos são mais vulneráveis.

Quando ocasionada por micro-organismos ela é transmitida, principalmente, pelo contato com a saliva ou material fecal das pessoas doentes.

O que é meningite meningocócica?

A meningite meningocócica é uma das formas mais graves da doença. É transmitida pela bactéria Meningococo (Neisseria meningitidis) pelas vias respiratórias, do contato com a saliva de alguém contaminado.

É altamente contagiosa, evolui rápido e pode levar à morte, se não for tratada a tempo.

No entanto, grande parte das pessoas possui defesa contra muitos dos micro-organismos causadores da meningite, com exceção das crianças, que são mais suscetíveis à contaminação, principalmente os bebês.

Os sintomas da meningite meningocócica

Entre os principais sintomas da meningite meningocócica estão:

  • Febre
  • Náuseas e vômito
  • Dor de cabeça
  • Rigidez ou dor na nuca (dificuldade para encostar o queixo no peito)
  • Sonolência
  • Manchas pelo corpo
  • Em bebês – Rigidez ou moleza corporal, febre, inquietação, moleira dura ou aumentada, irritação e falta de apetite.

Posteriormente, podem surgir sintomas mais graves, como:

  • diarreia,
  • confusão mental e
  • coma.

Por isso, ao menor sinal de contágio, o mais importante é procurar atendimento médico com urgência.

Além da alta letalidade, a meningocócica pode deixar sequelas, como

  • cegueira,
  • surdez,
  • problemas motores,
  • de linguagem e
  • atraso mental.

Os tipos de meningite

A meningite pode apresentar várias formas de contágio. Entre os principais tipos, estão:

VIRAL – Causada por vírus, como o arbovírus (o mesmo que transmite a dengue, zika e febre amarela), do grupo herpes, do sarampo, caxumba, entre outros, é transmitida por contato fecal-oral, através da ingestão de alimentos ou água contaminada ou contato com fezes. A picada de alguns mosquitos, como os mencionados, também pode transmitir meningite. Geralmente, na forma viral, a doença é menos grave, tem sintomas mais brandos e mais fácil recuperação. É mais comum na primavera/verão.

BACTERIANA – Um dos tipos mais graves de meningite, é transmitida por bactérias, como o meningococo, pneumococo e outros. Entre as mais preocupantes estão a meningocócica e a pneumocócica, por causa da gravidade dos sintomas e possibilidade de levar a óbito em poucas horas. É transmitida pela saliva, por isso tem grande capacidade para causar surtos, por ser altamente contagiosa. A incidência dessa versão da doença é mais comum no outono/inverno.

FÚNGICA – É transmitida por fungos. Ocorre quando há inalação dos esporos, que são pequenos pedaços de fungos, que entram nos pulmões, causando a inflamação das meninges. A contaminação pode acontecer também em locais que tenham excrementos de bichos, como pombos, morcegos e pássaros. A meningite fúngica não é transmitida de pessoa para pessoa e tende a afetar pessoas com imunidade comprometida, como portadores de AIDS ou em tratamento contra o câncer. É um tipo difícil de diagnosticar, mas que possui sintomas similares aos da versão bacteriana e viral. Pode tornar-se crônica, demandando tratamento a vida toda.

Os tratamentos para meningite

O tratamento da meningite meningocócica é feito em ambiente hospitalar, por meio da administração de antibióticos nos casos bacterianos. Alguns casos podem exigir também uso de corticoides para prevenir sequelas. Já a viral necessita de repouso e uso de medicamentos para controle dos sintomas. A fúngica demanda uso de antifúngicos por um período de 4 a 12 semanas.

As complicações

A meningite meningocócica apresenta alta mortalidade, por isso é importante atendimento médico de urgência. Além da possibilidade de levar à morte em horas, a doença pode deixar sequelas graves, como perda auditiva, de visão, problemas de memória e coordenação motora, distúrbios psicológicos, como depressão e ansiedade, paralisia cerebral, epilepsia e dificuldade de aprendizagem em crianças.

Nos bebês, a meningite bacteriana pode levar a óbito, mesmo com tratamento, em cerca de 20 a 30% dos casos.

Como prevenir

A principal forma de prevenir a meningite é por meio da vacina.

Nos postos de saúde existem imunizações para alguns tipos de doença, outros apenas em estabelecimentos privados, como clínicas. O calendário de vacinação do Programa Nacional de Imunização oferece vacinas para a meningocócica conjugada sorogrupo C, pneumocócica 10-valente (conjugada), BCG e pentavalente.

Nos estabelecimentos privados é possível encontrar imunização para os tipos ACWY e meningocócica do grupo B.

A vacina oferece proteção por um período de 1 a 4 anos.

Além da imunização, algumas medidas podem ajudar a evitar a contaminação, como:

  • Manter uma boa higiene, lavando as mãos sempre que necessário
  • Deixar sempre o ambiente ventilado;
  • Evitar aglomerações.

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Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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