Como as pandemias acabam?


Quando surge uma pandemia, a primeira ideia para combatê-la é pensar em criar uma vacina. No entanto, vacinas podem não ser a solução.

E até que as vacinas estejam prontas, é preciso pensar em alternativas que possam contê-la, proporcionando ganho de tempo.

Assim como ocorreu no início da pandemia de Covid-19, quando não se tinha ideia de como esse vírus funcionava, uma das primeiras medidas adotadas foi o isolamento social.

Apesar de muitos países terem demorado para aceitar essa medida, ela se mostrou uma das formas mais eficazes para evitar que a doença se espalhasse ainda mais. Também o uso da máscara, que antes tinha eficácia incerta, agora se mostra fundamental da contenção da disseminação do vírus, juntamente com a lavagem regular das mãos.

Já um outro aspecto que pouco se fala mas que é de fundamental importância é o reforço da defesa imunitária. E isso inclui dormir bem, se alimentar bem e se estressar menos. Durante a pandemia, manter a saúde mental é muito importante por incrível que pareça.

Vacina pode não ser a solução

Alguns meses se passaram e a tão esperada vacina já está sendo testada. Mas, será que essa é de fato a salvação para acabar com a pandemia do novo coronavírus?

De acordo com o professor de História da Medicina Frank Snowden, da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, a erradicação da Covid-19 é pouco provável. Segundo ele, a única doença infecciosa totalmente erradicada foi a varíola, em 1980.

O que possibilitou a erradicação da varíola foi a ausência de um hospedeiro animal (os seres humanos eram os únicos hospedeiros). No caso da Covid-19 sempre haverá o risco de novas transmissões porque a doença é causada por um vírus, o SARS-CoV-2 que veio de animais.

Além disso, o professor afirma que não há como prever o tempo de duração de uma pandemia, pois isso depende de diversos fatores que envolvem questões regionais, principalmente ligadas à desigualdade social.

A criação da vacina contra a Covid-19 não garante que o vírus será erradicado. Para isso, seria preciso que essa vacina fosse distribuída para todas as classes, em doses satisfatórias. 

Outra dificuldade está na questão da imunidade adquirida após a contaminação, pois essa ainda é uma incerteza para os pesquisadores. Isso faz com que a criação de uma vacina eficaz contra o coronavírus seja uma tarefa quase impossível.

Contudo, o fator mais preocupante da erradicação de qualquer pandemia é a desigualdade, social ou étnica.

Cientistas vêm pedindo para ressignificar a pandemia para uma sindemia. Veja o que isso quer dizer:

https://www.greenme.com.br/viver/costume-e-sociedade/50486-pandemia-sindemia-covid-19/

Mas como então as pandemias acabam?

O distanciamento social continua sendo a melhor maneira de reduzir os contágios. Segundo especialistas, quando um determinado número de pessoas já superou a doença e está imune a ela, o contágio fica mais difícil.

Como já falamos anteriormente em outros artigos, baseados em opiniões de pesquisadores e especialistas, o distanciamento social ajuda não só na redução de contágios, mas também no ganho de tempo para que novas medidas sejam desenvolvidas.

A criação de uma vacina eficaz demandaria cerca de um ano a um ano e meio para ser produzida, testada e aprovada. Isso porque neste caso, o mundo inteiro se debruça sobre uma solução para a Covid-19, senão, uma vacina demandaria muito mais tempo.

Até lá, se a população quiser se proteger, tem que ficar em casa o quanto possível, usar máscara e lavar muito bem as mãos. Parece simples ou tolo fazer isso, mas muitas pessoas têm dificuldade em aceitar essa realidade.

Esperança

Para o virologista espanhol Adolfo Garcia Sastre, por mais graves que sejam, epidemias e pandemias sempre acabam. Ele explica que os surtos enfraquecem o vírus, pelo simples fato da população que já foi infectada frear a propagação da doença.

Devemos ter esperança nesse tipo de informação, mas não podemos nos descuidar. Os hábitos de higiene e de isolamento que aprendemos com a pandemia de Covid-19 são, por enquanto, as únicas formas de erradicarmos essa doença.

E novas pandemias vêm aí se não tivermos entendido a mensagem do novo coronavírus, como advertem muitos especialistas.

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Eliane A Oliveira

Formada em Administração de Empresas e apaixonada pela arte de escrever, criou o blog Metamorfose Ambulante e escreve para greenMe desde 2018.


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