Nova onda de coronavírus em Hong Kong. Especialistas sugerem que mundo enfrentará vários ciclos de quarentena


A população de Hong Kong está experimentando uma espécie de segunda quarentena devido a uma nova onda de contágio por coronavírus. A região chinesa autônoma foi uma das primeiras a enfrentar o vírus e havia chamado a atenção por ter atravessado a crise sem sofrer grandes baques, contabilizando poucas centenas de pessoas infectadas e quatro mortes.

Na última semana, um novo pico de contaminação acendeu novamente o alerta, não só em relação à necessidade de uma nova quarentena, mas também de que o mesmo aconteça com a Europa e os Estados Unidos.

Os parques e cinemas de Hong Kong precisaram fechar suas portas e reuniões com mais de quatro pessoas foram banidas até segunda ordem. No dia 27 de março, foram registrados 65 novos casos de Covid-19. Um novo pico foi registrado no último domingo (29): foram 82 novos casos em um único dia. Veja AQUI os números atualizados.

A nova onda de contaminação é agora atribuída aos cidadãos europeus e norte-americanos, que teriam triplicado os casos positivos em um período de 15 dias, entre os dias 15 e 26 de março.

Em entrevista à revista The Atlantic, o especialista em epidemias, Gabriel Leung, reitor da Universidade de Medicina de Hong Kong, declarou que as pessoas deveriam se acostumar com a ideia de enfrentar mais de um período de lockdown.

Leung afirmou, também, que o mundo deve atravessar vários ciclos de restrição e flexibilização até que haja uma solução definitiva. Segundo o especialista, a estratégia de estabelecer períodos de supressão do contágio, intercalados com uma retomada de atividades, tem sido a mais discutida na China e em outros governos do mundo.

“Você precisaria manter essas medidas de controle em graus variados até que uma de duas coisas aconteça: ou há uma imunização natural, causada por infecção ativa seguida de recuperação; ou há uma disponibilidade suficientemente ampla de uma vacina eficaz, administrada em pelo menos metade da população. Só há essas duas formas de lidar com a situação”, explicou.

A mesma ideia é compartilhada pelo biólogo e pesquisador brasileiro Atila Iamarino. Em entrevista nesta segunda-feira,30, no Roda Vida, Atila também acena para o fato de que, depois dessa pandemia, é possível que passemos por períodos de vai e vem da quarentena ou de isolamento social. No primeiro caso, fala-se da obrigação de um infectado se isolar e, no segundo, de pessoas saudáveis se isolarem voluntariamente e evitar situações de aglomeração. O mundo não será mais o mesmo.

Talvez te interesse ler também:

Covid-19: estados do Nordeste criam comitê científico para vencer essa guerra

Na Tailândia, elefantes explorados que levavam turistas a passeio, agora estão livres

Abusos contra mulheres e meninas em tempos de isolamento devem ser denunciados




Gisele Maia

Jornalista e mestre em Ciência da Religião. Tem 18 anos de experiência em produção de conteúdo multimídia. Coordenou diversos projetos de Educação, Meio Ambiente e Divulgação Científica.


ASSINE NOSSA NEWSLETTER

Compartilhe suas ideias! Deixe um comentário...