No dia a dia, devido às atividades rotineiras; demanda de tarefas, em casa e no trabalho; correria da vida moderna, acabamos por agir de forma automática, sem prestar atenção em como estamos fazendo uso de nosso corpo, de como mantemos nossa postura e se os movimentos repetitivos que fazemos estão prolongados e em demasia, forçando partes de nosso corpo.
É de suma importância, prestar atenção nos movimentos de nosso corpo, e de que forma os estamos fazendo, para evitar de sermos acometidos por lesões como a bursite.
Saiba mais sobre esse problema, para poder evitá-lo:
1. O QUE É BURSITE
Nossas articulações são envolvidas por uma pequena bolsa contendo um líquido, chamada bursa.
A função da bursa é proteger nossos ossos, tendões e músculos, os amortecendo de impactos e movimentos bruscos e lhes conferindo mobilidade e flexibilidade.
Bursite é a inflamação da bursa articular.
A bursite ocorre principalmente nos ombros, cotovelos e joelhos.
Um dos principais fatores de risco da bursite é o excessivo movimento repetitivo.
2. TIPOS
Os tipos de bursite serão determinados pela área atingida:
Bursite Subdeltoidea:
Este tipo de bursite afeta o ombro, que é uma das articulações do corpo de maior movimentação e certa instabilidade.
Esses aspectos combinados com as atividades da maioria das pessoas que fazem excessivos movimentos com os braços acima do nível do ombro contribuem para o surgimento da bursite subdeltoidea.
A dor gerada pela bursite limita a capacidade de movimento.
É recomendável evitar movimento, além do nível do ombro, pois, a área da bursa sofre compressão, intensificando a dor e piorando a inflamação.
Bursite no Olécrano:
A região que corresponde á este tipo de bursite é a ponta cotovelo, onde se situa uma pequena bursa.
A bursite nesta área pode ser desencadeada por fortes impactos como quedas ou batidas.
Este tipo de bursite, também pode se desenvolver pelo hábito de apoiar a ponta dos cotovelos em superfícies duras, gerando inflamação na bursa. Nestes casos, a bursa lesada, é preenchida por sangue, provocando distensão na região da ponta do cotovelo, causando hematoma e edema.
A bursite no olécrano pode sofrer infecção e nesta situação a bursa, em vez de ser preenchida por sangue, será enchida de pus, deixando a região muito inflamada.
Os efeitos da bursite no olécrano são: dor; impossibilidade de apoiar o cotovelo em superfícies; dificuldade de movimentar o cotovelo.
Conforme a gravidade desse tipo de bursite pode ser necessário a ida ao ortopedista, podendo ser preciso realizar a drenagem, tomar algum medicamento e, principalmente, repouso.
Geralmente, também é indicada a imobilização do cotovelo com a utilização de cotoveleira, para minimizar o impacto dos movimentos do cotovelo e, também, para amortecê-lo ao apoiá-o cotovelo em superfícies.
Bursite pré-patelar:
A bursa pré-patelar amortece o contato entre a patela e a pele, no joelho.
A bursite pré-patelar é uma inflamação que ocorre no joelho.
O joelho tem até 14 bursas, formadas por junções interteciduais, que durante o movimento passam por alta fricção.
Estas junções são: tendões, ligamentos, pele, osso, cápsula articular e ao músculo.
A bursa pré-patelar, amortece o contato entre a patela e a pele, pois, se situa anteriormente a patela.
Atividades que exijam esforço excessivo e repetitivo nessas junções, traumas ou hábitos como apoiar demais os joelhos podem desencadear a bursite, provocando inflamação, limitando o movimento dos joelhos e gerando dor.
Em casos mais sérios, o tratamento envolve a utilização de medicamentos, fisioterapia e, em situações mais graves, drenagem na região.
3. CAUSAS
Algumas causas prováveis da bursite são:
- Traumatismos provocados por quedas e batidas;
- Infecções causadas pela inflamação da áreas afetadas;
- Lesões por esforço, provocadas por tarefas pesadas;
- Uso excessivo das articulações, através de atividades físicas ou que exijam muito esforço;
- Movimentos repetitivos, causados por trabalhos rotineiros;
- Artrite (inflamação das articulações);
- Gota (depósito de cristais de ácido úrico na articulação).
4. SINTOMAS
Os Sintomas da Bursite costumam surgir, de forma gradativa, e vão se agravando aos poucos:
- Dor, rigidez e dificuldade em mover a articulação afetada;
- A área atingida pode se ficar inchada, sensível, avermelhada ou mais quente, devido a inflamação;
- Limitação da mobilidade;
- Os sintomas surgem, de forma gradativa, e vão se agravando aos poucos.
- A dor acontece até quando a articulação está em repouso.
De acordo com a região, a dor se manifesta de um jeito:
- no quadril, ocorre com pontadas;
- nos joelhos, desconforto ao correr, subir escadas e se agachar;
- nos cotovelos, incomodo em apoiá-los sobre a mesa;
- nos ombros, dores ao dormir, virado de lado;
- no caso de bursite causada por infecção, pode ocorrer febre.
5. TRATAMENTOS
- A base do tratamento da bursite é o repouso, para diminuir se usa aplicar gelo na região afetada.
- Analgésicos e anti-inflamatórios são utilizados, em casos muito intensos e/ou graves.
- A fisioterapia ajuda restaurar a força muscular e os movimentos articulares.
- Na bursite infecciosa, quando a área está muito inflamada, com presença de pus, pode haver a necessidade de drenar o líquido da bursa.
Em estágio inicial e que não estejam em estado de séria gravidade, pode-se recorrer à adoção de hábitos e cuidados naturais, para eliminar a dor e a inflamação.
A seguir alguns cuidados e tratamentos para a bursite:
- Bolsas de gelo: Cobrir a pele com um pano ou papel toalha e, por cima, colocar a bolsa de gelo na área afetada, durante 20 minutos, cerca de 3 vezes ao dia, para diminuir a inflamação.
Alerta:- Não colocar a bolsa de gelo direto na pele, pois, poderá causar queimaduras.
- Aquecimento do local: Após reduzir o inchaço com o gelo, uma bolsa térmica quente aumentará a circulação na área afetada, eliminando o excesso de fluido na bursa.
- Medicamentos naturais: No início da doença pode ser fazer uso da argila verde, para isso é necessário molhá-la e aplicá-la sobre a área inflamada, por, pelo menos, 30 minutos.
- Outra alternativa natural é aplicar creme de arnica na região lesada, para aliviar as dores das articulações.
- Proteger a região afetada: Para manter as áreas lesadas protegidas pode-se tomar as seguintes medidas: utilizar joelheiras ou cotoveleiras, de acordo com a região lesada; evitar dormir do lado do quadril, joelho ou ombro dolorido; ao dormir, colocar travesseiros para apoiar a articulação afetada; no caso da bursite ser no ombro, usar escadas, para alcançar objetos em lugares altos, assim, se evitará de forçar o ombro.
- Alimentação: Intensificar o consumo de alimentos com propriedades anti-inflamatórias, tais como: laranja, acerola, goiaba, abacaxi, romã, melancia, cereja, morango, uva, castanhas, nozes, linhaça, chia, gergelim, brócolis, couve-flor, repolho, gengibre, alho macerado, açafrão, curry, cebola, óleo de coco e azeite.
- Descanso: Repousar e não forçar as articulações afetadas, porém não se deve parar os movimentos (para não haver atrofia muscular), principalmente, se a inflamação for no ombro.
- Calçados: não usar sapatos apertados, principalmente, em casos de bursite de calcanhar, melhor que sejam calçados abertos, para não piorar a dor, até que a área lesada seja sanada.
- Alongamento e postura: Evitar, durante a crise de bursite, esportes intensos e exercícios repetitivos. Correção da postura e alongamentos indicados por um profissional especialista, ajudarão a fortalecer a resistência da articulação inflamada, diminuirá a dor,ao se movimentar e prevenirá a reincidência do problema, devido à má postura ou movimentos incorretos.
- Fisioterapia: A fisioterapia faz uso de aparelhos analgésicos e anti-inflamatórios, como o Tens (terapia com correntes elétricas aplicadas na pele através de eletrodos), ultrassom, corrente galvânica ou microcorrentes, utilizados para o fortalecimento dos músculos; exercícios de recuperação, com técnicas, ensinadas aos pacientes, para melhorar a mobilidade articular, em conjunto com alongamentos musculares.
- Acupuntura: Este tratamento alternativo utiliza a aplicação das agulhas na região afetada pela bursite, com o objetivo de reduzir a dor e a inflamação, estimulando a força curativa do próprio corpo.
- Exercícios: Os exercícios servem para aumentar flexibilidade da articulação inflamada e recuperar o seu funcionamento normal e é necessário ter orientação e acompanhamento de um profissional, para realizá-los.
Alguns exercícios que costumam ser indicados para fazer em pé:
- Amplitude de movimento escapular: Subir os ombros e descer, manter cada posição por 5 segundos, relaxar e repetir 10 vezes.
- Flexão do ombro: Pegar um bastão com as palmas das mãos viradas para baixo. esticar os braços esticados até a cabeça e se manter, assim, por 5 segundos, repetir o exercício 10 vezes.
- Extensão do ombro: Segurar um bastão com as mãos, atrás do seu corpo, e afastá-lo das costas, manter a posição por 5 segundos, relaxar e fazer 10 repetições.
- Rotação externa: De frente para uma porta aberta, dobra o cotovelo à um ângulo de 90º e, com o dorso (parte superior) da mão forçar o batente, por 5 segundos, relaxar e repetir outras 10 vezes.
- Rotação interna: O mesmo procedimento da rotação externa, só, com uma diferença, neste exercício, se utiliza a palma da mão, aplicando força no batente, no demais é tudo igual.
- Supra-espinhoso: Com os braços suspensos na lateral do corpo e polegares direcionados para o chã, inclinar, suavemente, o tronco para frente; levantar e esticar os braços, lateralmente, os mantendo estendidos; levar as mãos até a altura do ombro, manter-se, nessa posição por 10 segundos, descansar e repetir 10 vezes.
Ondas de Choque:
Esse tratamento consiste em ondas de impacto, que se baseiam na penetração da energia mecânica sob o tecido lesado para provocar um fenômeno chamado cavitação, que libera substâncias anti-inflamatórias locais e estimula a circulação.
Dependendo da intensidade das ondas ocorrerá variações em seus efeitos, tais como:
Baixa energia: alívio da dor e relaxamento muscular;
Média energia: reparação tecidual;
Alta energia: estimulação óssea.
Este tipo de tratamento é ambulatorial e dispensa internação ou anestesia.
As ondas atuam somente nos tecidos afetados e não atingem tecidos normais.
Cirurgia:
Este procedimento, raramente, é necessário, e, só ocorre no caso da bursa permanecer infeccionada e inflamada, após, todos os tipos de tratamentos possíveis.
Analgésicos e anti-inflamatórios
Em casos de crise muito forte ou da utilização de procedimento cirúrgico, o médico costuma indicar analgésicos e anti-inflamatórios não-esteroides para aliviar a dor e controlar a inflamação, que podem ser na forma de comprimidos, injeção ou pomadas, havendo a necessidade de serem usados com cautela e por períodos limitados, devido ao efeitos colaterais.
6. PREVENÇÃO
Existem algumas algumas ações que podem reduzir a chance de adquirir ou, novamente, ter bursite.
Seguem algumas medidas preventivas:
- Evite movimentos repetitivos, por muito tempo.
- Caso não seja possível, faça intervalos, durantes as atividades, que exijam movimentos repetitivos ou alterne os movimentos utilizando diferentes partes do corpo.
- Pratique atividades física, sob a orientação de um profissional, fazendo alongamentos e aquecimento, de 5 a 10 minutos, antes dos exercícios.
- Mantenha postura correta, evitando desenvolver vícios de postura, que sobrecarregam partes do corpo.
- Em caso de sobrepeso corporal, fazer a reeducação alimentar, para perda de peso. O excesso de peso provoca pressão nas bursas, principalmente, nas dos quadris.
- Ao realizar esportes. utilizar proteção como joelheiras, cotoveleiras e calçados com solas amortecedoras.
- Para levantar e/ou carregar ferramentas ou objetos pesados, utilizar as duas mãos, evitando sobrecarregar um ombro, ao usá-lo como apoio para carregar o peso.
7. INFORMAR PARA REMEDIAR
As informações sobre a doença são fundamentais para que saibamos evitá-la ou, em caso de já tê-la, saber tratá-la, em seu estágio inicial, evitando, assim, seu agravamento e maiores complicações.
Conhecimento ajuda na prevenção e cura! Procure um médico para haver um diagnóstico e um tratamento preciso e adequado para o TEU caso em particular.