O que o formato do cérebro revela sobre a personalidade


Não é a primeira vez que estudos científicos tentam classificar a personalidade humana de acordo com determinadas características físicas ou psicológicas. Recentemente, um estudo da Universidad Carlos III de Madri classificou em 4 os tipos básicos da nossa personalidade: pessimistas, otimistas, confiantes, invejosos. Outro estudo acaba de revelar uma característica física que pode dizer muito sobre quem somos.

Um grupo de cientistas da Inglaterra, Estados Unidos e Itália descobriiu que, apesar de os nossos cérebros serem muito semelhantes, as pequenas diferenças entre um e outro podem realçar certas características, como:

mente aberta,

generosidade,

conservadorismo,

comedimento ou

empolgação.

Explicação da ciência

Segundo informa a Superinteressante, o que provoca essas diferenças tem a sua explicação em uma parte da área externa do cérebro chamada córtex. Os pesquisadores detectaram que o enrugamento e a grossura da região têm a ver com variação da personalidade das pessoas. Por exemplo, quem tem um córtex mais fino e enrugado na parte frontal tende a ser mais liberal.

cerebro personalidadeFoto: Universidade de Cambrige

Nicola Toschi, pesquisador da Universidade de Roma Tor Vergata, afirma que as nossas experiências e o ambiente em que vivemos moldam a nossa personalidade, mas que existem “claras diferenças entre estruturas cerebrais ligadas a traços de personalidade”, as quais sugerem um envolvimento da genética nisso”.

A hipótese dos pesquisadores é que essa relação esteja ligada à evolução. O nosso cérebro aumenta de tamanho à medida que envelhecemos e vai se adaptando para ocupar menos espaço. O nosso córtex frontal vai ficando mais liso, porém mais enrugado. Do “lado de fora”, aceitamos melhor a opinião alheia.

O professor Antonio Terracciano, do Departamento de Geriatria da Universidade Estadual da Flórida, explica que: “O alongamento cortical é um mecanismo evolutivo fundamental que permitiu que os cérebros humanos se expandissem rapidamente enquanto ainda encaixavam em nossos crânios, que cresceram a um ritmo mais lento do que o cérebro”.

Contribuições

A pesquisa, além de contribuir para o entendimento das personalidades, pode ajudar a prevenir algumas doenças relacionadas com o comportamento e com o cérebro. Uma das descobertas é que pessoas com o córtex frontal mais liso, as quais tendem a ser mais empolgadas, têm mais chance de desenvolver transtornos mentais. “Fazer conexões sobre como a estrutura cerebral se relaciona à traços básicos de personalidade é um passo crucial para melhorarmos as ligações entre a morfologia cerebral e um humor particular, cognição ou transtornos comportamentais”, enfatiza outro autor do estudo, Luca Passamonti, da Universidade de Cambridge.

A análise dos vários formatos do córtex pode ajudar a ciência a relacionar doenças às características dessa região do cérebro, prevenindo doenças e auxiliando em tratamentos. Como, por exemplo, os altos níveis de neuroticismo, que predispõem as pessoas a desenvolverem distúrbios neuropsiquiátricos, segundo a descoberta, foram associados com certos aspectos do córtex.

Confira no site da Universidade de Cambridge mais informações sobre o estudo.

Muito interessante, não é mesmo? Há muitos outros tipos de associações entre certos traços físicos e a personalidade, mas esse estudo pode realmente elucidar muitos casos que ainda são misteriosos para a ciência e para nós.

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Gisella Meneguelli

É doutora em Estudos de Linguagem, já foi professora de português e espanhol, adora ler e escrever, interessa-se pela temática ambiental e, por isso, escreve para o greenMe desde 2015.


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