A depressão será a doença mais comum no futuro. E agora?


Dados da OMS revelam que a depressão é a principal causa de incapacidade, atualmente são 350 milhões de enfermos ao redor do mundo e o pior, estima-se que em 2030 a doença venha a ser mais comum de todas, que afetará as pessoas mais do que o câncer e as doenças cardíacas.

A depressão é ainda muito estigmatizada embora pesquisas recentes tenham ligado a sua ocorrência com a predisposição genética, ou seja, quem sofre de depressão pode simplesmente ser predisposto, o que não tem nada a ver com tristeza ou frescura passageira. Mas as causas da depressão podem ser muitas, ainda não totalmente conhecidas pela ciência e, menos ainda, aceitas e compreendidas pela sociedade.

Mas qual seria a implicação que estes dados têm e terão no mundo? Será que podemos reverter esta previsão?

Quem vem acompanhando as notícias sobre terrorismo, o avanço do Estado Islâmico e a ocorrência do que vêm chamando de “lobos solitários” sabe que por trás de uma mente doente, por assim dizer, pode se esconder esta doença tão difusa. Também nos casos isolados de ataques, como no do shopping em Munique por exemplo, noticiou-se que o jovem autor do atentado sofria de depressão.

Em um mundo dominado pelo selfie, pela aparência, pela sensação de viver em um Big Brother onde se deve sair vencedor, é fácil “permitir” que sorrateiramente a doença se aproxime de cada um de nós e venha a se tornar uma pandemia silenciosa.

É de se esperar, ou melhor, é compreensível, que deixemos que nossa mente venha a ser disturbada pela nossa falta de perspectiva e de esperança em um mundo onde vislumbramos, em um futuro próximo, problemas ambientais, escassez de recursos, guerras (que já ocorrem como disse o Papa Francisco), dificuldades econômicas e cada vez mais a diminuição da qualidade de vida.

Reverter o quadro não é fácil, precisamos de compressão, colaboração e mudança de atitude.

Não é fácil compreender e perdoar as pessoas que cometem violência contra a humanidade em nome de Alá ou de quem quer que seja. Nós não perdoamos as pessoas que nascem em nossas favelas, em ambientes deturpados pela violência de todo tipo e muito menos compreenderemos os assassinos que vêm de países que vivem em guerra, que passam fome e experimentam, também nestes casos, todo o tipo de violência. Nós não queremos saber se são pessoas deprimidas ou não e muito menos queremos saber se o ambiente de onde elas vieram (sem escolha) é a causa ou não da depressão.

Não se pode dizer, absolutamente não se pode, que toda pessoa pobre ou com dificuldades, com pouca instrução etc, se tornará deprimido. Menos ainda que todo deprimido venha a ser um assassino em potencial. A depressão atinge a todos, pobres, ricos, muçulmanos, católicos mas, pensar sobre a atual situação em que vivemos, e com vistas à previsão futura sobre a depressão, pode nos ajudar a entender e a talvez contornar o problema.

Claro, as causas da depressão ainda não são totalmente conhecidas mas as suas consequências já começam a ser bem percebidas. É um mal que se espalha pela sociedade e causa danos difusos.

O modo pelo qual vivemos pode ter a ver com a propagação desta doença que promete ser a mais comum do futuro. O que fazer? Podemos tentar começar cada um de nós, interiormente, a promover a mudança que gostaríamos para o mundo. Menos competição, mais colaboração, menos julgamentos, acusações e mais empatia.

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Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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