Nova Medicina Germânica: O Que É, Como Funciona e Por Que é Controversa


A Nova Medicina Germânica (NMG), criada pelo médico alemão Ryke Geerd Hamer, propõe uma visão bastante diferente sobre o que é a doença. Segundo Hamer, as doenças — incluindo o câncer — não seriam falhas do corpo, mas sim parte de um processo natural de cura que ocorre após a resolução de um choque emocional intenso.

Medicina alternativa: integração corpo, mente e órgãos

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A Origem da Teoria

Hamer desenvolveu sua teoria após a morte trágica de seu filho, Dirk Hamer, que foi baleado em 1978 na Ilha de Cavallo, perto da Córsega. Ele relacionou o trauma emocional profundo com o desenvolvimento de seu próprio câncer testicular, interpretando isso como um “choque biológico” que desencadearia doenças.

Princípios Básicos da Nova Medicina Germânica

A Nova Medicina Germânica (NMG) sustenta que toda doença tem origem em um conflito emocional ou choque psíquico, e baseia-se em cinco leis biológicas formuladas poelo Dr. Hamer:

  • Primeira Lei (“Regra de Ferro”):
    Doenças graves surgem a partir de um choque ou trauma psicológico agudo e dramático, chamado por Hamer de “Síndrome de Dirk Hamer”. Esse conflito emocional gera um foco de atividade no cérebro, visível em exames como uma tomografia (chamado “Foco de Hamer”), que corresponderia à área afetada do corpo.
  • Segunda Lei (“Duas Fases da Doença”):
    Enquanto o conflito emocional está ativo, o paciente está na “fase fria” (sem sintomas visíveis ou sintomas leves). Após a resolução do conflito, o corpo entra na “fase quente” ou fase de cura, quando surgem sintomas como dor, febre e inflamação. Essa fase é considerada mais arriscada e fundamental para a recuperação completa.
  • Terceira Lei (“Sistema Ontogenético das Doenças”):
    A progressão da doença é controlada pelo cérebro e cerebelo, e está ligada à origem embrionária dos tecidos afetados (endoderma, mesoderma ou ectoderma), o que explica o tipo de reação biológica, como crescimento tumoral ou perda de tecido.
  • Quarta Lei (“Sistema Ontogenético dos Microrganismos”):
    Microrganismos como bactérias, fungos e vírus não causam a doença, mas ajudam na fase de cura, sendo usados pelo corpo conforme a necessidade, coordenados pelo cérebro, para reparar os tecidos afetados.
  • Quinta Lei (“Quintessência”):
    As fases ativa do conflito e de cura são “programas especiais da natureza” desenvolvidos evolutivamente para lidar com situações de emergência, permitindo que o organismo responda de forma adaptativa.

Críticas Fundamentais à Nova Medicina Germânica

Apesar do apelo intuitivo, a teoria enfrenta críticas sérias:

Falta de Evidência Científica

Não há estudos robustos que comprovem as afirmações de Hamer. Revisões científicas apontam que a NMG carece de respaldo empírico e não pode ser aceita como prática médica válida.

Riscos à Saúde

A adesão à NMG pode levar pacientes a evitarem tratamentos convencionais comprovados, como quimioterapia e cirurgia, aumentando o risco de morte. Há casos documentados de vítimas que optaram por essa abordagem e perderam a vida.

Incoerências Lógicas

Uma das maiores contradições na Nova Medicina Germânica está na própria história de seu criador, Dr. Ryke Geerd Hamer. Segundo sua teoria, a doença visível — como o câncer — surge na fase de cura, ou seja, após o conflito emocional ser resolvido. O conflito ativo, na visão dele, provocaria apenas uma fase silenciosa, sem sintomas.

Porém, o câncer de Hamer foi diagnosticado logo após o trauma profundo da morte do filho, quando o conflito emocional ainda não estava resolvido. Se a doença representa a fase de cura, o câncer dele só deveria ter aparecido depois dessa resolução.

Essa discrepância entre a teoria e a cronologia dos acontecimentos da sua própria história levanta dúvidas sobre a coerência da NMG e sua aplicabilidade.

Uma Perspectiva Equilibrada

A visão de que o corpo “avisa” quando algo não vai bem é amplamente aceita na medicina. Sintomas como dor e febre são mecanismos biológicos para proteger e permitir a recuperação do organismo.

Muitas áreas de medicina reconhecem que traumas emocionais podem influenciar a saúde física, mas sempre dentro de um contexto complexo e multifatorial — não como relação direta e única.

O que fica para nós

A Nova Medicina Germânica pode oferecer uma perspectiva otimista para quem busca sentido na doença, pois a vê não como um problema, mas como uma solução — uma possibilidade de cura. No entanto, ela não substitui os tratamentos baseados em evidências científicas e pode representar sérios riscos à saúde se adotada isoladamente.

Entender o corpo como um sistema integrado, que responde tanto a fatores emocionais quanto biológicos, é essencial. Mas a medicina deve sempre apoiar-se em conhecimento comprovado para garantir segurança e eficácia no cuidado com a vida.

Fonte: Wikipedia

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Redação greenMe

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