Cuidar dos dentes e gengivas melhora a saúde cerebral, diz estudo


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O que a saúde bucal tem a ver com a saúde cerebral? Muita coisa! Assim revelam os resultados de um estudo preliminar recém apresentado na International Stroke Conference da American Stroke Association, realizada em Dallas, Texas, de 8 a 10 de fevereiro.

Cuidar dos dentes e gengivas não apenas proporciona um sorriso bonito, como pode melhorar a saúde do cérebro.

O estudo encontrou uma possível relação causal entre fatores de risco genéticos, que predispõem à cárie dentária ou à falta de um ou mais dentes, à baixa saúde cerebral. O que leva a crer que cuidar dos dentes e gengivas pode trazer benefícios significativos para a saúde do cérebro, mesmo em indivíduos saudáveis.

O estudo

Para investigar essa relação causal, os pesquisadores analisaram dados de 40.000 adultos com idades entre 40 e 69 anos e sem históricos de AVC, coletados entre 2014 e 2021 em um banco de dados biomédico contendo informações genéticas, de estilo de vida e saúde de meio milhão de cidadãos do Reino Unido, o UK Bank.

Cada participante do estudo foi rastreado para 105 variantes genéticas, conhecidas por predispor as pessoas a ter cáries ou a perder dentes em idade avançada. O estudo avaliou a relação entre estas variantes genéticas com problemas de saúde bucal e cerebral.

Os perfis de saúde cerebral foram avaliados por ressonância magnética, considerando parâmetros como hiperintensidade da substância branca (definida como dano acumulado na substância branca do cérebro, que pode comprometer memória, equilíbrio e mobilidade) e dano microestrutural (determinado como grau de variação na estrutura cerebral em comparação com imagens de um cérebro normal de um adulto saudável da mesma idade).

Os resultados

A análise descobriu que as pessoas geneticamente propensas a ter cáries e ou a perder dentes, tinham uma carga maior de doença cerebrovascular silenciosa, demonstrado por um aumento de 24% na quantidade de hiperintensidade da substância branca. Essas pessoas também demonstraram haver maiores danos na estrutura do cérebro, com uma mudança de 43% nas pontuações de danos microestruturais.

Má saúde bucal pode causar um declínio na saúde do cérebro, por isso precisamos prestar muita atenção à nossa higiene bucal, porque tem implicações muito além da boca”, disse Dr. Cyprien Rivier, autor do estudo e pós-doutorado em neurologia na Yale School of Medicine.

No entanto, este estudo é preliminar e mais evidências precisam ser reunidas, idealmente por meio de ensaios clínicos, para confirmar que melhorar a saúde bucal da população levará a benefícios para a saúde do cérebro”.

O estudo neste aspecto é particularmente importante porque a má saúde oral ocorre frequentemente e é um fator de risco facilmente modificável: todos podem efetivamente melhorar a sua saúde oral com um mínimo de tempo e de investimento”, acrescentou o pesquisador.

O estudo preliminar Genetic Analyses Of Oral Health And Neuroimaging Markers Of Brain Health In Persons Without Stroke pode ser lido aqui.

Fonte: fanpage

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Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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