É bom deixar seu filho chorar?


Não é uma questão de quem diz que é bom ou não mas sim, penso eu, uma questão de bom senso. Deixar um bebê chorar até dormir é maldade, sob o meu ponto de vista mas, vou colocar neste artigo algumas opiniões de especialistas, controversas, aí você poderá avaliar.

Sim, eu bem sei que é uma dureza quando você está cansada e seu bebê não dorme logo. E dá aquele desespero. Já passei por isso, 4 vezes (3 filhos e uma neta) e, por minha própria experiência, concluo que se o bebê não dorme rápido é porque está com algum incômodo – mal estar, frio, calor, desconforto, ruído, sensações, enfim, há uma infinidade de razões para um bebê não dormir quando está caindo de sono.

Mas, bebês têm que ter rotina. Sem rotina não há estudo ou conselho que valha para resolver este problema. Se você tem uma rotina de tratos do seu bebê, se o bebê, desde que nasceu, foi acostumado a ser deitado em determinadas horas para dormir, num quarto escurinho, num berço gostoso, num ambiente tranquilo, depois de ter sido alimentado e trocado, depois de ter arrotado, enfim, ele logo, logo encontrará o soninho. Estou falando de bebês pequenos, desde que nascem até os seis meses. Então, você é quem tem que criar as condições para que o dormir seja prazeroso, quando necessário. Bebês maiores, bem, já estarão habituados, ou não.

Mas, deixar o bichinho chorar me dá a impressão de uma grande maldade. Afinal, os bebês estavam no nosso ventre, 9 meses, o tempo todo ouvindo o tuc-tuc do nosso coração, o flu-flu do sangue no cordão umbilical, e os rumores, ou barulhos, que transpassam o líquido amniótico. Então, vem deste tempo também que seu bebê consiga ou não dormir, tranquilo. Mas, pense, ele saiu da sua barriga para um mundo cheio de estímulos, e outros barulhos, e perdeu o tuc-tuc e o flu-flu que antes lhe eram tão familiares e tranquilizadores, verdade? Então, concluo que só pode fazer mal deixar seu bebê chorar e que, de alguma forma isso vai afetar seu “estar seguro” no mundo e, quem sabe até, o seu desenvolvimento psíquico, neurológico, enfim, seu “ser humano“.

Enfim, eu acredito que criança aprende imitando os adultos e, primeiro, a mãe, então, se a mãe está tranquila, relaxada, o bebê também ficará tranquilão. Mas, se a mãe estiver esgotada, estressada, saturada, enfim, ele chorará pois, essa realidade à qual ele está ligado o estressará, como é óbvio.

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Só que não entenda, com o que eu digo aqui, que você deve, sempre, fazer todos os gostos ao seu filhote – gosto tem hora – e que também é necessário, de vez em quando, um chorinho para ele descarregar suas emoções mas, sempre se sentindo seguro, apoiado, amparado, escutado.

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Bom, leia abaixo algumas opiniões, e conclua por você mesma.

Os que são por não deixar chorar

Alguns contemporizam um pouco (leia a matéria toda aqui): “Não é prejudicial ao bebê deixá-lo chorar por algum tempo, seja durante a noite ou durante o dia. É normal, por exemplo, que um bebê de 6 meses de idade chore uma hora por dia. E a maior parte desse choro costuma acontecer na hora de dormir. É verdade sim que bebês que vivem em culturas onde eles são carregados o tempo todo e dormem junto com as mães choram menos, mas não há comprovação científica de que isso os torne mais saudáveis ou mais felizes. Por outro lado, também não é verdade que chorar bastante faça bem para os pulmões do bebê”.

Mas também tem quem explique, cientificamente, o mal que faz deixar a criança chorar. “O Dr. James McKenna, diretor do Laboratório do Sono da Universidade de Notre Dame, explica que existe uma zona do cérebro, a região orbital central, que se desenvolve desde o nascimento até os 3 anos. Esta zona é a encarregada de controlar o estresse e a ansiedade. Se durante esta etapa o bebê suporta doses elevadas de estresse, sua capacidade de ‘lutar’ contra o estresse ficará prejudicada para sempre”.

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Já a Dra Eliane Volchan afirma que faz um mal tremendo: “Recentemente, estudos mostraram em HUMANOS, que a dor da separação ativa as mesmas áreas cerebrais da dor física. Esses resultados levaram os autores a especular que a separação social equivale à dor física na sinalização de alarme para uma situação premente de perigo. Ou seja, os achados CIENTÍFICOS corroboram o bom senso demonstrando que, quando um bebê chora ao perceber sinais de separação (ausência de contato visual, auditivo e principalmente somático: contato físico corpo a corpo), seu cérebro está acionando o recurso máximo de alarme para uma ameaça à sua sobrevivência. Do mesmo modo, os adultos mais próximos são sensíveis a essa vocalização que provoca atitudes de socorrer e confortar bebê trazendo-o para perto de si e embalando-o. A proposta de reprimir o impulso de pegar a criança no colo é, assim, absurda, pois viola umas das nossas reações mais básicas e fundamentais da nossa herança evolutiva”.

E a Cientista que virou mãe conta aqui a sua experiência e conclui que não é correto querer se livrar de parte do processo, de criar um filhote, que não é tão agradável assim.

E o site Maternidade Consciente confirma aquilo que toda mãe, lá no fundo, bem sabe, que: “O choro é o único mecanismo que os lactentes tem para nos comunicar sua sensação de mal estar, seja qual for a razão do mesmo; nas suas expectativas, no seu continuum filogenético não está previsto que este choro não seja atendido, pois não tem outro meio de avisar sobre o mal estar que sentem, nem podem por si mesmos tomar as medidas para resolvê-lo”.

É preciso lembrar que “O corpo do recém nascido está desenhado para ter o seio materno tanto quanto necessita, para sobreviver e para sentir-se bem: alimento, calor, apego; por esta razão não tem noção da espera, já que, estando no lugar que lhe corresponde, tem a seu alcance tudo que necessita; o bebê criado no corpo a corpo com a mãe desconhece a sensação de necessidade, de fome, de frio, de solidão, e não chora nunca. Como afirma a norte-americana Jean Liedloff, na sua obra The Continuum Concept, o lugar do bebê não é no berço, na cama, e nem no bebê-conforto, senão no colo materno”.

Os que dizem que é necessário deixar chorar

Um estudo australiano alega que é bom, necessário, deixar os filhotes chorarem até dormirem e indicam um método em que se vai aumentando o tempo de choro, um pouco mais cada dia. Veja por você mesmo aqui onde a “pediatra Dra. Tanya Altmann aconselha os pais a começarem a treinar seus bebês quase desde o nascimento”. E o psicólogo “Daniel Lewin, pediatra e especialista em sono, ainda diz que, no mundo real, os pais podem experimentar uma combinação dos dois métodos: colocar seu filho na cama mais tarde, esperá-lo adormecer, e demorar mais para confortá-lo se ele começar a chorar, por exemplo”.

O bebê chora quando precisa de alguma coisa e, quando não é atendido em sua necessidade ele chora mais, até cair rendido de cansaço. Deixar o bebê chorar, para mim, é o mesmo que dar palmada para ensinar a criança a se comportar melhor – que exemplo, não?

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A minha conclusão é de que nós, pais e mães do século XXI temos sim um problema imenso pois, a sociedade não nos ajuda a criar os filhotes que serão o futuro do planeta. Temos rotinas estressantes, horários absurdos, pressões inimagináveis e, fundamentalmente, já está instituído que o egoismo é um direito. Só que o egoismo não é um direito, é um abuso. Pense nisso.

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Redação greenMe

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