O que é liquefação: a opção ecológica aos enterros e cremações


A sustentabilidade da vida chegou à morte. Hoje existem opções ecológicas até para a última viagem de uma pessoa.

Sepulturas e cremações talvez estejam com os dias contados pois existem novos métodos sustentáveis também para a indústria funerária.

O corpo do arcebispo Desmond Tutu não foi submetido à cremação ou ao sepultamento, mas à liquefação.

O que é liquefação e por que é mais ecológico?

Quando uma pessoa morre geralmente ela é sepultada ou cremada. Mas essas não são as únicas opções sobre o que fazer com um corpo sem vida.

Leia mais:

A liquefação é um processo conhecido também pelos nomes de aquamação e hidrólise alcalina.

A técnica foi criada em 2007 pela empresa Resomation mas recentemente ganhou as manchetes ao ser aplicada aos restos mortais do arcebispo anglicano e vencedor do Prêmio Nobel da Paz Desmond Tutu, que faleceu na Cidade do Cabo (África do Sul) em 26 de dezembro de 2021 aos 90 anos.

Tutu, que foi um notável ativista ambiental, escolheu a liquefação justamente por ser considerada uma opção mais ecológica do que a tradicional cremação.

Como a liquefação funciona?

A técnica foi introduzida há algumas décadas para o descarte de carcaças de animais, e só mais tarde foi transferida para a indústria funerária para o tratamento de humanos.

O processo consiste na quebra das moléculas do corpo em água alcalina aquecida, ou seja, hidrólise alcalina. O cadáver é imerso em uma solução corrosiva feita com água e hidróxido de potássio dentro de um cilindro pressurizado e aquecido a 150ºC. Todo o procedimento leva de três a quatro horas.

Os tecidos macios se dissolvem totalmente, os ossos são removidos, secos em estufa e transformado em cinzas. As cinzas resultantes são compostas apenas de restos minerais dos ossos, enquanto na cremação há também resíduos da urna funerária, além das roupas e objetos do falecido.

Por que a liquefação é mais ecológica que a cremação?

  1. Porque nenhum combustível fóssil é usado do processo, portanto não resultam  emissões diretas de gases de efeito estufa ou mercúrio na atmosfera.
  2. O processo economiza cerca de cinco vezes menos energia do que a usada para a cremação, e reduz as emissões de gases de efeito estufa em aproximadamente 35%.

O processo ainda não é autorizado em todos os países mas tem tudo para se tornar a nova moda funerária.

Talvez te interesse ler também:

Já pensou em virar música após a morte?

Joias com cinzas para lembrar dos falecidos

A vida da morte: pura poesia sobre vida e morte em um curta-metragem




Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


ASSINE NOSSA NEWSLETTER

Compartilhe suas ideias! Deixe um comentário...