Vale terá que pagar R$ 1 milhão de indenização a cada trabalhador vitimado por crime em Brumadinho


A Justiça condenou a Vale a pagar de R$ 1 milhão por dano moral por cada trabalhador morto no crime socioambiental de Brumadinho, totalizando R$ 137 milhões de indenização.

As indenizações trabalhistas previstas em acordo envolvem a Vale, o Ministério Público do Trabalho e sindicatos. A determinação é que pais, cônjuges ou companheiros, filhos e irmãos dos trabalhadores mortos pelo rompimento da Barragem do Córrego do Feijão, em Brumadinho, recebam, individualmente, indenização por dano moral.

Em nota, a empresa ainda não informou se vai recorrer da decisão judicial, embora tenha alegado que está realizando acordos com os familiares das vítimas desde 2019 para “garantir uma reparação rápida e integral”, informa a Tribuna de Minas.

O Sindicato Metabase Brumadinho alegou que os pagamentos de indenizações vinham sendo destinados a reparar as famílias por dano moral sofrido. A decisão desta semana abrangeu o dano moral sofrido pela própria vítima, que perdeu a sua vida.

Para  Maximiliano Garcez e Luciano Pereira, advogados do sindicato, a sentença judicial repara os danos sofridos pelos trabalhadores mortos, que, segundo o Garcez:

“Foram cruelmente abandonados pela Vale, que destinou R$ 37 bilhões até mesmo para obras viárias em Belo Horizonte, e nenhum centavo para indenizar o terrível sofrimento dos trabalhadores falecidos, que morreram em condições artroses e que tiveram décadas de vida abreviadas”.

O derramamento de rejeitos de minério, que ocorreu em 25 de janeiro de 2019 por causa do rompimento da barragem, provocou a morte de 270 pessoas, sendo 137 funcionários diretos da mineradora.

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Gisella Meneguelli

É doutora em Estudos de Linguagem, já foi professora de português e espanhol, adora ler e escrever, interessa-se pela temática ambiental e, por isso, escreve para o greenMe desde 2015.


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