Advogada alemã negacionista do coronavírus é internada em clínica psiquiátrica


A advogada alemã Beate Bahner, de 54 anos, moradora de Heidelberg, cidade localizada às margens do rio Neckar, no sudoeste da Alemanha, iniciou um movimento negacionista da pandemia do coronavírus, principalmente por manifestar-se contra as medidas protetivas e de isolamento impostas pelo governo da Alemanha.

A advogada que já tinha um site profissional jurídico, passou a defender suas ideias acirradamente e logo ganhou projeção nacional na Alemanha e muitos adeptos, inc lusive porque intentou duas ações contra as medidas protetivas tomadas pelo governo, afirmando que elas contrariavam os direitos constitucionais do cidadão.

A partir disso, o Ministério Público em Heidelberg e o Departamento de proteção do Estado junto com o Departamento de Polícia Criminal local iniciaram uma investigação contra a advogada.

A suspeita do Ministério Público era de que Beate teria cometido publicamente um ato ilegal ao pedir às pessoas que resistissem aos regulamentos impostos contra o novo coronavírus na página de seu site e em outros veículos de comunicação. Além disso, em comunicado na imprensa, a investigada teria convocado uma reunião nacional no sábado de Páscoa.

Ganhando adeptos

O evento convocado pela advogada foi intitulado de “Coronoia 2020: nunca mais conosco! Ficamos de pé hoje!”, em tradução literal.

Ela também ganhou notoriedade no estado de Baden-Württemberg após apresentar uma ação judicial contra as regulamentações impostas pelo governo local para evitar a disseminação do novo coronavírus.

O pedido ainda não foi analisado.

Beater também levou o caso ao Tribunal Constitucional da Alemanha, a instância jurídica mais alta do país, que rejeitou totalmente o pedido.

A advogada alega que as restrições impostas pelo governo eram “tirânicas” e que era inconstitucional “trancar e incapacitar” uma população inteira.

O discurso dela ganhou muitos adeptos na Alemanha.

Surto

Na noite do domingo de páscoa, dia 12, Beate teria tido um surto na rua, chegando a agredir um policial e por isso foi detida e posteriormente internada em uma clínica psiquiátrica.

No entanto, jornais alemães locais, noticiaram que nos últimos dias antes de sua detenção, a advogada publicou em seu site textos nos quais ela dizia que estava sendo perseguida por pessoas que queriam matá-la, que helicópteros estavam sobrevoando sua casa e, logo atribuíram tom paranoico aos relatos.

No sábado, ela publicou um “decreto de ressureição” em seu site, declarando o fim das medidas de isolamento em toda a Alemanha.

Em áudio do telegrama que está sendo atribuído à advogada ela diz que foi levada à força para uma unidade psiquiátrica e que foi presa pela polícia em circunstâncias terrivelmente brutais e sob condições degradantes por motivo político e que hoje na Alemanha não era mais permitido a manifestação de pensamento livre.

Inimiga do Estado

O jornal Rhein-Neckar-Zeitung diz que a advogada enviou mensagem de voz à irmã contando que no domingo, dia da sua prisão, teria se sentido ameaçada por “dois assassinos” que estariam em um carro à frente do seu veículo, momento em ela correu em direção ao carro com os  dois ocupantes, que chamaram a polícia.

Ainda segundo o jornal, Beate gritava “Sou a maior inimiga do Estado nesse momento” e com a chegada dos policiais ela teria insistido em entrar no veículo dos dois ocupantes e foi impedida pela polícia, momento em que resistiu e agrediu um policial, tendo sido levada a prisão.

O porta-voz da polícia contou que, durante a prisão, Beate “passou a impressão de estar bastante confusa”, o que fez com que fosse levada para uma clínica psiquiátrica da região de Heidelberg.

Ela continua internada no hospital psiquiátrico e a pedido da polícia, seu site foi retirado na segunda-feira, porém hoje estava funcionando normalmente.

Apoiadores criticam o governo

Os apoiadores da advogada negacionista correram em sua defesa, aproveitando para publicar em blogs e redes sociais críticas ao governo e às medidas de isolamento e protetivas contra a Covid-19, inclusive querendo tornar Beate vítima de perseguição política.

A polícia de Heidelberg, no entanto, afirma que a prisão não teve relação com o ativismo da advogada ou com a investigação em andamento sobre a convocação ilegal da manifestação contra a quarentena, apenas sobre o evento isolado ocorrido no domingo de páscoa.

Na página inicial do site da advogada consta que na noite de terça-feira, 14 de abril, ela teria sido liberada da Prisão de Alta Segurança de Heidelberg, Departamento de Psiquiatria, Voßstraße 4, chefiada pelo diretor médico Prof. Dr. Sabine Herpetz. Assim, seria possível comparecer à audiência de hoje quarta-feira, 15 de abril de 2020, 13h em Heidelberg, Römerstr, junto ao gabinete do promotor público em Heidelberg que está investigando Beate Bahner sob a acusação de “pedido público de crimes”, de acordo com o § 111 StGB.

Beate Bahner pediu para dar seu depoimento à imprensa.

Depois desses fatos é provável que o número de apoiadores da advogada tenha crescido muito, mas também é provável que os negacionistas, os conspiradores e os complotistas sejam vistos como loucos, agora mais do que nunca.

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Fonte foto: Bild




Redação greenMe

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