21 de março. Dia Internacional contra Discriminação Racial. Vamos combater uma das maiores mazelas da sociedade


Não deveria importar a cor que identifica alguém, nem ser motivo de alarde a origem étnica das pessoas. Ser branco ou negro só mostra o que está por fora, nunca por dentro. No entanto, evidentemente, a cor da pele já foi usada para justificar muitas atitudes violentas, políticas discriminatórias e abusivas contra milhares de pessoas. E é por isso que datas como 21 de março, que marcam o Dia Internacional contra Discriminação Racial, não podem passar batidas.

É necessário – e urgente – falar sobre o assunto, com regularidade e humanidade. É assim que se combate uma das maiores mazelas da sociedade.

O que é discriminação racial?

Embora discriminação racial seja referente a qualquer distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada na raça, cor, ascendência, origem étnica ou nacional, segundo definição presente no Artigo I da Declaração das Nações Unidas sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial; é de senso comum que os mais afetados por esse tipo de discriminação são os negros e as minorias, como os índios e orientais.

racismo web

Basta saber, por exemplo, que o dia 21 de março foi escolhido pela Organização das Nações Unidas (ONU) para a luta contra a discriminação racial justamente porque, foi nesse dia que ocorreu o Massacre de Shaperville, em 1960. Na época, manifestantes saíram às ruas para protestar contra a “Lei do Passe”, que impedia negros de circularem em alguns lugares, na África do Sul. Nesse dia, 69 pessoas morreram e centenas ficaram feridas.

Discriminação no Brasil

Atualmente, no Brasil, a população negra é a maioria entre os indivíduos com mais chance de serem vítimas de homicídios, de acordo com o Atlas da Violência 2021. De cada 100 pessoas assassinadas no país, 77 delas são negras.

Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública divulgado em 2021, o assassinato de mulheres, conhecido como feminicídio, também atinge mais a população negra. De acordo com o levantamento, 62% das vítimas de feminicídio no Brasil são negras.

Dados do Ligue 180 – Central de Atendimento à Mulher, mostram que as negras são as maiores vítimas de violência doméstica, representando 58,68% dos casos. No mercado de trabalho a discriminação racial também é bem evidente.

A taxa de desemprego é maior entre negros e pardos, ficando em torno de 14,4% (negros) e 14,1% (pardos), acima da média nacional. O salário deles também é mais baixo, segundo levantamento da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE – 4° trimestre de 2016).

Para ter uma renda equivalente serão necessários 72 anos, de acordo com a pesquisa “A Distância que nos une – Um retrato das Desigualdades Brasileiras“, da ONG Oxfam.

Vamos combater uma das maiores mazelas da sociedade

Para combater um problema tão enraizado é preciso começar educando as crianças para que elas saibam e respeitem as diferenças. É importante que elas convivam, tenham amigos de diversas raças e origens.

Esta foto é ótima para ilustrar à criança a natureza como ela é:

racismo animais

Igualmente essencial é denunciar os atos discriminatórios, pois é o posicionamento, e não a omissão, que tolhem comportamentos racistas.

Não deixe nunca de dar voz às pessoas que sofrem com isso, e caso seja você a sofrer, não se cale. Existem várias formas de denunciar, e muitos órgãos competentes para procurar, tais como delegacias, ouvidorias, OAB e conselho tutelar. O 190 acolhe denúncias do tipo. Só não se cale.

“Numa sociedade racista, não basta não ser racista. É necessário ser antirracista.”

Angela Davis

O racismo é um crime inafiançável e imprescritível, segundo a Constituição de 1988.

21 de março é o Dia Internacional contra Discriminação Racial, data em que devemos nos lembrar que é nosso dever combater uma das maiores mazelas da sociedade, a discriminação racial.

Fontes:

  1. G1
  2. Valor Econômico
  3. Geledes

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Cintia Ferreira

Paulistana formada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro, tem o blog Mamãe me Cria e escreve para greenMe desde 2017.


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