Facebook permite discurso de ódio contra russos


Se Vladimir Putin fosse desequilibrado e louco como alguns dizem, ele já teria apertado o botão da extinção humana.

O que estamos assistindo é uma guerra de ódio contra a Rússia, ou melhor, contra pessoas de nacionalidade russa que muito provavelmente não têm nada a ver com a guerra, não aprovam a guerra e gostariam que tudo acabasse. Pior ainda é revirar do túmulo russos monumentais como Tchaikovsky e Dostoiévski, como se pudéssemos apagar a contribuição desses grandes artistas para a humanidade.

Putin ainda não enlouqueceu, não pelo menos, ainda, ao ponto de jogar tudo para o ar mas, tem muita gente que, ao contrário dele, perdeu a noção do perigo e proclama guerra do ódio jogando chama em uma fogueira perigosa de vaidades, sobre quem tem o poder da humanidade nas mãos.

Vamos aos fatos:

O Meta Platforms permitirá que usuários do Facebook e do Instagram em alguns países clamem por violência contra russos e contra soldados russos no contexto da invasão da Ucrânia.

Também tá liberado clamar pela morte de Putin ou do presidente bielorrusso Alexander Lukashenko.

Não que a empresa tenha propagandeado um “bota a boca no trombone do ódio” mas, de acordo com a Reuters, teria pedido aos seus moderadores de permitirem que usuários dos países da Europa Oriental e Cáucaso não fossem recriminados se destilarem ódio contra os invasores russos.

“Como resultado da invasão russa da Ucrânia, temporariamente permitimos formas de expressão política que normalmente violariam nossas regras, como discurso violento como ‘morte aos invasores russos’. Ainda não permitiremos apelos credíveis à violência contra civis russos”, disse um porta-voz do Meta em e-mails internos vistos pela Reuters.

Segundo a agência, as expressões de desejos de morte aos líderes serão permitidas a menos que contenham detalhes de como e onde, ou seja, pode dizer que quer matar, mas não dizer como e onde.

E tem mais:

Os e-mails também mostraram que o Meta permitiria elogios ao grupo neonazista Azov, o que normalmente é proibido, mas a empresa estaria

“por enquanto, fazendo uma pequena exceção para elogios ao Regimento Azov estritamente no contexto de defender a Ucrânia, ou em seu papel como parte da Guarda Nacional da Ucrânia”.

O Azov é um grupo neonazista que, sim, com todas as probabilidades mata criancinha.

O contra-ataque russo

A Rússia contra-ataca através de sua embaixada nos Estados Unidos, exigindo que Washington interrompa as “atividades extremistas” do Meta.

Combatendo também no front da informação e da cultura do cancelamento, o país, anteriormente, em resposta ao ataque sofrido pela Itália que demitiu maestro de orquestra e fotógrafo russos, pediu quadros seus de volta ao Hermitage de São Petersburgo.

Na semana passada, a Rússia disse que estava banindo o Facebook em resposta às restrições de acesso à mídia russa na plataforma. Muitas das principais plataformas de mídia social anunciaram  restrições de conteúdo em torno do conflito, bloqueando mídias estatais russas como RT e Sputnik da União Europeia.

Segundo os russos:

“Os usuários do Facebook e Instagram não deram aos proprietários dessas plataformas o direito de determinar os critérios de verdade e colocar as nações umas contra as outras”, disse a embaixada russa no Twitter em uma mensagem que também foi compartilhada por seu escritório na Índia.

De quem é a verdade?

Isso mostra o quanto a verdade, as fake news, os podes e não podes da vida são apenas uma questão de quem manda. A verdade não tem nada a ver com ética, nem com moral, nem com a verdade em si.

O que estamos assistindo com essa guerra é a prova clara de que vivemos em uma Matrix. Hoje são os russos, amanhã pode ser os brasileiros. Hoje foram os milionários que tiveram bens confiscados só porque são russos, amanhã pode ser qualquer um que esteja na hora errada no lugar errado, que se recuse a ser vacinado, a virar vegano ou a transmutar para robô, permitindo que a Inteligência Artificial melhore a sua capacidade intelectual. Experimentos para isso já existem:

Ódio do bem

A questão é que a coisa toda é colocada como boa. Excepcionalmente podemos odiar alguém, mas quem? Quem devemos odiar, se nessa história, convenhamos, não apareceu ninguém que demostrasse vontade de paz. É só lenha na fogueira: sanção, discurso de ódio e diplomacia que é bom…. ZERO!

De que lado você está?

Estamos vivendo uma guerra de (des) informação onde o público está, como diz o ditado, feito cego em meio a tiroteio e ainda sendo estimulado a torcer por uma das partes quando, na verdade, ele só quer viver em paz.

Não dizemos isso porque gostamos do Putin, mas não podemos achar normal desejar a morte de soldados e elogiar grupo nazista. Nosso único e profundo desejo é que o bem vença o mal que tem assolado a Terra (além da questão da guerra), e que a verdade saia vitoriosa como a luz do sol que traz esperança a cada dia que nasce.

Chega de guerra. Chega de ódio.

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Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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