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Em um período marcado por incertezas e tensões globais no início da década de 1930, dois dos maiores gênios da história humanidade, Sigmund Freud e Albert Einstein, trocaram cartas que abordavam questões profundas sobre a natureza da guerra, suas causas e como preveni-la. O diálogo entre esses dois notáveis pensadores continua super atual, dada a corrente ameaça à paz mundial que estamos sofrendo por conta das guerras em curso. Será que seremos capazes de um dia suprimir as tendências agressivas da humanidade?
Em julho de 1932, Albert Einstein escreveu uma carta a Sigmund Freud convidando-o a participar de uma coletiva de intelectuais que discutiriam a perspectiva da paz. Einstein estava preocupado com as crescentes tensões internacionais e desejava reunir as mentes mais brilhantes de sua época para buscar soluções para a ameaça iminente de guerra.
Nesta carta, Einstein expressou seu desejo de explorar a psicologia das massas e a busca de uma compreensão mais profunda das raízes psicológicas da guerra.
Freud prontamente respondeu a Einstein e expressou sua disposição para participar do diálogo. Ele concordou com a importância de abordar a questão da guerra, mas a partir de uma perspectiva diferente. Freud acreditava que a agressão era uma parte inerente da natureza humana e que a guerra era o resultado de conflitos inevitáveis. Ele escreveu em sua resposta que
“Não posso conceber da agressão como o resultado de distúrbios no funcionamento dos processos mentais individuais”.
Freud argumentava que as guerras eram o resultado de conflitos coletivos e que a paz era uma ilusão.
O diálogo entre Freud e Einstein revelou pontos de vista divergentes sobre a natureza humana. Einstein era mais otimista, acreditando que medidas políticas e sociais poderiam ser tomadas para evitar conflitos. Ele destacou a importância de uma organização internacional eficaz que pudesse impedir as guerras.
Por outro lado, Freud estava mais cético em relação à capacidade de prevenir a guerra. Ele via a agressão como uma parte intrínseca da natureza humana e via a guerra como uma manifestação desse instinto. Freud também enfatizava a influência do nacionalismo e da identidade cultural na propagação do conflito.
Einstein e Freud também discutiram a Liga das Nações, precursora da Organização das Nações Unidas, e acreditavam que poderia ser uma etapa importante para a prevenção de guerras. No entanto, ambos reconheceram suas limitações.
As cartas trocadas entre esses dois gigantes intelectuais representam um debate significativo sobre a guerra e a paz em um período crítico da história. Suas perspectivas complementares nos lembram da complexidade dessas questões e da importância de buscar soluções para um mundo mais pacífico.
O amor (Eros) e a morte (Tânatos), ou seja, as pulsões de vida e de morte que habitam em cada um de nós, poderiam ser equilibradas e um dia encontrarem a paz?
Segundo Freud:
“Se a propensão para a guerra é o efeito de um impulso destrutivo (Tânatos), então a recomendação mais evidente seria contrapor-lhe o seu antagonista (Eros). Tudo o que favorece o estreitamento dos vínculos emocionais entre os homens deve atuar contra a guerra.
Esses vínculos podem ser de dois tipos:
Em primeiro lugar, pode ser relações semelhantes, como aquelas que se manifestam diante de um objeto amoroso, mesmo sem intenções sexuais. A psicanálise não deveria envergonhar-se de falar de amor neste caso, pois a religião usa linguagem semelhante: ame o próximo como a ti mesmo, o que todavia é mais fácil de ser falado do que praticado.
A segunda categoria de vínculo emocional é o que vem da identificação. Tudo o que leva os homens a compartilharem de interesses importantes produzem essa comunhão de sentimentos, essas identificações. E a estrutura da sociedade humana se baseia nelas em grande escala.”
Em resumo, o diálogo entre Sigmund Freud e Albert Einstein sobre guerra e paz oferece uma visão fascinante das opiniões e teorias desses dois ícones e continua a ser um exemplo de como a mente humana enfrenta os desafios da convivência pacífica em um mundo propenso a conflitos.
As cartas entre estes gênios da humanidade podem ser lidas aqui: (Einstein) e aqui: (Freud)
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Categorias: Sociedade
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