Mulher dança funk na festa da filha: feminismo tóxico


“O dinheiro é meu, o corpo é meu”, o feminismo tóxico da Anitta virando, de novo, top trend no Twitter. Vamos aos fatos: Brenna Azevedo, uma moça de 26 anos, mãe de uma menininha linda, foi gravada dançando o ‘Movimento da Sanfoninha’, música de Anitta, na festa de aniversário da filha. Detalhe: ela estava praticamente nua, usando um vestido transparente. As imagens viralizaram na internet e agora é um dos assuntos mais comentados nas redes sociais.

“Absurdo!” ; “E o pai que não faz nada” (será um manipulado por ela); “vergonha alheia”.

Criticar e cancelar é pra já!  Mas a moça se defende: é tudo meu!

“A filha é minha, o dinheiro é meu, o corpo é meu e eu faço da minha vida o que eu quiser”.

Ela deu duro para fazer a festa que deve ter custado caro e admite: bebeu sim, pois está vivendo enquanto os críticos, haters e canceladores estão morrendo.

Já se especula que a moça tenha se tornado a mais nova famosa dos 5 minutos, pois, com muitas probabilidades, ela já estaria na mira da Record TV para a próxima edição de A Fazenda.

Mas qual é o ponto? O feminismo tóxico!

O discurso do “dinheiro é meu, o corpo é meu” é muito bonito mas não permite, a priori, que seja usado como desculpa para qualquer coisa. Deus nos livre da censura e do cerceamento da nossa liberdade de expressão, mas uma coisa é certa: quem faz o que quer, ouve o que não quer. Chegar bêbada, seminua, fazer dancinha erótica em festa infantil pode ser a coisa mais linda pra Anitta e suas fãs, mas deixem os horrorizados se horrorizarem porque democracia é isso: o corpo é seu, o cérebro é meu!

O feminismo tóxico é uma ideia – e a cantora Anitta é mestre e mentora do movimento, se é que se pode assim dizer – onde a supremacia do corpo e do dinheiro feminino coloca a mulher no lugar da objetificação, de onde, paradoxalmente, ela sempre quis sair.

Se o homem é machista (masculinidade tóxica) porque faz da mulher puro objeto, livre de sentimento e valor moral, a mulher (feminismo tóxico) vai lá e assume esse papel: “eu tô pagando, o dinheiro é meu”. A mulher que segue os preceitos da Anitta não pensa, mas está assinando embaixo a sua sentença mercadológica, objeto de desmandos masculinos com a diferença de que ela pintou para si e para as amigas, a máscara de que ela também está usando os homens, e pagando agora com a mesma moeda.

No pacote ideológico tem também a história de que o sentimento de amorzinho, cuidado e atenção que deram às mulheres é puramente cultural. As mulheres de hoje querem se exibir, mostrar seus corpos e sentirem desejos tal qual os homens (só que os homens não se exibem, detalhe!). Então se tudo é cultural e a biologia não tem nada a ver com isso, agora chegou a vez delas. Os homens carregam a criança enquanto a mulher dança. O corpo é dela, provavelmente a festa quem pagou foi ela.

Tá tudo muito bom, tá tudo muito bem, mas será que as mulheres são isso mesmo? Será que elas querem isso mesmo? Será que o feminismo é isso? Será que as mulheres querem beber, pagar, se “amostrar”, ter contatinhos sem julgamentos, ser cafajestes como os homens sempre foram com elas? Então tá! Se assim for, tá certo. Aí, a menininha aniversariante está aprendendo bem a lição. E vamos torcer para a tal da Brenna virar famosa e ser a nova embaixadora do feminismo no Brasil e no mundo. Se os famosos podem, ela também pode, e pode ainda mais agora que também é famosa!

Segue o fio.

Fonte: Twitter

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Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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