Liubliana: como é a capital verde da Europa 2016


Como ser um prefeito recebido com todas as portas abertas nas capitais mais incríveis da Europa e do mundo? Fazendo da tua cidade um modelo de gestão sustentável.

Liubliana, capital e maior cidade da Eslovênia, foi denominada pela Comissão da União Europeia, a sua capital verde 2016.

Claro que os desafios não se comparam às nossas capitais porque Liubliana tem apenas 287 mil habitantes, ou seja, é uma cidadezinha para nós. Mas mesmo assim não foi fácil para o prefeito Zoran Jankovic ser tão respeitado no mundo inteiro por ter transformado a capital eslovena em um modelo de cidade green, moderna, que usa a tecnologia a favor da tutela ambiental.

No centro de Liubliana só se caminha a pé ou de bike. Táxi elétrico e gratuito além de um ônibus, também elétrico, que faz o percurso da praça do município ao Castelo, coisas que fazem de seu centro não um caos, típico das capitais, mas um lugar surpreendentemente silencioso e tranquilo, além de respirável.

70% do lixo urbano de Liubliana é reciclado. Mais de 1/3 do seu território é tomado por espaços verdes, bosques e parques públicos antes abandonados, que agora são cuidados e frequentados, oferecendo muita qualidade de vida aos habitantes.

O prefeito está no poder desde 2006. Era um administrador delegado de uma grande empresa quando foi eleito pela primeira vez e está em seu terceiro mandato consecutivo. O seu programa de governo, o Vision 2025, previa mobilidade sustentável, que valoriza o transporte público em vez do privado, máxima reciclagem até chegar ao lixo zero e ampliação das áreas verdes.

E tudo vai de vento em polpa, o próximo objetivo é ampliar a mobilidade sustentável na região inteira, com ônibus elétricos intermunicipais. A intenção é equilibrar os meios de transporte para que a mobilidade seja composta de 1/3 público, 1/3 privado e 1/3 não motorizado.

Além destas “pequenas” mudanças, que não necessitam de grandes investimentos pois não implicam na construção de grandes obras, Liubliana é verde também por ser uma cidade com tanta participação popular. Lugares antes abandonados agora servem para o plantio de hortas comunitárias.

A cultura do fazer bem à Terra também se verifica com o compartilhamento de coisas comuns, desde os livros da biblioteca ao bike sharing passando por uma experiência nova e muito interessante denominada de “compartilhamento cívico“. Um ex bar na periferia foi dado em gestão à uma associação civil sem fins lucrativos que fez do espaço um lugar onde se compartilha objetos que usamos de vez em quando. É a chamada “biblioteca das coisas“, onde o cidadão pode pegar emprestado eletrodomésticos, ferramentas e instrumentos vários, sem ter que comprar coisas que usaria uma ou duas vezes, ajudando a reduzir a pegada de carbono da produção, e economizando ainda por cima.

E pensar que nossa Olimpíada no Rio não conseguiu nem despolir a baía de Guanabara e tanto dinheiro foi-se ralo abaixo. Liubliana não tem comparação com nossas capitais mas a força de vontade de mudar, esta sim, se compara. Que tipo de cidade queremos? Que fique este exemplo a se admirar.

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Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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