Covid: recorde absoluto de mortes na Itália. Quase mil casos


O segundo país a ser atingido pelo coronavírus, depois da China, foi a Itália. E de lá nós tiramos tantas lições e exemplos sobre como lidar com a situação. Ontem os italianos tiveram um recorde absoluto no número de mortes por Covid-19.

Em um só dia, 993 pessoas morreram, ontem, 3 de dezembro, na Itália. O número é maior do que o pico de 27 de março, quando 969 pessoas morreram vítimas da doença causada pelo vírus SARS-CoV-2.

Somente ontem, foram 23.225 novos contágios em 226.729 testes realizados.

Desde o começo da pandemia, a Itália soma agora 1.664.829 casos de coronavírus, como informa o site do Ministério da Saúde italiano.

Índice Rt abaixo de 1

Embora o número de mortes assuste, o índice Rt alivia. Rt é o índice de reprodução do vírus ao tempo. Estando abaixo de 1, significa que uma pessoa sequer contagia outra.

O número de mortes também deve ser redimensionado. Isso porque quem morre hoje reflete uma situação pregressa de pelo menos 15 dias. A Itália está fechando o cerco, agora com o assim chamado “toque de recolher” e atualmente o país dividiu suas regiões em 3 situações: amarela, laranja e vermelha, com graus diferentes de restrições.

Os amarelos que estão melhor, tem bares e restaurantes fechados às 18:00 hs e às 22:00 todos devem estar em casa (toque de recolher). Os laranjas estão com bares e restaurantes fechados. Somente as lojas se salvaram. Os vermelhos estão com tudo fechado. As cidades tiveram a liberdade de fechar ou não escolas e parques, enquanto cinemas e shows seguem proibidos em todo o território.

As medidas parecem ter funcionado mas agora estão chegando o Natal e as festas de fim de Ano, e o povo quer sair, visitar amigos e fazer festa. A situação ainda é obscura. Ninguém sabe se poderá viajar. Por ora, somente os  amarelos podem viajar e somente para as regiões amarelas, enquanto os laranjas e os vermelhos não podem sair de suas regiões.

Mais um pouco de sacrifício

“Mais um pouco de sacrifício” pediu hoje o ministro da saúde italiano, Roberto Speranza. Embora o índice de transmissão do vírus esteja abaixo de 1, isso “não significa que o perigo passou”, disse.

O governo italiano aprovou ontem um “decreto de Natal“: proibindo viagens entre regiões (mesmo entre as zonas amarelas) de 21 de dezembro a 6 de janeiro.

Se o coronavírus não matar, existe a possibilidade de morte por depressão e desemprego. Parece ridículo falar mas o “fique em casa” não está sendo considerado como deveria em uma pandemia que virou sindemia, cujas consequências precisam ser contabilizadas, muito além do número de mortes.

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Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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