Adubo orgânico: 9 formas naturais de adubar a terra do jardim e vaso


A gente pensa que adubo, ou fertilizante, tem que ser preparado, compostado. Sim, é verdade mas, alguns usos diretos também são bons, com alguns cuidados, claro. Aprenda aqui algumas variantes.

A finalidade de se acrescentar adubos ou fertilizantes aos vasos ou canteiros, em um jardim, é nutrir as plantas, favorecendo seu crescimento, frutificação e saúde.

Fertilizantes que toda planta precisa

Há muitos fertilizantes diferentes no mercado – alguns são interessantes, como a torta de mamona, a farinha de osso, o húmus de minhoca, que você pode comprar empacotado e usar às colheradas em torno das suas plantas.

Mas, as plantas também precisam de adubos minerais, que contenham nitrogênio, fósforo e potássio, em quantidades maiores do que as muitas vezes disponíveis nas terras orgânicas. Sem os famosos N-P-K a maioria das plantas não conseguirá produzir seus frutos, ou ficará enfraquecida tornando-se alvo preferido dos insetos (as tais pragas de jardim – percevejos, pulgões, formigas, lesmas e caracóis, para lembrar alguns).

Mas, as formulações com N-P-K disponíveis no mercado são de fabricação industrial e, geralmente, feitos com resíduos de indústrias químicas ou petroquímicas. Não quer dizer que estes sejam ruins para a terra, a vida, a água – química é a vida toda e suas reações. Mas, sim que estão inseridos em uma lógica ruim, do lucro pelo lucro, sem respeito à vida, em si. E por isso, não os recomendamos.

O que são adubos orgânicos?

Hoje falo aqui de algumas alternativas viáveis para um jardim residencial – resíduos da sua cozinha, da sua casa, que você pode colocar diretamente nas plantas, sem passar pela composteira.

1. Restos de café

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O pó do café nosso de cada dia, que fica no coador, você pode jogar, direto na terra, em algumas plantas que gostam de solos ácidos (outras não vão se dar bem com este uso direto do café): então, se você tem mirtilos, roseiras ou azaleias, por exemplo, vai valer a pena.

Como fazer?

1. Espalhe o pó de café em volta destas plantas, por cima da terra. Isso vai ajudar no controle dos bichinhos, lesmas e pulgões e, aumentará a disponibilidade de fósforo na terra. Você também pode introduzir, levemente, o pó de café, com um rastelo pequeno. Para vasos, não ultrapasse uma colher de sobremesa em cada planta, para canteiros, uma colher de sopa. Isso porque, o pó de café acidificará a terra e, se estiver em demasia, acumulado, atrairá fungos indesejáveis – nessas medidas você poderá adubar todos os dias.

2. Mas, o melhor é juntar o pó, deixá-lo secar bem e fazer uma adubação mais forte, uma vez ao mês – meia xícara de chá de pó para cada planta, abra um buraco, misture essa quantidade na terra, feche o buraco e regue abundantemente. O pó usado do café, seco, dura bastante e pode ser usado para diversas coisas interessantes mas, é preciso secá-lo bem, para que não atraia fungos, como já disse.

3. Outra opção é regar com água de pó de café – para isso, junte seis xícaras de pó usado, em um balde (20 lt) de água, deixe em repouso, tampado, por até 3 dias, e pulverize toda a terra dos seus vasos e jardins. Evite molhar as plantas, folhas e frutos. O que precisa desta adubação rica em fósforo e outros minerais é a terra.

2. Casca de ovo

Casca de ovo esmigalhada, triturada ou moída, é excelente fonte de cálcio para o solo e as plantas. O uso direto da casca de ovo é interessante quando você pretende ter uma fonte de cálcio de absorção lenta.

Como fazer?

Neste caso, junte as cascas de ovo, deixe secar à sombra, quebre todas no pilão, ou moa no liquidificador, se preferir, e espalhe sobre a terra, em volta das plantas – tomateiros e pimenteiros vão adorar. Não exagere na quantidade pois o cálcio das cascas, que é 90% do seu peso, mudará significativamente o pH da terra onde elas estão.

3. Casca de banana

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Casca de banana é rica em potássio de fácil liberação. Você poderá usá-las como adubo tanto picotadas e misturadas á terra do vaso como, fervidas, em chá, para regar as plantas. Os pedaços cozidos da casca da banana devem ser misturados à terra, ou levados para a sua composteira.

Como fazer?

Corte as cascas de banana em pedaços pequenos e ferva em bastante água por uns 15 minutos. Quando estiver pronto, deixe descansar e depois dilua com 2 copos de água adicionais antes de aplicá-lo na terra das plantas.

4. Ervas verdes, capim, trevos

A incorporação de matéria verde ao solo é muito importante pois esta, na sua degradação natural, liberará os nutrientes que contêm. A dificuldade é você saber o que está, na verdade, introduzindo no seu jardim. Se você quiser aumentar o teor de nitrogênio, use urtiga e qualquer leguminosa (os trevos, por exemplo). A urtiga também te dará ferro. O confrei é rico em potássio e o dente-de-leão, em cálcio e magnésio.

Como fazer?

1. Adubação verde – mas, basicamente, todo resto vegetal pode ser espalhado sobre o solo, deixado para secar, ou misturado com a terra, depois de picotado. Evite as raízes de gramíneas pois estas rebrotam rapidamente, e também as plantas florescidas com sementes maduras – para que você não tenha, depois das chuvas, uma infestação de ervas diversas no meio da sua horta, concorrendo com os nutrientes disponíveis.

2. Fermentado de ervas verdes – junte as ervas escolhidas, picote-as, coloque-as em um saco de pano, em um pote. Acrescente água e deixe fermentar por 10 dias, mexendo sempre. Depois desse tempo, disponha um punhado de cada erva nos vasos. Use a água de fermentação para irrigar as plantas.

5. Cinzas

As cinzas são ricas em potássio e fósforo e outros sais minerais, em menor proporção. O fósforo é essencial para ajudar a maturação de flores e frutos, aumentando seu aroma e sabor. As cinzas também são boas para afastar diversas pragas de horta pois alteram o pH do solo. Por isso, não se joga cinza em solo ácido.

Mas, cinza boa é cinza de madeira pura, que não tem tinta, verniz ou outros químicos, que não está em área de poluição elevada, com metais pesados ou outros poluentes perigosos que, muitas vezes, permanecerão no seu jardim. Então, escolha bem as cinzas que vai usar.

Como fazer?

Você poderá usar “água de cinza” nas regas diárias (não molhe as folhas, só a terra) ou poderá espalhar cinzas em volta dos troncos (para árvores de fruto, essa é a maneira mais prática). Evite encostar as cinzas à árvore.

6. Plantar batatas

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Uma ótima maneira de introduzir nitrogênio na terra é plantar batatas – qualquer tipo de batata vale: e depois de colher, corte as folhas, introduza tudo no solo, e distribua esse solo rico, aos punhados, pelos seus vasos e canteiros, tendo o cuidado de misturar com a terra.

7. Restos de camarão, casca de siri e coisas afins

Excelente para repor fósforo e nitrogênio, as cascas de crustáceos deverão passar por uma preparação antes de serem espalhadas pelos seus vasos. Abra um buraco na terra, junte aí todas as cascas de crustáceos que tiver. Feche o buraco por 40 dias. Este será o seu depósito e dele você poderá tirar, aos punhados, o adubo rico para os vasos.

8. Restos de peixe são ricos em fósforo e nitrogênio

Quando tiver restos de peixe, enterre em um buraco de, pelo menos 40cm de profundidade, na parte de cima da sua horta, se esta tiver alguma inclinação. Ou então, plante por cima do buraco de peixe – é especialmente bom para milho e tomates.

9. Alterne os cultivos com feijões e outras leguminosas, como adubo verde

leguminosa

Até nos vasos é preciso alternar os cultivos pois a terra se cansa. Um bom conselho é você plantar alguma leguminosa e, quando estiver com folhagem, cortar tudo e misturar com a terra. O vaso assim estará preparado para uma planta que precisa de nitrogênio e não o sabe produzir, como os tomateiros, por exemplo.

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Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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