ORIGAMI: história e como fazer as formas básicas


Dobrar papel pode parecer uma brincadeira de criança, como quando aprendemos a fazer barquinhos, chapéu e aviões de papel. No entanto, os japoneses transformaram essa simples brincadeira em uma verdadeira arte, a qual recebe o nome de Origami.

Por trás da arte de dobrar papéis, existe um verdadeiro significado não só no ato da dobradura, bem como no sentido de cada forma e o que representa cada dobra executada com perfeição. Sim, no origami é importante que as dobras sejam bem executadas para que o resultado final seja harmônico e representativo.

Nesse artigo vamos aprender sobre a história do Origami, como fazer, quais as habilidades necessárias e daremos algumas sugestões de vídeos que ensinam como fazer algumas formas mais conhecidas. Dentre elas a do tsuru, uma ave sagrada que além de muito bela por suas linhas finas e delicadas, possui uma história de esperança, fé e tradição.

O que é origami?

Origami é uma técnica japonesa na arte de dobrar papéis, cujo significado tem origem no próprio nome (ori = dobrar e kami – papel). Essa técnica existe há mais de um século e é diferenciada, pois para se chegar nas formas desejadas, não são utilizados recortes ou cola, apenas dobras com vincos perfeitos que dão forma em sua grande maioria a animais de diversos tipos e enfeites coloridos.

A história

A história do Origami começa pela explicação da origem do papel utilizado para fazer as dobraduras. Os origamistas (pessoas que fazem os origamis) acreditam que o ato de dobrar o papel representa a transformação da vida, pois eles têm a consciência de que os papéis utilizados para fazer origami foram um dia uma semente que germinou, cresceu e se transformou em uma árvore.

No Japão existem vários tipos de papéis utilizados para fazer origami. No ano 610, os monges budistas coreanos utilizavam um tipo de papel, mas os japoneses desenvolveram seus próprios papéis utilizando fibras de plantas nativas:

  • kozo para papel resistente;
  • gampi para os nobres;
  • mitsumata para os mais delicados;
  • washi utilizado tanto para escrever quanto para produzir origamis.

Com relação à origem do Origami, o registro mais antigo consta num poema de Ihara Saikaku, em 1680, onde ela utiliza a palavra “orisue” para designar a arte de dobrar papéis.

Além disso, a prática de fazer origamis era comum em cerimônias religiosas, cujas peças tinham um significado de acordo com a ocasião. Nos casamentos, a garrafa de saquê (vinho de arroz) é enfeitada com um casal de borboletas feitas de origami (ocho e mecho). Outra figura conhecida como noshi era colocada nos envelopes e presentes de grande valor.

De acordo com a pesquisa, os origamis cerimoniais foram criados no Período Muromachi (1336 a 1573). E no Período Edo (1603 a 1867), foi quando os origamis ficaram mais populares. Nesse período foram publicadas duas obras com orientações sobre como fazer origamis:

  • Hidem Sembazuru Orikata por Akisato Rito (1797)
  • Kayaragusa por Adachi Kazuyuki (1845), também conhecida por Kan no Mado

O tsuru (grou-japonês), tornou-se o símbolo dos origamis. Trata-se de uma ave japonesa, cuja origem (em origami) é desconhecida, mas que ficou popular por sua longevidade, associando-se assim à prosperidade, saúde e felicidade. A história do tsuru é associada à de uma garota corajosa chamada Sadako Sasaki, como veremos mais à frente.

Continuando sobre a história do Origami, conta-se que os mouros também praticavam a arte de dobrar papel. No entanto, a cultura deles era bem diferente, pois eles acreditavam que não poderiam representar animais. Por isso, eles faziam apenas figuras geométricas.

O filósofo Miguel de Unamuno, reitor da Universidade de Salamanca, conheceu a arte e lançou a “papiroflexia”, palavra espanhola que também significa arte de dobrar papel. Coincidentemente, na Espanha, surgiu a ave “pajarita” feita de dobradura de papel.

No Brasil, o origami foi introduzido por imigrantes japoneses e na Argentina por espanhóis.

Até então a arte de dobrar papéis tinha uma técnica única e imutável, mas a partir de 1950 os paradigmas foram quebrados pelo japonês Akira Yoshisawa, que desenvolveu inclusive a técnica wet folding que é a arte de dobrar papéis molhados. Isso fez com que sua arte fosse reconhecida internacionalmente, especialmente nos EUA, em 1958.

As técnicas de origami foram ainda mais aperfeiçoadas, utilizando-se cálculos matemáticos e geometria tanto para criar diversas formas, como para ser possível desdobrar o papel sem rasgar. Além dos livros que ensinam a fazer origamis, foram publicados também livros de exercícios geométricos feitos com dobradura de papel.

Como fazer e quais habilidades são necessárias

Para fazer origamis são necessários papéis em forma de quadrados perfeitos. Não é permitido cortar, colar ou desenhar para se chegar nas formas a serem criadas. Por isso, foram publicados diversos livros com o passo a passo de como fazer cada dobrinha para fazer belíssimas e precisas obras de arte feitas de papéis coloridos.

Além dos livros, existem diversos vídeos que ensinam essa arte, explicada por quem entende bem do assunto. Por isso, separamos 4 opções para começar. Você vai precisar apenas de muitos quadradinhos de papéis coloridos, paciência e determinação! Vamos aprender?

Não precisa ser um artista nem ter habilidades manuais especiais. Concentração e precisão são requeridos…e talvez, nada mais que isso.

Dragão

O origami de dragão é um modelo criado por Jo Nakashima. É um dos modelos mais avançados de origami, mas com um pouco de paciência e muita prática, é possível chegar ao resultado apresentado pelo rapaz do vídeo. Clique abaixo no video e veja a técnica:

Borboleta

Diferentemente do dragão, o origami em forma de borboleta é bem simples e rápido de fazer. Conforme explica o instrutor, algumas pessoas optam por cortar as pontas no término do processo para deixar as asas arredondadas, mas tradicionalmente o correto é deixar as pontas (até mesmo porque cortar, colar e desenhar não faz parte da prática de origamis). Vejam como é fácil:

Tsuru

Ave sagrada do Japão, o Tsuru é símbolo de saúde, boa sorte e longevidade. Existe uma lenda que o Tsuru pode viver até mil anos, por isso que a tradição japonesa diz que se fizer mil tsurus de origami mentalizando um desejo, ele será realizado.

Verdade ou não, vai da fé de cada um. Tanto que, em 1945, surgiu uma história de uma japonesa que sobreviveu ao ataque da bomba de Hiroshima, mas ficou com leucemia. A pequena Sadako Sasaki, de 12 anos, em seu tratamento no hospital, recebeu vários papéis coloridos para que fizesse os mil tsurus mentalizando a cura.

Como a doença foi se agravando, ela resolveu mudar o propósito da oração e passou a fazer os tsurus mentalizando a paz mundial. Infelizmente ela faleceu antes de terminar os tsurus, mas os amigos continuaram a campanha e conseguiram arrecadar também dinheiro para a construção do monumento pela paz, o qual foi inaugurado em 1958.

O vídeo abaixo mostra como fazer um origami com neste formato:

E por fim, vamos a outro modelo de origami queridinho das crianças: o sapo ou rã. Esse também é muito simples e rápido de fazer, porém neste vídeo o rapaz “foge” à regra de não poder cortar e desenhar, pois ele precisou cortar uma parte do papel e “pintar” os olhinhos do sapo. Mas não tem problema, o importante é que o resultado é bem bacana e com certeza vai distrair e agradar a criançada!

Essas foram só algumas sugestões de milhares que podemos encontrar por aí! Caso queiram se especializar e aprender formas diferentes, aproveitem da tecnologia e busquem por mais vídeos. Há alguns anos não existia essa facilidade e quem quisesse aprender, tinha que consultar livros enormes, como um que peguei emprestado com meu primo que casou com uma japonesa! (risos).

Esperamos que tenham gostado das dicas e boas práticas!

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Eliane A Oliveira

Formada em Administração de Empresas e apaixonada pela arte de escrever, criou o blog Metamorfose Ambulante e escreve para greenMe desde 2018.


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