Bill Gates vai escurecer o sol para refrescar a Terra?


O sol está forte demais, queimando o gelo polar, causando seca e inundação mas a tecnologia resolve tudo. Basta pulverizar carbonato de cálcio (CaCO3) na atmosfera e refletir parte da luz solar de volta para o espaço.

Resumindo, o que o gelo de ambos os polos da Terra faz (e não o fará mais dado que está derretendo) será feito por uma alta tecnologia fomentada pelo bilionário e filantropo Bill Gates. Assim a Terra estará linda e fresca de novo!

A notícia é de um ano atrás mas voltou a circular nas redes porque o projeto seria experimentado esse ano na Suécia, alarmando ambientalistas que se opõem à assim chamada geoengenharia solar.

Vamos aos fatos, ou melhor aos factcheckers.

A notícia: escurecer o sol

A notícia é a de que Bill Gates estaria financiando um estudo junto a alguns cientistas de Harvard para usar na atmosfera um aerossol capaz de dissipar a quantidade de luz solar que incide sobre a Terra. A proposta é resfriar a Terra e conter o aquecimento global.

O nome do projeto é Experimento de Perturbação Controlada Estratosférica (SCoPEx, na sigla em inglês), e consiste em dissipar particular não tóxicas de carbonato de cálcio (CaCO3) na atmosfera para “escurecer o sol”, ou melhor, para tornar a incidência dos raios solares menos agressiva.

A missão teria seu primeiro experimento em junho de 2022, liberando no céu sueco um balão para testar os sistemas operacionais e de comunicação responsáveis pela emissão do pó de CaCO3 na atmosfera, pela Swedish Space Corporation, uma estatal sueca de tecnologia espacial envolvida nessa etapa do projeto.

O fato: não é bem assim

O factcheck do USA TODAY apurou que não é bem assim. Escurecer o sol é um exagero que deturpa a natureza do projeto.

Em sua essência, o SCoPEx gira em torno do conceito de geoengenharia, cujos esforços em larga escala tentam reduzir os efeitos das mudanças climáticas. Os cientistas querem entender se existem aerossóis que possam dissipar o calor solar que atinge a Terra, mas sem causar qualquer mudança química na estratosfera.

Na verdade, este não é o primeiro experimento nesse sentido:

Até que parece bom, não fossem os possíveis efeitos colaterais. Cientistas avessos à ideia apontam que o aerossol poderia ser um tiro no pé, e que em vez de controlar a entrada de luz solar na Terra, causar mudanças ainda mais extremas no clima.

Enfim, mexer com a natureza de maneira assim incisiva é amedrontador. Mas estamos pesquisando maneiras de colocar microchip no cérebro humano enquanto o espaço aéreo se enche de detritos espaciais deixados pelos satélites.

Em vez de dissipar a luz da Terra de volta para a atmosfera, não é que estamos indo para um buraco negro?

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Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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