Microplásticos podem grudar nas vias aéreas superiores, diz estudo 


O plástico é um problema ambiental conhecido e de difícil solução. Embora existam algumas inovações, nesse sentido, os resultados ainda são muito tímidos frente ao perigo que a poluição com esses materiais representa. Um dos resíduos desses itens, os microplásticos, foram, por muito tempo, negligenciados e só agora as pessoas estão começando a conhecer os danos causados por eles. Um novo estudo mostra que esses prejuízos podem ser ainda maiores do que todos pensavam.

Vias aéreas superiores

Pesquisadores da Austrália, Irã e Bangladesh fizeram testes para detectar a presença de microplásticos no organismo humano. Publicado no periódico Physics of Fluids, o estudo mostrou que as pessoas podem estar inalando cerca de 16.2 bits de microplásticos a cada hora. Presentes na água, no solo e no ar, esse material pode se acumular na cavidade nasal, orofaringe (porção da garganta que no fundo da boca) e parte posterior da garganta.

O estudo

O estudo analisou o fluxo de fluidos e o transporte de microplásticos nas vias aéreas, levando em consideração a morfologia assimétrica e complexa das vias aéreas superiores.

Os resultados numéricos revelaram que a cavidade nasal, boca-garganta e traqueia apresentam alta pressão, enquanto uma alta velocidade de fluxo é observada após a passagem da traqueia. As taxas de fluxo, forma e tamanho dos microplásticos influenciam o padrão de deposição, e uma taxa de fluxo mais alta resulta em uma menor eficiência de deposição para todas as formas de microplástico. A cavidade nasal é uma região de alta taxa de deposição em comparação com outras áreas.

O estudo também calculou o ponto de deposição de microplásticos específicos em várias condições de fluxo. Essas descobertas contribuem para o conhecimento do transporte de microplásticos nas vias aéreas e podem beneficiar o desenvolvimento de terapias futuras. Estudos futuros serão focados no efeito de diferentes formas de microplásticos nas vias aéreas pulmonares humanas, considerando condições saudáveis e doentes das vias aéreas.

Saiba mais:

Os autores da pesquisa tem como objetivo mostrar os riscos por trás desse poluente. Uma outra pesquisa anterior, feita pela Universidade de Cornell e Utah, mostrou que as pessoas estão ingerindo cerca de 40 mil pedaços de microplástico por ano.

Além de toda preocupação ambiental, está mais do que na hora de cobrar políticas públicas e rever hábitos de consumo, pois a poluição do meio ambiente está devastando o Planeta e todos os seres vivos.

Fontes:

  1. Islam, M. S., Rahman, M. M., Larpruenrudee, P., Arsalanloo, A., Mortazavy Beni, H., Islam, M. A., Gu, Y., Sauret, E. How microplastics are transported and deposited in realistic upper airways. Physics of Fluids 35, 063319 (2023). Doi: 10.1063/5.0150703
  2. Revista Galileu

Fontes:

  1. Revista Galileu

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Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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