A ONU também pede a proibição global dos mercados de animais vivos


A pandemia de Covid-19 gerou um alerta sobre os riscos sanitários dos mercados abertos, onde são manipulados animais para serem vendidos vivos ou mortos.

A presidente da Convenção da ONU para a Biodiversidade, Elizabeth Maruma Mrema,  chegou a pedir a proibição global dos mercados de animais silvestres, visto que o novo coronavírus pode ter sido originado nesse tipo de mercado.

Mrema disse ao jornal inglês The Guardian que essa proibição impedirá epidemias futuramente. Entretanto, esses mercados estão enraizados em práticas culturais tradicionais de muitas sociedades. Por isso, ela apontou que devem ser produzidas alternativas para as comunidades que ganham a vida vendendo animais selvagens, caso contrário, o tráfego desses animais poderá aumentar e algumas espécies poderão, inclusive, correr o risco de extinção.

A origem do novo coronavírus

A Covid-19 foi diagnosticada primeiramente em um mercado de alimentos em Wuhan, na China, onde produtos oriundos de animais domésticos e selvagens são vendidos (naquela ocasião tratava-se do surto de uma pneumonia estranha). O vírus é a forma mutante do betacoronavírus, transportado por morcegos que poderiam tê-lo transmitido às pessoas através de uma cobra ou um pangolim.

A ONU declarou guerra aos chamados “wet market” (“mercado molhado”, em referência ao sangue escorrendo dos animais que se mistura a escamas, penas, vísceras, ossos e demais restos de sujeiras no chão) pedindo a proibição mundial deles para evitar futuras pandemias.

Para a ONU, esse tipo de mercado deve ser proibido, sejam os animais vendidos vivos ou mortos. O secretário-geral de Conservação da Biodiversidade e do Desenvolvimento Ambiental da China, Jinfeng Zhou, declarou que:

“Concordo que deve haver uma proibição global de “wet market”, o que ajudará muito a conservar a vida selvagem e a proteger-nos do contato inadequado com esta. Mais de 70% das doenças humanas vêm da vida selvagem e muitas espécies são ameaçadas pelo seu consumo”.

Preservar é a chave

Mrema diz que está otimista sobre as pessoas levarem mais a sério as consequências da destruição do mundo natural após a pandemia do novo coronavírus, o que ajudaria a erguer uma estrutura pós-2020 mais adequada à biodiversidade.

Preservar ecossistemas intactos e a biodiversidade nos ajudará a reduzir a prevalência de algumas dessas doenças. Portanto, a maneira como cultivamos, a maneira como usamos os solos, a maneira como protegemos os ecossistemas costeiros e a maneira como tratamos nossas florestas ou arruinarão o futuro ou nos ajudarão a viver mais “, diz ela.

Ela lembrou do final da década de 1990, na Malásia, quando houve o surto do vírus Nipah. Acredita-se que o vírus tenha resultado de incêndios florestais, desmatamento e seca que fizeram de morcegos os vetores do vírus para agricultores.

Além de os mercados serem foco de transmissão de doenças, os animais sofrem de fome, desidratação e doenças.

Nos links abaixo você vai saber melhor como esses mercados funcionam (com vídeos impressionantes) e conhecer uma petição que pede pelo fechamento deles.




Gisella Meneguelli

É doutora em Estudos de Linguagem, já foi professora de português e espanhol, adora ler e escrever, interessa-se pela temática ambiental e, por isso, escreve para o greenMe desde 2015.


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