Depois de 52 anos em cativeiro, finalmente essa Orca poderá ser libertada. Assine a petição


Depois de meio século em cativeiro, Tokitae (Lolita), a orca performática de um aquário norte-americano, pode ter a chance de finalmente voltar para casa: o mar.

Saiba mais com as informações a seguir.

Como Tokitae foi capturada

De acordo com o The Guardian, cinco décadas atrás, em agosto de 1970, um grupo de pescadores reuniu mais de 80 orcas em uma enseada na ilha Whidbey, no estado de Washington.

Usando barcos, explosivos, redes e paus, eles separaram filhotes de orcas de suas mães.

Os moradores das redondezas ficaram  assombrados pelos gritos das baleias.

Mais de 80 orcas foram capturadas e 6 filhotes de baleia foram vendidos para parques marinhos.

Dos filhotes de orca que foram separados de suas mães, apenas um deles ainda está vivo no Miami Seaquarium, que é a orca Tokitae, também chamada pela abreviatura Toki.

O Miami Seaquarium adquiriu a Tokitae para utilizá-la em apresentações performáticas com o nome artístico de Lolita.

Com isso, ela passou os últimos 52 anos de sua vida em uma piscina no Miami Seaquarium – o menor recinto de orcas da América do Norte – apresentando-se para multidões até sua aposentadoria no início deste ano.

Possível soltura de Toki

Com a aposentadoria de Toki, ativistas estão lutando para devolvê-la ao noroeste do Pacífico, para que possa viver seus últimos dias em habitat natural.

A mãe de Tokitae deve estar na casa dos 90 anos e ainda nada nas águas do Mar Salish, com um grupo de orcas residentes dessa área.

Segundo ativistas, com a soltura de Tokitae, ela poderá se unir à sua mãe e à sua família.

Para conseguir essa liberação de Toki ao seu habitat natural está sendo feita uma mobilização que conta com entidades de proteção animal marinhos, grupos indígenas norte-americanos e apoiadores da proteção animal do mundo inteiro.

Reportagem sobre mobilização para a soltura de Toki

Este vídeo do canal EFE Brasil, publicado em 2018, mostra líderes da tribo índigena “Lummi”, conhecida como Gente do Mar, pedindo aos responsáveis pelo parque aquático Miami Seaquarium pela libertação da orca Lolita.

Essa tribo defende as águas da costa noroeste de Washington, local onde vive uma colônia de orcas, por isso pede que Lolita retorne “ao seu lar e à sua família”.

O paradoxo da libertação de animais de cativeiro

A tão almejada possível libertação de Tokitae nos remete a um paradoxo causado pela interferência humana na vida natural de um animal: como uma espécie que passou tanto tempo em cativeiro pode ser solta com segurança em seu ambiente nativo?

A resposta a esse paradoxo pode apontar o caminho a ser seguido para lidar com outras baleias que ainda vivem em cativeiros ao redor do mundo.

Segundo a Whale Sanctuary Project ainda existem mais de 3.000 baleias e golfinhos em cativeiro em todo o mundo, incluindo 60 orcas e mais de 300 belugas em parques marinhos e aquários.

A resistência e a força de Toki

Por uma década, Toki dividiu um tanque com outra orca chamada Hugo, mas ele morreu de um aneurisma cerebral em 1980 depois de se bater repetidamente nas paredes de vidro do recinto.

Toki, é a segunda orca mais velha em cativeiro, e sua saúde teve seus altos e baixos.

Em avaliações recentes ela enfrentou uma doença aguda no início deste ano.

Apesar desses problemas e do longo cativeiro, ela tem demonstrado resistência e força.

.Sobre a força e a resistência de Toki, Howard Garrett, defensor, pesquisador de baleias e ativista da Orca Network em Whidbey Island, que vem lutando para libertá-la desde 1995, fez a seguinte observação:

“Ela é um milagre todos os dias.

É contra todas as probabilidades que ela ainda esteja viva.

Eu acho que é sobre sua saúde mental que mantém sua saúde física em boa forma.

Ela não é retraída, neurótica, não tem o comportamento estereotipado que indica qualquer tipo de dano cerebral associado ao cativeiro.

Ela pode ser uma completa exceção em sua capacidade de se manter saudável.”

Mais motivos para a sua libertação

Um dos motivos que impulsionaram ainda mais os ativistas a lutar pela libertação de Toki, se deu em 2005, quando as orcas residentes na área em que ela foi capturada, receberam proteção da Lei de Espécies Ameaçadas, que se estendeu a Toki em 2015.

Somando-se a esse fato, em 2021, um relatório feito e divulgado pelo órgão público USDA descreveu que o Miami Seaquarium cortou custos e negou cuidados adequados a Toki.

Esse relatório apontou que:

  • Toki estava sendo mal alimentada
  • O seu tanque permanecia frequentemente com a água suja
  • Faltava-lhe de abrigo ao sol forte

Fundação Friends of Lolita

Diante de todo esse contexto, em 2021, o ambientalista Pritam Singh fundou a instituição Friends of Lolita, para trabalhar pela sua libertação.

Esta fundação está atuando junto à empresa que atualmente opera o Seaquarium, para viabilizar a libertação de Toki.

Pritam Garrett acredita que é possível devolvê-la ao Pacífico; pois ela ainda pode ser transportada por 10 horas em uma confortável maca forrada, de Miami para alguma área nas Ilhas San Juan com água fria.

O futuro de Toki ainda não definido

O futuro de Toki ainda não está claro, pois além da possibilidade de ela ser devolvida ao seu habitat, existem outras, como:

  • Um plano operacional elaborado para trazê-la de volta ao Mar Salish, mas ela precisaria de muito espaço e potencialmente comida para o resto de sua vida.
  • Ela pode acabar em um recinto com rede, administrado pelo Whale Sanctuary Project, uma área de 40 hectares na Nova Escócia

Petição: Liberte a orca Toki após 52 anos em cativeiro!

Para apoiar a libertação de Toki de volta ao seu habitat natural, o noroeste do Pacífico onde ela nasceu e sua mãe vive com outras orcas, foi criada uma petição.

Clique ->AQUI  para assinar

Pelo melhor destino para Toki

Desejamos que o melhor seja feito para Toki e que ela possa desfrutar o resto de sua existência fora do cativeiro pequeno em que ela foi obrigada a viver por 52 anos.

Fontes:

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Deise Aur

Professora, alfabetizadora, formada em História pela Universidade Santa Cecília, tem o blog A Vida nos Fala e escreve para greenMe desde 2017.


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