Crocodilo Pocho: uma história para nunca duvidar do amor dos animais


Esta é uma história não tão recente que vale a pena relembrar. Muita gente costuma usar a palavra ataque para descrever encontros acidentais com tubarões, cobras e outros animais selvagens, porém, os animais não atacam deliberadamente, na realidade, eles se defendem.

A história que será relembrada neste conteúdo nos recorda do amor dos animais, inclusive selvagens.

Acompanhe!

Pocho, o crocodilo forte

Esta história pode parecer um conto, mas na verdade é real. Aconteceu em Siquires, província de Limón, Costa Rica.

Tudo começou quando o guia turístico e naturalista, Gilberto Shedden, apelidado de Chito, na época com 34 anos, encontrou um crocodilo quase moribundo nas margens do rio Reventazón em 1989, depois de um fazendeiro ter atirado na cabeça do animal, atingindo seu olho esquerdo.

Chito resolveu colocar o crocodilo em seu barco, com a ajuda de seus amigos e o levar para sua casa.

A recuperação do crocodilo

Por seis meses, Chito tratou do crocodilo, dando-lhe carinho e conversando com o animal. Chito deu-lhe o nome de Pocho (que, no dialeto local, significa forte).

Para Chito, o amor que ele deu ao animal ajudou na recuperação dele, despertando-lhe a vontade de viver.

Durante o período de convalescença, Chito manteve o crocodilo protegido em uma lagoa cercada por uma espessa cobertura de árvores, dentro de uma densa floresta.

Sobre a recuperação do animal, Chito contou emocionado:

“No começo ele era todo feio, magro e desnutrido e depois ficou gordinho. 

Eu ia vê-lo todas as noites, e uma vez ele me olhou como se estivesse me convidando para entrar na água com ele, então eu fui nadar.”

Tentativa de devolver Pocho ao seu habitat

O animal se recuperou e Chito tentou devolvê-lo ao seu habitat, porém, no dia seguinte o animal retornava à sua casa.

A partir daí, Chito percebeu que deveria ficar com Pocho.

A adoção de Pocho

Após a tentativa de devolver o animal à natureza, Chito resolveu adotá-lo como animal de estimação e foi atrás de obter licença de vida selvagem necessária para poder criar Pocho legalmente.

Chito conseguiu oficializar a adoção legal do animal.

Relação de amizade e parceria

A relação entre Chito e Pocho se tornou uma parceria de companheirismo e amizade e o crocodilo passou a fazer parte da família, junto a sua esposa e filha.

Com o passar do tempo e a convivência, Chito ensinou truques ao animal, como rolar sobre o corpo, dar a pata e outros, o que acabou virando uma atração local que chamava a atenção de turistas e moradores.

Acompanhamento de biólogos e veterinários

Por se tratar de um animal selvagem, Chito contou com o acompanhamento de biólogos e veterinários, para monitorar a saúde e comportamento do animal.

Quando havia indicação de exames médicos e medicamentos, Chito seguia as prescrições e as aplicava no animal.

“Eles me dizem tudo o que tenho que fazer e eu faço porque ninguém se atreve a entrar na água”, contou Chito.

Pela avaliação de biólogos e veterinários, Pocho tinha quase cinco metros de comprimento, pesava 445 quilos e possuía mais de 70 dentes.

O falecimento de Pocho

Lamentavelmente, em outubro de 2011, Pocho foi encontrado morto dentro do lago onde ficava.

Os veterinários disseram que foi uma morte natural e que ele morreu com cerca de 50 anos de idade.

Chito ficou desolado, afinal foram quase 20 anos de convivência e amizade compartilhados com Pocho.

Familiares e comunidade local também se comoveram com a notícia e até foi feita uma homenagem ao animal, com evento fúnebre e desfile funerário.

Veja neste vídeo do canal HGTelevision1 como foi o funeral de Pocho e a homenagem prestada pela comunidade de Chito.

Observação: Para ver a tradução escrita, clique no botão de configuração na barra inferior do vídeo.

Após o funeral, o corpo de Pocho foi taxidermizado e se encontra em exposição no museu da cidade de Siquirres, que Chito visita com frequência.

Essa é mais uma prova que animais selvagens amam, sentem e podem estabelecer vínculos de amizade com humanos.

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Deise Aur

Professora, alfabetizadora, formada em História pela Universidade Santa Cecília, tem o blog A Vida nos Fala e escreve para greenMe desde 2017.


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