Brasileiros criam pele artificial para evitar testes em animais


Brasileiros criam uma pele artificial bioimpressa, que pode ser usada com segurança e a eficácia em testes de cosméticos e medicamentos, evitando a crueldade e o sofrimento animal.

Entre as tecnologias mais promissoras utilizadas para este tipo de teste está a bioimpressão 3D, que vem sendo elaborada e avaliada em um estudo conduzido por pesquisadores da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (FCF-USP).

Este trabalho tem o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP, e os resultados foram divulgados na revista Bioprinting.

Como é essa pele?

A pele bioimpressa não é sintética, mas sim, proveniente de tecido humano, por isso é extremamente semelhante à pele natural. Até por isso, produz bons resultados em testes de segurança e eficácia de compostos bioativos.

A pele bioimpressa é resultante da reconstrução in vitro de um tecido humano e apresenta as mesmas funções da nossa pele.

No estudo em questão, a pele bioimpressa foi avaliada em seu desempenho como função de barreira de proteção.

O último teste de validação foi o de aplicar topicamente substâncias químicas de referência classificadas como irritantes (ácidos, por exemplo) ou não irritantes (soluções fisiológicas).

Os resultados mostraram que o modelo de pele bioimpressa demonstrou boa qualidade de testagem.

Essa conclusão permite substituir modelos de testes em animais que usavam pele de coelhos raspadas para tal classificação, também propicia menor erro humano e menor variabilidade na resposta obtida.

Apoio e parceria

A empresa de cosméticos Natura apoiou esse estudo, idealizou o uso da bioimpressora para fabricação de pele e financiou parte de seu desenvolvimento.

A parceria entre FAPESP e Natura gerou as condições necessárias para a criação e testagem do tecido bioimpresso.

Expectativas de mais avanços

A expectativa é que a bioimpressão seja aprimorada e utilizada para confeccionar modelos mais complexos, inclusive com as três camadas (epiderme, derme e hipoderme) e células representativas da pele humana, a fim de trazer respostas biológicas cada vez mais relevantes em testes de segurança e eficácia de produtos de uso tópico.

Chega de crueldade. Um mundo melhor é possível.

Fontes:

Para saber mais detalhes e informações sobre essa pesquisa, acesse aqui a -> Agência FAPESP e o site de notícias ANDA.

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Deise Aur

Professora, alfabetizadora, formada em História pela Universidade Santa Cecília, tem o blog A Vida nos Fala e escreve para greenMe desde 2017.


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