Recorde de desmatamento na Amazônia: só em maio foram dois campos de futebol por minuto


O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) lançou o alerta: em maio, o desmatamento da Amazônia atingiu seu pico desde o início do controle. Segundo o órgão do governo brasileiro, responsável pelo monitoramento ambiental por satélite, nos 31 dias do mês passado, a maior floresta tropical do mundo perdeu 739 quilômetros quadrados, o equivalente a dois campos de futebol por minuto.

Efeito Bolsonaro? Talvez. Ainda que os dados recolhidos em um único mês não sejam suficientes para confirmar as tendências de longo prazo, eles podem fornecer informações sobre a situação atual, às vésperas do início da estação seca, quando ocorre o maior número de incêndios.

Outros fatores podem ter contribuído para os índices alarmantes: os primeiros meses de 2019 foram nublados e chuvosos, o que pode dificultar o monitoramento por satélite. Além disso, o mau tempo pode ter levado os madeireiros e fazendeiros a adiar a poda até maio. No entanto, nada disso seria suficiente para justificar tal perda.

“O governo não pode negar esses números de sua própria agência. A questão agora é o que ele fará a respeito “, disse Carlos Souza, do grupo de monitoramento independente Imazon. “Até o final de julho, teremos uma ideia clara do impacto dos recentes movimentos para desmantelar as políticas ambientais”, declarou Souza, referindo-se à uma série de medidas adotadas pelo governo Bolsonaro.

Desde a ascensão do líder de extrema direita ao poder, em janeiro deste ano, decisões políticas levaram ao enfraquecimento do Ministério do Meio Ambiente, à redução dos mecanismos de controle sobre a exploração econômica da Amazônia e ao favorecimento dos interesses da mineração e da agricultura. Além disso, inúmeros pesticidas foram liberados e os direitos dos povos indígenas têm sido limitados frente aos interesses das multinacionais.

Como se não bastasse, o filho mais velho do presidente, o senador Flávio Bolsonaro, propôs recentemente uma reforma do código florestal, que libera os agricultores da Amazônia da obrigação de manter de 50 a 80 por cento da cobertura florestal de suas propriedades. Se aprovada, a medida dará ao setor extrativista uma área maior que a do Irã.

“O pico do desmatamento é deprimente, mas não é surpresa: você tem um governo no Brasil que está desmantelando quase todas as políticas ambientais implementadas desde 1992”, disse Carlos Rittl, secretário executivo da ONG Climate Observatory. “No entanto, temos que esperar e ver como vai se comportar em junho.”

Enquanto isso, o mundo inteiro testemunhará a destruição de um dos seus mais importantes pulmões verdes.

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Redação greenMe

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