Noruega se recusa a perfurar o Ártico para explorar petróleo


O lucro não está acima de tudo. E a Noruega deu uma prova disso.

O partido com mais cadeiras no parlamento norueguês tomou uma decisão que abalou a indústria do petróleo nacional: retirar o seu apoio à perfuração nas ilhas Lofoten, localizada no Ártico, consideradas um bem natural.

Vários partidos estão reunidos contra a exploração petrolífera na costa do país, que, paradoxalmente, tornou a Noruega um dos países mais ricos do mundo, visto que o país escandinavo é um dos 20 maiores produtores de petróleo.

Estima-se que haja no arquipélago de 1 a 3 bilhões barris de petróleo. A estatal norueguesa defende que é preciso explorar Lofoten para serem mantidos os níveis de produção do país. O chefe da Associação Norueguesa de Petróleo e Gás, Karl Eirik Schjott-Pedersen, disse que:

“Toda a indústria está surpresa e decepcionada”.

Entretanto, o líder do partido trabalhista, Jonas Gahr Store, mostra-se antenado com as preocupações ambientais da sociedade norueguesa, ao mesmo tempo em que visa a buscar um acordo com o sindicato do setor petrolífero.

A Noruega, na semana passada, autorizou um fundo de petróleo de US$ 1 trilhão (o maior fundo do mundo) destinado a investir em projetos de energia renovável não abrangidos pelo mercado de ações.

Isso significa que os recursos oriundos de combustíveis fósseis estão sendo reutilizados para um futuro mercado de energia renovável, já que o modelo econômico baseado naqueles recursos estariam com os dias contados.

Controvérsias

Conforme reportagem da BBC, o governo da Noruega é o principal acionista da mineradora Hydro, denunciada pelo Ministério Público Federal (MPF) do Pará em cerca de 2 mil processos judiciais por contaminação de rios em comunidades de Barcarena (PA), uma das regiões mais poluídas da floresta amazônica.

A empresa também não pagou as multas atribuídas pelo Ibama no valor de R$ 17 milhões, após um acidente causado por uma de suas subsidiárias, que derramou lama tóxica em rios na região amazônica, em 2009, colocando a população local em risco, bem como a biodiversidade da Amazônia.

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Gisella Meneguelli

É doutora em Estudos de Linguagem, já foi professora de português e espanhol, adora ler e escrever, interessa-se pela temática ambiental e, por isso, escreve para o greenMe desde 2015.


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