Região do Mar de Ross finalmente torna-se área protegida


Após anos de luta da humanidade sob os esforços do Greenpeace, a maior área marinha protegida do mundo foi finalmente criada no Mar de Ross, região do oceano Antártico, ao sul da Nova Zelândia. O acordo, firmado por uma comissão internacional na ONU, reconheceu a importância da criação da área protegida na região.

A reivindicação, no entanto, não é de agora. Por anos, diversas sociedades protetoras do meio ambiente, como o Greenpeace, têm feito campanhas maciças para elucidar a respeito da importância da região.

Santuário natural, o Mar de Ross é lar de uma incrível biodiversidade marítima de pinguins, peixes e baleias. Geograficamente, torna-se a maior área marinha protegida do mundo com cerca de 1.550,00 km2, correspondendo a duas vezes o tamanho da Espanha.

A questão parece seguir uma tendência governamental mundial. Antes de se tornar a maior área marinha protegida do mundo, o título estava sendo ocupado pelo Papahanaumokuakea National Marine Monument, área expandida pelo presidente Barack Obama dos Estados Unidos. Além disso, outros países também têm criados suas próprias áreas de proteção marinhas, como o Chile ao criar uma área de proteção em volta da Ilha da Páscoa e o Reino Unido ao criar áreas protegidas em territórios ultramarinos.

A importância da preservação marítima é inegável e altamente justificável. Basta observar que cerca de 70% do planeta é coberto por água, que por sua vez está repleta de algas, uma das principais responsáveis pela produção de oxigênio. Além disso, os mares regulam a umidade, colaboram para a estabilidade do clima e da vida.

No Brasil, apenas 0,4% de áreas marinhas são protegidas e cerca de 80% das reservas pesqueiras estão ameaçadas. Dados facilmente observados quando se nota a alta presença de plásticos nos oceanos e a redução da existência de determinados predadores naturais, o que ocasiona em superpopulação desenfreada de outras espécies.

Isso tudo nada mais é do que um mero reflexo do comportamento nocivo e predatório da humanidade. A insistência em repetir hábitos alimentares carnívoros e comportamentos desinteressados diante da natureza, tais como jogar lixo nas praias, comprar peixes ameaçados de extinção, transportar produtos por navios poluentes e invadir áreas protegidas podem ser apontados como as principais causas do desequilíbrio da vida marinha.

Diante dos fatos, a ciência não tem mais dúvidas de que as mudanças climáticas são consequências desse desequilíbrio marinho causado principalmente pela humanidade, por isso é importante que o comportamento diante da natureza seja mudado urgentemente. Enquanto a população tem o poder da cada indivíduo para agir, é necessário também cobrar por políticas públicas e mundiais que auxiliem no processo de proteção ambiental, especialmente dos mares.

O acordo, que torna o Mar de Ross a maior área marinha protegida, tem validade de 35 anos e foi firmado pela Comissão para a Conservação dos Recursos Vivos Marinhos Antárticos (CCRVMA) da ONU. Como observação, somente o oceano Antártico representa pelo menos 15% de toda a superfície de oceanos sobre a terra e possui mais de 10.000 espécies únicas catalogadas, muitas ameaçadas pelo desenvolvimento da navegação e da pesca.

Desta forma, daqui 35 anos, a CCRVMA irá decidir novamente quanto ao futuro da existência da área protegida no Mar de Ross. A inclinação, no momento, é de que a região seja declarada como área protegida permanentemente, uma vez que sua proteção é fundamental para a vida e controle do ecossistema. Para isso, é necessário que as pessoas não deixem de reivindicar e lutar ao lado de órgãos de proteção como o Greenpeace. É uma luta pela preservação da natureza, e especialmente da vida.

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Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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