Living Planet Report 2016: biodiversidade em risco


Muitas espécies animais e vegetais estão sendo ameaçadas de extinção pelo ser humano, o que coloca em risco a biodiversidade no planeta Terra. Isso não é uma especulação, mas um dado que acaba de ser divulgado no relatório do The Living Planet Report 2016 (Planeta Vivo, em tradução livre).

O alerta contido no estudo mostra que as espécies que vivem em mares, rios, lagos e pântanos estão em processo de redução, chegando ao ponto de, até 2020, haver o risco de dois terços dos vertebrados do planeta desaparecerem, segundo noticia a BBC.

As causas desse declínio populacional deve-se à ação direta do ser humano, como a destruição de seus habitats, o tráfico de animais silvestres, a poluição e o aquecimento global.

De acordo com Mike Barrett, diretor de Ciência e Política da WWF: “Está claro que se continuarmos do jeito que estamos, vamos ver o declínio constante dos animais selvagens. Chegamos a um ponto em que não há mais desculpa para seguirmos assim. Sabemos quais são as causas e o impacto da ação do homem na natureza e nas populações de animais selvagens. Temos que agir agora”.

Desde 1970, a WWF vem analisando informações sobre 3,7 mil espécies de vertebrados, dentre aves, peixes, mamíferos, anfíbios e répteis, bem como as alterações no tamanho de suas populações. Em 2014, a população desses animais já havia sido reduzida em 50% e, após dois anos, esse número aumentou para 58%. A conclusão dos pesquisadores é que, bianualmente, os animais são reduzidos em 2%.

Os animais mais afetados são os de água doce, cujo declínio atinge os 81%. Aqueles que são vítimas da caça encontram-se, também, ameaçados, como os elefantes africanos, e os tubarões, vítimas da pesca predatória. A boa notícia, nesse panorama ruim, é que o tigre-de-Bengala e o urso-panda saíram da lista dos animais ameaçados de extinção.

Críticas à metodologia de pesquisa

A metodologia usada na pesquisa foi criticada por alguns pesquisadores, como o professor de ecologia da Universidade de Duke University (EUA), Stuart Pimm. Para Pimm, o relatório, embora traga dados relevantes, apresenta alguns imprecisos. “Por exemplo, ao analisar a origem de certos dados, não é de surpreender que eles venham maciçamente do Leste Europeu. Quando olhamos outras regiões, há poucas informações e os dados se tornam bem mais inexatos. Não há quase nada da América do Sul, da África e dos países tropicais em geral. Ao misturar os dados dessa maneira, fica difícil saber o exato significado dos números“, pondera.

Entretanto, Robin Freeman, chefe da Unidade de Indicadores e Avaliação da ZSL, defende a pesquisa argumentando que a metodologia usada é a melhor possível para estabelecer o cálculo da diminuição de populações, mas assume que em algumas regiões do planeta existem lacunas de dados, como nas regiões tropicais.

A única forma de se reverter esse quadro é uma mudança drástica nas fontes de exploração energética, nas formas de produção alimentar, na proteção à biodiversidade e no apoio a modelos de desenvolvimento sustentável.

Confira aqui o relatório da World Wild Life.

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Gisella Meneguelli

É doutora em Estudos de Linguagem, já foi professora de português e espanhol, adora ler e escrever, interessa-se pela temática ambiental e, por isso, escreve para o greenMe desde 2015.


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