Cedae lança esgoto sem tratamento: pode ser esse o problema da água turva no Rio de Janeiro


Não apenas a água está turva no Rio de Janeiro. A identificação da causa desse enorme problema que aflige a população carioca não está ainda clara.

De acordo com o G1, peritos da Polícia Civil do estado do Rio de Janeiro afirmam que a Companhia Estadual de Água e Esgoto (Cedae) é responsável por jogar esgoto nos canais que desaguam nas lagoas da Barra e de Jacarepaguá, ambas localizadas na Zona Oeste do Rio. Ou seja, o órgão responsável por cuidar da qualidade da água distribuída no município do Rio de Janeiro está fraudando o seu próprio trabalho.

Na investigação, que foi encaminhada para o Ministério Público Federal (MPF), os peritos coletaram amostras de água da rede da Cedae, as quais foram analisadas em laboratório. O resultado das análises concluiu que a Cedae envia esgoto bruto para as galerias que ela mesma administra.

Os laudos identificaram a presença de coliformes fecais nas águas das lagoas de 50 milhões/100 ml – muito acima do nível aceitável, de acordo com o Conselho Nacional do Meio Ambiente, que é de 1 ml a 2 ml/100 mil.

Suspeitas não são recentes

A Cedae já havia sido denunciada pelo MPF, em dezembro de 2019, por cinco crimes de poluição, entre eles, o de lançar esgoto sem tratamento na Baía de Guanabara e no mar.

Na época, a Cedae se defendeu dizendo que o problema tinha sido ocasionado por ligações clandestinas e que o órgão estava trabalhando no sentido de ampliar a cobertura de distribuição, bem como de impedir tais irregularidades.

Água turva, geosmina e aumento de bactérias

Entretanto, a denúncia levanta uma enorme desconfiança se o problema da água turva se deve, de fato, ao aumento de bactérias que produzem uma substância orgânica, a geosmina, responsável por alterar a cor e o cheiro da água.

Especialistas vêm sugerindo que o abastecimento seja evitado até que se apure a causa real do problema e sua solução seja efetivada. Até mesmo porque, segundo eles, a geosmina, embora altere o odor, não provoca a cor “barrenta” da água que está chegando aos moradores do Rio de Janeiro.

Água limpa é luxo quando deveria ser direito

Com isso, o preço da água mineral disparou e quem mais sofre é a população desfavorecida economicamente. O Procon-RJ está fazendo uma ação para evitar abusos na venda do produto, que em alguns lugares subiu 40%, informa outra matéria do G1.

Em meio a esse problema hídrico, o mínimo que deveríamos ter é solidariedade. A água é um bem comum a todos nós. Todos precisamos dela para viver.

O Procon-RJ orienta que o consumidor que se sentir lesado deve procurar o órgão para registrar uma reclamação formal com a nota fiscal que atesta a compra da água supervalorizada.

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Gisella Meneguelli

É doutora em Estudos de Linguagem, já foi professora de português e espanhol, adora ler e escrever, interessa-se pela temática ambiental e, por isso, escreve para o greenMe desde 2015.


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