O crescente movimento dos adeptos a não lavar roupas


Na era da sustentabilidade e da busca por estilos de vida mais conscientes, surge um movimento peculiar entre os adeptos da moda: a tendência de lavar menos as roupas, ou até mesmo abandonar completamente esse hábito. Matilda Welin, especialista no assunto, contou à BBC Mundo histórias de pessoas que abraçaram a filosofia do não lavar ou lavar pouco as roupas: “no-wash” e “low wash”.

Os defensores fervorosos da baixa lavagem

Bryan Szabo e sua equipe se dedicam a examinar meticulosamente fotos de jeans desgastados, apreciando os detalhes de desbotamentos vintage, padrões únicos e marcas de uso ao redor da virilha. Eles fazem parte de uma comunidade de entusiastas do denim, que participam de competições como o Indigo Invitational, onde o objetivo é usar jeans crus por um ano inteiro. No entanto, esses competidores não são apenas mestres em criar padrões de desbotamento, eles também são defensores fervorosos da baixa lavagem. Acreditam que, ao evitar lavar excessivamente os jeans, é possível obter resultados mais autênticos, com contrastes marcantes e uma aparência única.

Essa estratégia não se restringe apenas aos amantes de jeans ou aos amantes da moda. Na verdade, a consciência de lavar menos tem conquistado seguidores de quaisquer outros segmentos da moda e até mesmo grandes nomes da indústria, como o CEO da Levi’s. A ideia por trás disso é simples: roupas frequentemente lavadas tendem a perder a forma, a cor e até mesmo o toque característico do tecido. Ao evitar lavagens excessivas, esses adeptos preservam a integridade de suas peças, prolongando sua vida útil e reduzindo o consumo desnecessário.

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Mudança de mentalidade

Mas o movimento dos adeptos a não lavar roupas vai além da mera redução de lavagens. Ele reflete uma mudança de mentalidade em relação ao consumo e ao cuidado com as roupas. É uma forma de valorizar a durabilidade, a autenticidade e a personalidade das peças, enquanto se preocupa com os impactos ambientais da indústria da moda. É também um lembrete de que a moda não se resume apenas a seguir tendências passageiras, mas a criar conexões emocionais com as roupas que vestimos.

Enquanto alguns podem questionar a higiene dessa prática, é importante ressaltar que ela se baseia em cuidados adequados, como aeração, banho de sol e higienização localizada. Além disso, é uma opção individual, e cada um deve encontrar um equilíbrio que se adeque às suas necessidades e valores pessoais.

Em um mundo cada vez mais consciente, o movimento dos adeptos a não lavar roupas nos convida a repensar nossos hábitos de consumo e a considerar alternativas que promovam uma moda mais sustentável. Talvez, ao adotar essa filosofia, possamos encontrar uma nova apreciação pelo cuidado com nossas roupas e descobrir a beleza que existe na imperfeição e no envelhecimento natural dos tecidos.

Fonte: BBC

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Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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