Como reaproveitar a água pode ajudar durante a crise hídrica e no futuro


O Brasil vive a sua pior crise hídrica em mais de uma década e o risco de racionamento de água e eletricidade em boa parte do território nacional é cada vez maior. Fatores como o desmatamento em ritmo acelerado dos nossos principais biomas, o aumento do consumo e do desperdício, as mudanças climáticas e a gestão ambiental de baixa qualidade se aglomeraram e levaram a essa situação drástica.

Nós, consumidores e cidadãos, percebemos a gravidade da crise hídrica nos nossos bolsos, com os constantes aumentos das contas de luz e de água e os possíveis racionamentos. Muitos de nós não nos damos conta, porém, que a falta de água tem influência até mesmo no preço dos alimentos e bens básicos de consumo, no desabastecimento e na piora das condições de higiene da parcela mais vulnerável da população.

Se nós estamos sofrendo no momento com a crise hídrica, podemos nos preparar para um futuro no qual o problema é ainda pior e mais frequente, já que questões como desmatamento e mudanças climáticas parecem avançar em um ritmo irreversível. Por isso, é necessário pensar em como podemos ter nossas próprias soluções.

Reciclagem de água

A reciclagem de água é uma das maneiras mais eficientes de amenizar a crise hídrica e já está em prática em vários lugares do mundo. Na Califórnia, por exemplo, os sistemas de irrigação de parques públicos seguem novas tecnologias para reaproveitar água tratada.

Políticas públicas de reciclagem e reutilização da água fazem parte do presente e do futuro da humanidade. Se já estamos nos acostumando com a ideia de ter água “reciclada”, ou seja, tratada em um sistema que elimina resíduos e bactérias e enviada de volta para consumo, para o banheiro ou para lugares públicos, precisamos entender que em breve talvez essa seja até mesmo a forma como mataremos a sede.

Afinal, se conseguimos reutilizar tantos objetos e substâncias diferentes, por que com a água, um recurso indispensável para a vida, seria diferente? Ela cobre a maior parte da superfície do planeta, mas apenas 3% do volume disponível é potável.

Ainda na Califórnia, vários testes cegos foram oferecidos aos cidadãos. Não foram relatadas diferenças no gosto da água comum com a reciclada, nem sequer nos fatores nutricionais. Com o processo se tornando cada vez mais moderno e seguro, a resistência de boa parte da população ao consumo dessa novidade está mais centrada no preconceito do que em argumentos reais.

De acordo com o portal de análise de produtos Monedero Smart, filtros de água de reuso estão em uma alta histórica de vendas. O mais comum no Brasil é a escolha de modelos indicados apenas para a chuva, mas outras opções que podem ser instaladas em diversos setores da casa também ganham espaço.

É preciso entender que a água não é um recurso infinito e que será necessário aprender a reciclá-la e reutilizá-la com grande eficiência, uma vez que se trata de algo indispensável para a vida. O atual problema hídrico é grave e precisa ser combatido de diversas formas, inclusive com avanços em tecnologia e ciência capazes de torná-lo menos comum no futuro apesar da constante degradação ambiental.

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Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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