Superalimentos: mito ou verdade?


Todos já ouviram falar sobre os efeitos “milagrosos” dos superalimentos, mas seriam eles realmente muito benéficos para a saúde ou seriam puro marketing?

Superalimentos é o nome que se convencionou dar a determinados alimentos ricos em alguns nutrientes considerados muito benéficos para a saúde. Mas essa denominação não é utilizada pela ciência e acabou se tornando popular para fins mercadológicos, tanto é que foi proibido pela União Europeia, em 2007, o seu uso em embalagens de produtos caso não estivesse muito claro para o consumidor qual nutriente ele estaria adquirindo.

Os alimentos considerados “super” são encontrados facilmente em farmácias de manipulação e em lojas de produtos naturais em sua versão in natura e em cápsulas. São eles quinoa, goji berry, chia, entre outros. Os benefícios encontrados nesses produtos, infelizmente, têm um custo alto. O preço do pacote de quinoa comparado ao do arroz é muito mais elevado.

Mas será que, de verdade, os benefícios “prometidos” pelos superalimentos (da perda de peso à prevenção do câncer) não seriam exageradamente exaltados? Uma revista cientifica, a New Scientist, resolveu averiguar a qualidade da eficácia dos superalimentos com mil pessoas no Reino Unido. Por trás de um nome chamativo que atrai a atenção do consumidor, pode haver um “truque mercadológico”, como revela uma reportagem da BBC.

E o truque parece que vem dando certo, pois os superalimentos são supervendidos. O Goji Berry, por exemplo, é uma fruta da China muito utilizada na medicina tradicional desse país por ser considerada um fortalecedor para o sistema imunológico, além de estimular a libido e proteger contra doenças cardiovasculares e degenerativas. Segundo o estudo da New Scientist, alguns dos benefícios encontrados na fruta podem ser adquiridos em outros alimentos mais baratos, como a vitamina C, que pode ser obtida do limão, da laranja, da acerola e do morango. Há algumas outras propriedades do Goji, como os Polissacarídeos do Lycium barbarum (PLB), que ainda não têm comprovação científica sobre os seus efeitos para o ser humano.

Outro produto na lista dos superalimentos é a quinoa. Ela é recomendada em dietas para redução de peso e de colesterol. Entretanto, segundo a New Scientist, não há comprovações consistentes sobre os seus efeitos. Um dos elementos benefícios da quinoa são as saponinas, responsáveis por alterar a permeabilidade do intestino. Mas, se a quinoa for lavada antes de ser preparada, todas as saponinas são eliminadas ralo abaixo junto com os seus benefícios.

Ainda na lista está o chocolate amargo, que, além de delicioso, é considerado benéfico à saúde, claro se consumido com moderação. Dentre os benefícios do chocolate amargo está a regulação da pressão sanguínea, graças aos flavonoides encontrados no cacau. Mas parece que nem tudo é tão bom, de acordo com o estudo da New Scientist, que afirma que os resultados em humanos são de curto prazo, precisando de mais confirmação científica sobre os efeitos duradouros dos flavonoides sobre a pressão sanguínea.

E, por fim, não poderia ficar de fora da lista dos superalimentos as sementes de chia, um dos alimentos mais populares entre os adeptos de dietas. A chia é uma fonte de ômega 3, ácidos graxos e reduz o risco de doenças cardiovasculares. Cada 100 gramas de chia contêm 17 gramas de ômega 3, muito mais do que a quantidade encontrada no salmão (uma porção contém 2,2 gramas), além de ser bem mais barata.

Todavia, os ácidos graxos das sementes de chia transformam-se em outros tipos de ácido, havendo uma grande perda para o organismo quando realiza essa conversão: apenas 10%, reduzindo para 1,7% a quantidade de ácidos graxos ômega 3 para cada 100 gramas de sementes de chia.

As pesquisas não dizem que devem ser evitados os superalimentos, mas que devem ser relativizados seus benefícios por não haver comprovação científica suficiente sobre eles.

Os superalimentos não são milagrosos. Eles devem ser combinados com uma alimentação rica e equilibrada de nutrientes que podem ser obtidos de uma variedade de produtos até mesmo mais baratos.

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Fonte: dailymail, bbc




Gisella Meneguelli

É doutora em Estudos de Linguagem, já foi professora de português e espanhol, adora ler e escrever, interessa-se pela temática ambiental e, por isso, escreve para o greenMe desde 2015.


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