O que aconteceria se você parasse de comer carne?


O que aconteceria conosco se parássemos de comer carne?

Quem adora carne vai dizer, primeiramente, que a comida perderia bastante a graça. Mas, em termos biológicos, quais seriam os efeitos do fim da ingestão de carne para o nosso organismo e para o meio ambiente?

1. Evitaria câncer

O risco de câncer para quem tem o costume de ingerir carne processada, como linguiça, salame e salsicha, diminui. Segundo um alerta da Organização Mundial de Saúde, baseado em um estudo realizado em IARC, na França, a carne vermelha foi avaliada como possivelmente cancerígena para os seres humanos, sendo incluída no grupo 2A, enquanto a carne processada foi oficialmente classificada como cancerígena e, por isso, classificada no grupo 1A.

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2. Ajudaria o planeta

O planeta diria “obrigado”. Sem o consumo de carne, há redução de consumo de água e de emissão de gases de efeito estufa.

O volume de água para produzir alimentos em nível industrial, a pegada hídrica (water footprint), leva em conta os gastos de produção de água e de poluição da cadeia industrial. No caso da produção de carnes bovina e suína, a pegada hídrica ocupa as primeiras classificações nesse ramo de atividade. Para se produzir 1 kg de carne bovina gasta-se 15.400 litros de água.

O setor agropecuário brasileiro representa 27% do conjunto de . Quem mais contribui para isso são o gás metano emitido pelo gado e o uso de fertilizantes nitrogenados.

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3. Ajudaria a salvar a vida de animais silvestres:

A produção industrial de carnes tem um efeito nocivo sobre a fauna, o habitat e a qualidade do ar e do clima. Vários animais silvestres, como lobos, ursos, alces e outros, pagam com suas vidas pela produção de carne.

No Brasil, a onça é o predador mais caçado por se alimentar de gado. Mas um outro grave problema é o desmatamento, que afeta o habitat de muitas espécies.

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4. Evitaria o sofrimento animal

A morte de animais que servem de alimento é extremamente cruel.

Vários documentários já mostram o sofrimento animal envolvido na produção de carne. Pense na famosa iguaria francesa foie grois. Ela é obtida fazendo com que patos e gansos sejam forçados a se alimentarem com o uso de instrumentos que inserem o alimento diretamente no estômago do animal.

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5. Evitaria a propagação das superbactérias

Pode parecer que alhos nada têm a ver com bugalhos, mas imagina uma criação animal. Como há vários animais juntos, se um ficar doente, todos os demais também adoecem. Por isso é comum o uso de antibióticos na pecuária como profilaxia, ou seja, para evitar doenças. É aí quem entra o problema da resistência das bactérias, um dos maiores e mais preocupantes problemas de saúde púbica no mundo.

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6. Emagreceria

Você pode até achar que não tem nada a ver, mas parece muito plausível que, ao consumir carne, ingerimos os hormônios usados para a engorda e crescimento rápido dos animais. Esse é o discurso que faz, entre outros especialistas, Martha Rosenberg, uma repórter investigativa sobre saúde e autora do livro “Born With a Junk Food Deficiency: How Flaks, Quacks and Hacks Pimp the Public Health”.

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7. Reduziria a fome no mundo

“Na verdade, se todos fossem vegetarianos, é provável que não houvesse tanta fome no mundo”, escreve a SuperInteressante, por um simples motivo: a pecuária requer muito mais recursos naturais do que a agricultura o que significa que podemos produzir mais cereais, leguminosas, frutas e verduras se reduzíssemos a produção de carne.

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Ficou convencido a parar de comer carne? Entendeu, ao menos, os efeitos que os seus hábitos alimentares provocam para o clima, o meio ambiente e para você mesmo?

Um estudo realizado na Inglaterra, chamado “Mudando o Clima, Mudando a Dieta – Os Caminhos para Diminuir o Consumo de Carne”, visou a alertar o mundo sobre como os nossos padrões alimentares afetam as emissões de gases de efeito estufa para sensibilizar a todos sobre como o que comemos provoca alterações climáticas.

Ninguém, caso não queira, precisa ser vegetariano, vegano, nem chato. O importante é se conscientizar e reduzir o seu consumo para proporcionar tais benefícios, afinal, o homem é onívoro por natureza.




Gisella Meneguelli

É doutora em Estudos de Linguagem, já foi professora de português e espanhol, adora ler e escrever, interessa-se pela temática ambiental e, por isso, escreve para o greenMe desde 2015.


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