Taro, Inhame, Cará, Taioba-mansa, Taioba-brava e Tinhorão – você sabe reconhecer quem é quem?


Gostou da foto de capa? Vai dizer que é taioba-brava? Não, é folha de taro, ou inhame, como também lhe chamam por aí. Mas não se engane! Aprenda os nomes científicos para não comer veneno por comida boa.

Vejamos se neste texto, a confusão entre taiobas, inhames e que tais, fica um pouco menos confusa.

Taioba-mansa, taioba-brava e tinhorão – cuidado com a confusão!

Taioba-mansa

A taioba-mansa (Xanthosoma taioba) é conhecida por diversos nomes regionais: macabo, mangarás, mangará-mirim, mangareto, mangarito, taioba, taiá ou yautia e até como orelha-de-elefante quando usada como ornamental.

As taiobas são plantas da família das Araceae, como a taioba-brava (Colocasia antiquorum Schott) e o tinhorão (Caladium bicolor Vent.), aliás de folhagem bem parecidas umas e outras e por isso é perigosa a confusão. Bom, mas a taioba-mansa de que falamos aqui é nativa da América Central, que é usada na alimentação humana e animal. Da taioba-mansa se comem os tubérculos (cormos) que são ricos em amido, as folhas e os talos. Seu uso é semelhante ao que se dá ao taro

Para tentar entender como se diferenciam as taiobas, dê uma lida aqui no Matos de Comer mas, te adianto que, se o talo for roxo, deixa quieto, é brava e tóxica.

Segundo informação cedida pelo botânico Eduardo G. Gonçalves, “toda taioba comestível, no Brasil, é só a espécie Xanthosoma taioba“.

Taioba-brava

Da taioba-brava e do tinhorão não se come nada! São tóxicos demais e podem até matar.

Todas as três espécies são ricas em oxalato de cálcio (como as couves, o espinafre) porém, o conteúdo da taioba-mansa permite seu consumo cozida. E para pessoas sensíveis deve ser muito bem cozida mesmo. Veja o video abaixo:

O oxalato de cálcio é perigoso, quando em excesso (que é o caso da taioba-brava, do tinhorão e, em alguns casos, do inhame peludinho) e as plantas que o contêm requerem, para serem consumidas, de fervura, cozimento, e dispensa da água que estará carregada com esse químico.

Você saberá que uma planta tem oxalato de cálcio em demasia quando, ao provar um pedacinho da folha, sentir ardor na garganta, língua e boa toda. O oxalato de cálcio também produz diarréia, problemas renais (cálculos), intoxicação e pode levar à morte.

Quem tem problemas renais deve evitar, pelo sim pelo não, qualquer planta rica em oxalato de cálcio (e há muitas dessas dentre os vegetais que costumamos comer, sabiam?).

O taro, um inhame

Folha de taro

Cormo de taro (inhame do sudeste)

 

Outra espécie de taro

Taro ou inhame (Colocasia esculenta), dependendo da região – no sul e sudeste é inhame, no norte e nordeste, taro. Também é chamado de inhame-coco ou inhame dos Açores.

Desses nomes regionais vêm confusão pois tem quem diga que inhame se pode comer cru, só que não que se chama Colocasia esculenta, ou seja, não se trata do inhame que conhecemos aqui em São Paulo. Esse não, só se deve comer cozido, descartando a primeira água pois é rico no tal oxalato de cálcio, que nem as taiobas acima.

Do taro, inhame, se come o cormo, tubérculo peludinho, e não as folhas ou talos. É um alimento de uso antigo em diversas zonas tropicais do mundo (África, Polinésia) e muito importante como base alimentar humana.

Cará é outro inhame

cara

Se chama cará a uma imensa variedade de plantas tuberosas do gênero Dioscorea – cará é nome tupy e foi dado a diversos cultivares (espécies cultivadas para alimentação) como são os inhame-branco, inhame-amarelo, inhame-de-água, cará-nambu, caratinga, cará-de-folha-colorida, cará-liso, cará-de-pele-branca , inhame-cará, cará-barbado, cará-moela, cará-da-costa, cará-de-São-Tomé, cará branco, cará preto, cará-do-céu, cará-do-ar, cará-sapateiro, cará amarelo, cará-doze-meses, cará-do-Pará, cará-da-Guiné, cará-de-espinho, e muitos outros (ref).

Afinal, tudo é inhame?

Pois é, todos esses tubérculos (na verdade são cormos, seu nome técnico) são chamados de inhame aqui e ali e isso tem uma explicação: acontece que inhame é palavra que se originou das línguas africanas e quer dizer “comer, sabor, o que se pode comer” enfim, por isso que na nossa cultura afrobrasileira (é, somos misturados sim, e bem) as batatas, tubérculos e cormos são conhecidos com o nome genérico de inhame. Mas, é importante você saber diferenciar o inhame que precisa ser cozido, cuja água tem que ser trocada para reduzir o oxalato de cálcio, daquele que até pode ser comido cru, batido com leite ou água. Os antigos sabiam, nós é que estamos aprendendo agora.

Mais sobre o inhame

Inhame e cará também são nomes comuns de plantas bem diferentes mas que se cultivam da mesma maneira e cujas folhas até podem ser parecidas: como nome regional, são chamados tanto de inhame quanto de cará os gêneros Dioscorea, Alocasia, Colocasia, Xanthosoma, e Ipomoea das quais se aproveitam as “batatas” (tubérculos, rizomas e cormos amiláceos).

Então, não confunda cará, inhame e taro, certo? E menos ainda, as folhas das taiobas?

Algumas regras de boa segurança quando se trata de folhas assim

Se for roxo, não coma nem cozida. A cor roxa nessas plantas indica uma enorme quantidade de oxalato de cálcio, potencialmente tóxico para seres humanos e animais.

Disseram que era inhame e você não reconheceu a “batata”? Enfim, como expliquei acima, inhame é toda batata comestível, até a batata-doce é chamada assim. Tem confiança na cozinheira, coma sem susto, cozida.

Disseram para bater no leite, na água, no suco que é bom para a dengue? Sim, é bom mas pode não te fazer bem. Na dúvida nunca coma cru, cozinhe bastante, jogue fora a água.

Ah, e se você tiver problemas renais, não coma mesmo cozido. Esse alerta vale para outras verduras – couves escuras, espinafre, beterraba, salsinha, quiabo – e até alguns alimentos – cacau, pimenta, nozes, amendoim torrado. E por aí, vai!

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Redação greenMe

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