Humildade, Simplicidade e Amor: aprenda com os Essênios grandes lições de vida


Vários manuscritos antigos que foram descobertos são oriundos de um uma comunidade fraternal, espiritualizada e humilde, de grande sabedoria e de origem judaica: os Essênios, denominados também como Therapeutas.

Eles viviam longe da cidade, como por exemplo no deserto, em Qunram nas margens do Mar Morto.

Existem algumas evidências de que Jesus teria feito parte da comunidade Essênia do norte, que se concentrava ao redor do Monte Carmelo, assim como seu primo, João Batista. Outro reduto dos Essênios era Nazaré, por isso eram conhecidos como Nazarenos.

Os Essênios vestiam-se de branco, levavam uma vida simples e eram vegetarianos.

Saiba mais sobre como viviam estes povos e quais eram os propósitos de vida deles. Talvez você se surpreenda com os Ensinamento dos Essênios.

Como viviam os Essênios – o que dizem os manuscritos

Em 1880, o reverendo inglês Gideon Ouseley encontrou em um monastério budista na Índia um manuscrito chamado “O Evangelho dos Doze Santos“, escrito em aramaico, a língua que Jesus falava.

Esta obra foi parar na Índia devido ao fato de os Essênios terem ido se refugiar neste lugar. Essa versão desconhecida do Novo Testamento revela que Jesus era vegetariano e faz alusão à existência da Reencarnação.

Sobre a matança de animais, aparece nestas escrituras o que Jesus teria dito:

“Vim para abolir as festas sangrentas e os sacrifícios, e se não cessais de sacrificar e comer carne e sangue dos animais, a ira de Deus não terminará de persegui-los, como também perseguiu a vossos antepassados no deserto, que se dedicaram a comer carne e que foram eliminados por epidemias e pestes” (capítulo 21).

E ele acrescentou:

“Na verdade eu vos digo que aqueles que partilham dos benefícios obtidos praticando atos contra uma das criaturas de Deus não podem ser íntegros, nem podem aqueles cujas mãos estejam manchadas de sangue, ou cujas bocas estejam contaminadas pela carne…” (capítulo 38).

E ainda aparece descrito nesse mesmo Evangelho:

“As aves se reuniam ao seu redor (de Jesus) e lhes davam as boas-vindas com seu canto e outras criaturas vivas se postavam aos seus pés e ele as alimentava com suas mãos”…

Provavelmente, São Francisco de Assis tenha tido contato com essa obra, e tenha se inspirado em sua mensagem. São Francisco de Assis foi um defensor dos animais e amava todas as criaturas, tratando todos os animais como irmãos, além de ser vegetariano, por respeitar a vida de todos os seres da Criação.

Os Essênios exaltavam a santidade e a unidade da vida, e o que atesta isso é que em muitas passagens do evangelho essênio, existem referências à prática do amor incondicional a Deus, à Humanidade e a todos os seres viventes.

qumranRuínas do Qumran National Park

No capítulo 90 deste Evangelho, Jesus fala sobre o que é a Verdade, e um dos versículos é este:

“13- De que forma a fé naquilo que recebem os impulsionará no caminho certo?

Aqueles que têm amor, têm todas as coisas, e sem amor não há nada que prospere.

Deixem cada um praticar aquilo que entende ser a verdade, em amor, sabendo que onde não há amor, a verdade é letra morta e nada se aproveita.”

O Evangelho Essênio da Paz

Em 1923 foi encontrado pelo húngaro Edmond Szekely, um Manuscrito oculto guardado no Vaticano.

Szekely teve permissão para pesquisar os arquivos secretos do Vaticano, à procura de livros que teriam influenciado São Francisco de Assis. Szekely procurou em cerca de mais de 40 quilômetros de estantes, com pergaminhos e papiros milenares e manuscritos originais de muitos santos e apóstolos conservados de forma oculta.

De todos os misteriosos livros, o que mais lhe chamou à atenção foi a obra do Evangelho Essênio da Paz. Este livro foi escrito pelo apóstolo João e narra passagens sobre a vida de Jesus Cristo que não existem na Bíblia. Ele traduziu o texto desta obra e o publicou em quatro volumes. A Igreja considerou isso uma traição e excomungou o pesquisador.

Os manuscritos escritos pelos Essênios

No ano de 1947 foram encontrados manuscritos, com mais de 2000 anos, que supostamente podem ter sido escritos pelos Essênios. Os Manuscritos encontrados nas cavernas de Qumram, escondidos dentro de jarros de barro, traz à luz aspectos como: a vida de Jesus Cristo, os métodos naturais de cura que os Essênios praticavam, a Reencarnação, o modo de vida da comunidade Essênia baseada na divisão justa das colheitas, dos alimentos, dos recursos e das propriedades, a importância do Vegetarianismo e a relação pacífica dos homens com os animais, que Jesus era um exemplo vivo.

Estes manuscritos foram um valoroso achado, encontrados acidentalmente por um pastor beduíno chamado Muhammad Dib, da tribo dos Tamirés, que ao sair à procura de sua cabra desgarrada, encontrou um grande ‘tesouro’ que se encontra atualmente guardado no Santuário do Livro do Museu de Israel em Jerusalém, tendo sido visto em visitação pelo ex-Presidente dos EUA Barack Obama, na companhia do 1º Ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.

Os textos desta obra são a versão mais antiga do Velho Testamento, datando de mil anos antes do texto original da Bíblia Hebraica dos judeus.

O Papa Bento XVI chegou a fazer uma associação entre Jesus e os Essênios no dia 5/4/2007, na sua homilia na “Missa da Santa Ceia” realizada na basílica romana de S. João de Latrão, fazendo referência aos Manuscritos de Qumran.

Quem foram e como viviam os Essênios, segundo os registros históricos

A comunidade Essênia já existia em 160-142 a.C. e seu desaparecimento se deu em aproximadamente 70 d.C., com a destruição de Jerusalém.

Os Essênios se desligaram do judaísmo, por conta do abuso de poder dos príncipes macabeus, e do sacerdote Simeon (142-134 a.C.).

Por serem perseguidos por estes governantes, os Essênios foram viver em outros lugares, como por exemplo, no deserto. E isso não foi somente por propósito místico, mas também porque eles não compactuavam com a corrupção das autoridades judaicas.

Diversos historiadores, como Martin Larson, Robert Eisemann e John M. Allegro, associam o cristianismo primitivo com a história dos essênios.

Existiram três escritores da antiguidade que escreveram sobre os Essênios: foram eles, Flavius Josephus, Plinius e Philon de Alexandria.

Flavius Josephus escreveu sobre o modo de vida, costumes e disciplina dos Essênios e que os Essênios viviam em outros lugares, alem do deserto, tanto na Palestina como na Síria e Egito.

Plinius descreveu que os “irmãos do Egito” (os Essênios) eram chamados de Therapeutas, por atuarem como curadores.

Philon reforçou essa informação em seus registros, definindo os Essênios como curadores, ascetas e filósofos, ao mesmo tempo.

Eusébio (265 d.C.), considerou os Therapeutas do Egito predecessores cristãos e, tempos depois, Santo Agostinho veio a concordar com isso.

Algumas escrituras sagradas do cristianismo vieram dos Essênios.

Um dos locais importantes frequentados pelos Therapeutas era a Alexandria, onde ficava a maior biblioteca da antiguidade. Lá, eles aprenderam as ciências da cura e a filosofia.

Outro apontamento sobre a vida dos Essênios veio do vidente Edgar Cayce que, 11 anos antes de serem descobertos Os Manuscritos do Mar Morto, descreveu onde e como viviam os Essênios e disse que Maria, José, João Batista e o próprio Jesus eram Essênios.

A mística e a espiritualidade dos Essênios

A visão de vida dos Essênios era a seguinte:

“Não juntem riquezas na terra, mas sim no céu, onde nem as traças as podem roer e nem a ferrugem poderá destruir”.

Para fazer parte da comunidade Essênia precisava viver e praticar os seus princípios.

O discípulo passava por um período de um ano de experiência, sendo acompanhado pelos membros da comunidade para seguir adiante às próximas etapas.

Nos dois anos seguintes, ao passar por todas as provas, era considerado membro efetivo da comunidade.

Segundo o escritor da antiguidade Flavius Josephus, os Essênios levavam uma vida humilde, pois pensavam que os excessos e falta de medida eram prejudiciais tanto para o corpo quanto para a alma.

Todos eram livres, não tinham empregados e nem escravos.

anjo

Os Anjos tinham papel fundamental na vida dos Essênios. A relação deles com os Anjos ocorria tanto no plano espiritual, como no material.

Doze Anjos exerciam papel fundamental na vida deles. A integração com as Doze Forças Angelicais era um aspecto do caminho espiritual para eles.

Os 12 Anjos que os Essênios estabeleciam conexão

Seis Anjos da Mãe Terra

  • Anjo da Vida
  • Anjo da Alegria
  • Anjo do Sol
  • Anjo da Água
  • Anjo da Terra
  • Anjo do Ar

Seis Anjos do Pai Celestial

  • Anjo da Eternidade
  • Anjo da Criatividade (Trabalho)
  • Anjo do Amor
  • Anjo da Sabedoria
  • Anjo da Harmonia
  • Anjo da Força (Poder)

Nas manhãs dos seis dias da semana, os Essênios meditavam em cada um dos Anjos da Mãe Terra.

Cada noite, em cada um dos Anjos do Pai do Celestial.

Na sexta, à noite, meditavam no próprio Pai Celestial e no sábado de manhã na Mãe Terra.

Fazia parte do ritual diário dos Essênios a Cerimônia de Paz, realizada ao meio-dia. E era assim:

“Paz com o  Corpo

Paz com o Reino do Céu

Paz com o Reino da Terra

Paz com o Universo

Paz com a Humanidade

Paz com a Família

Paz com a Alma”

Os Conhecimentos dos Essênios tinham uma forte influência Persa, Pitagórica, Budista e Helenística. Eles sintetizavam diversas religiões em seus Ensinamentos.

Equilibravam em sua doutrina, princípios esotéricos e exotéricos. Entre os seus ensinamentos herméticos (esotéricos) estavam: a Árvore da Vida, a Unificação e os Sete Aspectos da Paz.

Os ensinamentos públicos (exotéricos) diziam respeito ao Gênese, às Leis do Profeta Moisés e ao Sermão da Montanha.

Os Essênios dedicavam muito tempo aos estudos dos manuscritos primitivos dos Caldeus, Persas, Egípcios, principalmente voltados à Cura e à Astronomia. Acreditavam na Providência Divina e que nada acontece por acaso, qualquer que seja o acontecimento, existe um propósito maior e serve para nos desenvolvemos e aprendemos através deles.

Os Essênios exerciam sua fé com a seguinte máxima:

“Seja feita a Tua vontade e não a minha, meu Senhor!”

Com seus exemplos, práticas e ensinamentos, eles nos inspiram para uma conduta de vida mais simples, harmoniosa, justa, pacífica e fraternal.

Vale a pena conhecer melhor a história desse povo, pois ela contém muitos ensinamentos não revelados e de fundamental importância.

Lembre-se: a medida da Sabedoria é o Infinito!

Saiba mais sobre a ancestralidade dos essênios em:

Estrela de Davi: origem e significados. Quem foi Davi

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Deise Aur

Professora, alfabetizadora, formada em História pela Universidade Santa Cecília, tem o blog A Vida nos Fala e escreve para greenMe desde 2017.


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Este artigo possui 2 comentários

  1. Laine Jacinto Queiroz Zuque
    Publicado em 16/09/2022 às 12:08 am [+]

    Adorei estas informações.
    Parabéns
    Quero aprender mais


  2. Daia Florios
    Publicado em 16/09/2022 às 9:28 am [+]

    <3


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