Feche os olhos se quiser entender BEM o que o outro diz


Ouvir com atenção o que o outro diz nos revela muito mais sobre ele. Não precisamos ver a cara, para sentir o coração. Feche os olhos e ouça!

Essas deduções estão relacionadas com o resultado de um estudo sobre ouvir sem precisar ver o outro, e através do qual se chegou a conclusão que ouvir nos faz ter mais empatia e compreensão com quem está falando conosco.

Nem sempre, o contato entre pessoas envolvendo a comunicação visual traz sinergia (união, harmonia) entre elas, muito pelo contrário, o contato visual pode até dificultar a comunicação.

A imagem, por vezes, pode distanciar as pessoas, dependendo dos complexos, bloqueios e preconceitos que elas carregam.

Faça o seguinte exercício: se não tivéssemos nosso corpo, só nossa voz, iríamos nos preocupar com a cara do outro?

Nossa voz transmite nossa energia.

Na Bíblia, no Novo Testamento, tem um trecho que diz: “E o Verbo se fez carne!”

O Verbo é anterior a matéria, por isso, a voz da pessoa diz tanto sobre ela e, ouvir com o coração, sem precisar ver a cara, pode nos tornar bons ouvintes dos anseios e sentimentos da alma humana!

Agora veja, o que a pesquisa revelou:

Nos seres humanos gostamos de ser compreendidos e, para isso, gostamos que nos ouçam e entendam.

Geralmente, quando uma comunicação ocorre, conversamos vendo um ao outro.

Nem sempre conversar nos vendo, é garantia que estarmos sentindo o que o outro diz e tendo empatia por ele.

Essa questão, vem de encontro com uma pesquisa e estudo da Universidade Yale, nos EUA, que descobriu que conversar sem ver a pessoa, só ouvindo, contribui para quem ouvia, se concentrar, sentir e entender o que o outro estava sentindo e querendo expressar.

O resultado desse estudo traz uma controvérsia (opinião distinta), ao ditado popular que diz:

Quem vê cara, não vê coração!

Como foi feita a pesquisa:

Não contar com estímulos visuais, ajudou a pessoa que só ouvia, sem ver a pessoa que lhe falava, entender melhor o que ela estava pensando e sentindo.

O estudo envolveu a participação de quase 1800 pessoas voluntárias e que fizeram os testes, da seguinte forma:

Na primeira etapa:

266 pessoas que não se conheciam foram divididas em pares e, então, colocadas para fazer, juntas, várias atividades:

assistir filmes e programas de TV;

comer;

beber;

e conversar.

As situações aconteceram de duas formas:

Em uma situação as pessoas foram testadas, em um quarto com iluminação e na outra situação em um local escuro.

Após experienciarem as duas situações as pessoas avaliaram a experiência e compararam o que sentiram e perceberam, nos dois contextos.

No final, as pessoas testadas chegaram ao consenso que, no escuro, sentiram mais umas à outras, enfim, existiu mais reciprocidade.

Outra etapa:

Em outra situação, foram recrutados cerca de 600 voluntários, que tiveram que assistir a três tipos de vídeo.

Cada vídeo exibia uma mulher em três situações diferentes:

No primeiro vídeo, ela se encontrava em uma sala bem iluminada.

No outro, estava tudo escuro, mas, dava para ver o que acontecia, através da tecnologia de visão noturna, e o que facilitava entender o vídeo era ouvir o que estava sendo dito na cena.

O terceiro vídeo, gravado em uma sala escura, só dava para ouvir o áudio da conversa, estava sem imagem.

Resultados da Pesquisa:

telefone sem fio

Pelos resultados da pesquisa, as pessoas envolvidas nos testes que foram feitos, nas três situações, sentiram mais facilidade em perceber mais a emoção da pessoa que estavam falando, no vídeo, apenas ouvindo a voz dela.

Antes dessa análise, muitos estudos que estavam voltados para decifrar a comunicação e percepção, entre seres humanos, se voltavam mais as expressões faciais e gestos do corpo.

“Humanos são muito bons em usar seus sentidos para transmitir emoções, mas a pesquisa sobre essas emoções, historicamente, foi focada exclusivamente em entender expressões faciais”, explicou Michael Kraus, autor do estudo, em entrevista ao The Guardian.

“Nosso estudo sugere que depender da combinação de estímulos vocais e faciais, ou só respostas faciais, não é necessariamente a melhor estratégia para reconhecer as emoções e intenções dos outros”, explicou, em seu comunicado no ScienceDaily.

Esse estudo e seus resultados foram publicados no American Psychological Association.

E, para concluir…

Bem, após isso, aquela história de que: “Não fui com a cara da pessoa!”, passa à ser desmistificada, pois, podemos ir com a cara de alguém, sem ver sua cara, mas ouvindo sua voz !

Comunicação sem cara a cara (alguns exemplos que atestam isso):

Uma pessoa cega, desenvolve a audição, para compensar a falta do sentido da visão, os sons externos e a voz da pessoa, que ela estabelece comunicação, contribuem para perceber o mundo e cada pessoa, à sua volta, através de sua imaginação e sensibilidade.

O cego “enxerga” o que os que têm visão não enxergam:

a energia;

a vibração;

e as emoções das pessoas.

A própria Internet e os aplicativos de comunicação do celular são a prova disso, quantas pessoas têm amigos que se comunicam, sem se ver, sem olhar na cara e se entendem, sentem a emoção do outro, conversando, através de áudio, sobre muitos assuntos, de forma fácil e fluída!

Isso prova que a comunicação vai muito além da questão física, envolvendo outros canais de percepção e comunicação do ser humano.

Agora, dá para ouvir uma pessoa de olhos fechados e sentir o que ela tem a nos dizer!

Que tal fazer essa experiência, hein?




Deise Aur

Professora, alfabetizadora, formada em História pela Universidade Santa Cecília, tem o blog A Vida nos Fala e escreve para greenMe desde 2017.


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