Doença de Crohn Pode Ter Complicações Fatais → Sintomas, Tratamento e Prevenção


Você já ouviu falar na doença de Crohn? Pois, apesar de o nome pode soar estranho, ela é bastante comum.

1. O que é doença de Crohn

A doença de Crohn é um tipo de inflamação intestinal crônica capaz de afetar qualquer parte do aparelho digestivo, isto é, desde a boca até o ânus. Ela pode comprometer todas as mucosas do aparelho intestinal, sendo mais comum na parte inferior do intestino delgado e no cólon do intestino. É assim chamada em referência ao nome de um dos primeiros pesquisadores, Burril B. Crohn, em um artigo escrito por três autores, em 1932, no qual a doença foi descrita.

Estima-se que, no Brasil, haja 150 mil casos anuais da doença.

2. Sintomas

Dentre os sintomas mais comuns da doença de Crohn estão:

dor abdominal,

diarreia (com ou sem sinais de muco e sangue),

febre,

perda de peso e

enfraquecimento por causa da dificuldade para absorver os nutrientes e,

eventualmente, sangramento retal.

Segundo o médico Drauzio Varella, outros sintomas são por complicações à distância, como:

dores articulares,

aftas,

lesões de pele do tipo pioderma gangrenoso (ferida com a aparência de um vulcão) e do eritema nodoso (nódulos dolorosos e avermelhados na subepiderme),

inflamação dos olhos (uveíte), além de

pedras nos rins e na vesícula.

Quando aparecem os sintomas

A dor abdominal e a diarreia geralmente ocorrem após as refeições.

Outros sintomas precoces da doenças de Crohn são lesões da região anal, incluindo hemorroidas, fissuras, fístulas e abcessos.

3. Causas

Não se sabe ao certo o que a causa a doença de Crohn, mas acredita-se que esteja relacionada com alguma desregulação do sistema imunológico. Também podem estar envolvidos outros fatores, como genéticos, ambientais, alimentares e infecciosos.

A enfermidade pode manifestar-se tanto em homens quanto em mulheres e é bastante comum em adultos entre os 20 e os 40 anos, tendo maior incidência entre aqueles que fumam.

4. Complicações

Existem casos mais graves de obstrução intestinal e fissuras e fístulas no intestino, que são perfurações nessa região capazes de drenar para outras áreas, como a perineal, a vagina e a bexiga.

Complicações fora do aparelho digestivo também pode ocorrer, como anemia, artrite, inflamação ocular e fadiga.

A doença pode aumentar, ainda, o risco de um câncer de intestino.

5. Diagnóstico e tratamentos

Como a doença não tem uma causa específica, além do exame clínico, o médico deve fazer um estudo sobre a vida do paciente. Diversos exames são solicitados para que se chegue ao diagnóstico da doença, como exames de sangue, exames físicos e testes clínicos.

Após uma avaliação multifatorial, o médico pode chegar à conclusão de que se trata da doença de Crohn. Após o diagnóstico, é preciso localizar as áreas afetadas do aparelho digestivo por meio de exames de imagem, como endoscopia digestiva, colonoscopia, raios-X, tomografia e ressonância magnética, para que seja estabelecido um diagnóstico diferencial.

O tratamento é específico para cada fase de desenvolvimento da doença, classificada como leve, moderada e grave. O seu objetivo é conter o processo inflamatório, aliviar os sintomas e regular desequilíbrios nutricionais.

Na fase grave, podem ser receitados corticosteroides por via oral. A intervenção cirúrgica pode ser aplicada nos quadros mais graves de obstrução intestinal, doença perineal, hemorragias e fistulas, conforme explica o médico Drauzio Varella.

6. Dieta para portadores da doença Crohn

Como a doença de Crohn é uma doença crônica do trato gastrointestinal, são necessários cuidados alimentares. Alguns alimentos agravam os sintomas, mas não têm um papel potencializador da inflamação. Por isso, todas as recomendações alimentares devem ser individualizadas para o caso de cada paciente.

Entretanto, alguns cuidados devem ser observados:

  • Reduzir a quantidade de gordura ingerida (evitando alimentos gordurosos como margarina, manteiga, maionese, frituras e carnes gordas)
  • Usar com moderação doces dietéticos e adoçantes, pois eles podem piorar a diarreia.
  • Fazer de 5 a 6 refeições diárias, em pequenas quantidades.
  • Mastigar bem os alimentos.
  • Ingerir líquidos nos intervalos das refeições e beber, no mínimo, 2 litros ao dia.
  • Usar pouca gordura no preparo dos alimentos e preferir óleos vegetais como o de milho, de girassol, coco ou azeite.
  • Evitar verduras folhosas e cascas de frutas.
  • Evitar condimentos picantes, como páprica, orégano, pimenta-do-reino, pimentas, mostarda e ketchup.
  • Dividir as refeições em pequenas porções.
  • Evitar bebidas alcoólicas.
  • Comer frutas, legumes e verduras. Diversificar o cardápio dos alimentos ricos em vitaminas e minerais.
  • Controlar a quantidade de fibras ingeridas.
  • Os pacientes podem sofrer intolerâncias alimentares, como à lactose, ao álcool, ao café, aos frutos do mar ou às especiarias. Nestes casos estes alimentos devem ser evitados.

7. Algumas perguntas mais frequentes

A Associação Brasilera de Colite Ulcerativa e Doença de Crohn informa, em seu site, sobre as perguntas mais frequentes relacionadas à enfermidade, dentre elas:

1. O que são Ileíte, Retocolite e Colite? São doenças inflamatórias dos intestinos. A Colite Ulcerativa afeta o intestino grosso, a Retocolite acomete, também, o reto e a Ileíte (Doença de Crohn) afeta a parte final do intestino delgado (íleo), podendo atingir também o intestino grosso e outras partes do trato digestivo.

2. Qual a incidência das Doenças Inflamatórias Intestinais (DII)? No Brasil, esses dados são, ainda, desconhecidos, mas estima-se que existam mais de 2 milhões de pacientes de DII nos Estados Unidos. Apesar de a Doença de Crohn e a RCUI acometerem indivíduos de todas as idades, elas predominam em jovens, sendo quase todos os casos diagnosticados antes da idade dos 30 anos. Calcula-se que nos Estados Unidos pelo menos 200 mil crianças com menos de 16 anos sofram dessas doenças.

3. Essas doenças são hereditárias? Não há um gene específico que possa “transmitir” essas doenças. Por isso, não são consideradas genéticas. Mas sabemos que há tendência a se apresentar com mais frequência em membros de famílias em que já se registram casos dessas doenças.

4. Uma cirurgia pode curar a Doença de Crohn?

Não pois a doença não tem cura, mas a cirurgia, em alguns casos, é necessária quando o tratamento clínico é ineficiente no controle dos sintomas ou quando há uma complicação como a obstrução intestinal. A cirurgia pode melhorar muito os sintomas, mas não objetiva a cura da enfermidade cuja recidiva é muito frequente.

8. Como evitar a doença de Crohn? Prevenção

Como a sua causa é desconhecida, é difícil evitar esta doença. Mas alguns hábitos podem ajudar a não desenvolvê-la:

  • Evite fumar (como vimos a doença acomete mais fumadores)
  • Tenha uma vida saudável: pratique atividade física, coma de forma equilibrada, durma bem, evite o estresse.
  • Procure um médico assim que qualquer um dos sintomas aparecer, já que se trata de uma doença que acomete o sistema imunológico.

9. Resumindo

A doença de Crohn é uma doença inflamatória crônica do intestino que afeta todo o trato digestivo. Não tem cura, mas o tratamento pode ajudar a aliviar os sintomas. Um médico, após uma série de exames e da análise da história do paciente, diagnostica a doença, que pode durar anos ou a vida inteira do paciente.

Esta doença pode causar complicações fatais, por isso deve-se procurar um médico assim que se suspeitar de estar com problemas intestinais.

Estas informações não substituem uma visita médica pois cada caso é um caso e deve ser seguido de perto.

O intestino é um órgão muito importante, vital. Cuide dele.

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Gisella Meneguelli

É doutora em Estudos de Linguagem, já foi professora de português e espanhol, adora ler e escrever, interessa-se pela temática ambiental e, por isso, escreve para o greenMe desde 2015.


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