Zika vírus preocupa e autoridades têm que evitar um surto nacional


Após viver um surto inédito de casos de microcefalia provavelmente relacionado ao zika vírus, vários estados do Nordeste estão sofrendo há pelo menos três meses à espera dos larvicidas quem combatem o mosquito Aedes Aegypti, transmissor da dengue, da febre chykungunya e do zika. O inseticida, que é enviado pelo governo federal, é colocado em reservatórios de água para evitar o surgimento da larva que dá origem ao mosquito.

Este ano foram registrados no Nordeste 399 casos de microcefalia relacionados ao zika vírus. “É altamente provável que as duas coisas estejam ligadas”, disse o diretor do departamento de vigilância das doenças transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch.

Segundo o ministro da Saúde, Marcelo Castro, a situação vivida pelo país com com o aumento de casos de microcefalia é a “maior calamidade” epidemiológica que o país viveu nos últimos tempos. “Um drama de dimensões extraordinárias o que está acontecendo. O poder público e a sociedade têm que dar a resposta na mesma altura do drama”, disse em entrevista a jornalistas logo depois de declarar aberta a 15ª Conferência Nacional de Saúde (CNS).

Castro esteve nessa segunda-feira em Pernambuco, estado com maior registro de diagnósticos de microcefalia, para debater o Plano Estadual de Enfrentamento das Doenças Transmitidas pelo Aedes aegypti, mosquito que também é transmissor do vírus zica e causador de microcefalia no feto, nos casos de infecção em gestantes.

No Brasil, são 1.248 casos suspeitos, identificados em 311 municípios de 14 unidades da federação. Entre o total de casos, foram notificados sete óbitos. Os dados são do Boletim Epidemiológico de Microcefalia, atualizado nessa segunda-feira (31) pelo Ministério da Saúde.

A 15ª CNS vai reunir até sexta-feira (4) representantes de todos os estados para a formulação de diretrizes para o Plano Nacional de Saúde. O objetivo do encontro é discutir medidas para evitar que a infestação do mosquito Aedes aegypti se torne um problema ainda mais grave a partir de fevereiro de 2016, uma vez que os mapas epidemiológicos apontam que mais de 60% dos casos de dengue, doença transmitida pelo mesmo mosquito, são registrados entre fevereiro e abril.

Em 2015, o país registrou 1.534.932 casos de dengue, febre chikungunya e zika. “Precisamos fazer esse combate de imediato, agora e pelo mês de janeiro, destruindo os ovos e as larvas. Isso para, na época de aumentar a população do mosquito, não ter larva para ele se proliferar”, disse o ministro da Saúde. “Temos dois meses para destruir os criadouros.”

Para o combate mencionado pelo ministro, foi convocada uma força-tarefa com apoio do Exército e a realização de diversas campanhas publicitárias ocorrerão nos próximos 60 dias no Nordeste, região com o maior número de notificações de casos de microcefalia nos últimos meses, quase todos provavelmente com relação direta com o zika vírus.

O Ministério da Saúde decretou estado de emergência e solicitou reforços do Exército para que soldados entrem nos locais de foco de proliferação. Em reunião com prefeitos, os ministros da Saúde e da Integração Nacional, Gilberto Occhi, enfatizaram a importância da participação popular no combate contra o mosquito. Castro informou que está sendo desenvolvido um aplicativo para celulares que facilitará a denúncia sobre os focos do mosquito.

Depois do aumento de investigação e divulgação de dados relativos ao zika, pesquisadores afirmam que a forma de contágio do vírus não se dá somente pelo mosquito, mas, também, por relações sexuais, transfusão de sangue e transplante de órgãos, segundo o Instituto Evandro Chagas (IEC) de Belém.

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Fonte foto: bbc




Gisella Meneguelli

É doutora em Estudos de Linguagem, já foi professora de português e espanhol, adora ler e escrever, interessa-se pela temática ambiental e, por isso, escreve para o greenMe desde 2015.


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