Drogas lícitas x drogas ilícitas: quais fazem menos mal?


A questão das drogas é um assunto que está sempre em alta na sociedade brasileira. Depois da repercussão mundial que o ex-presidente do Uruguai José Mujica e a liberação da maconha, o diálogo sobre drogas ilícitas aumentou bastante. Por outro lado, o aumento no consumo de drogas classificadas como lícitas, como o álcool e o açúcar, não parece ocupar tanto o noticiário e a mente das pessoas como deveria. Ao menos é o que afirmam vários cientistas sobre os males que as drogas lícitas podem fazer em nosso organismo, maiores do de muitas drogas ilícitas.

Em debate promovido no último dia 12 de junho pela Defensoria Pública do Rio de Janeiro, sobre política de drogas, proibicionismo e seus efeitos, muitos cientistas defendem que drogas ilícitas fazem menos mal do que drogas lícitas, e citaram o álcool e o açúcar como exemplos. O professor de medicina da UFRJ, João Menezes, falou a respeito da proibição e criminalização de drogas, e as classificou como arbitrárias e hipócritas.

“Sou contra o sedentarismo, mas não acho que todo o sedentário deve ser preso. O mesmo vale para o usuário de drogas. Várias drogas lícitas matam tanto ou mais e ninguém vai preso por isso”. “Todos os animais correm atrás de substâncias psicoativas. Até o inseto. É natural. Criminalizar a droga é uma hipocrisia. Todos os trabalhos que justificam a proibição da maconha foram feitos a partir da proibição, não antes”, afirmou.

Francisco Neto da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) defende que os efeitos do álcool na sociedade são muito mais terríveis do que o crack.

Outro pesquisador da Fiocruz, Francisco Inácio Bastos, foi coordenador de uma pesquisa nacional sobre o crack em 2014 e lamenta o quão pouco se sabe sobre drogas ilícitas, pois o Estado não permite o estudo para fins acadêmicos. “É uma questão estigmatizada, sujeita à penas. Algumas pessoas acham que ao tratar desse tema correm risco pessoal. Então, a pesquisa acaba subestimando o uso”.

Os cientistas são unânimes na afirmação de que as leis antidrogas só servem para aumentar a população carcerária, e o que o assunto deveria ser tratado como de saúde pública e não criminal.

O defensor-geral do Rio de Janeiro, André Cruz, destacou que o aumento no número de prisões no estado está diretamente relacionado ao aumento de processos que tratam de drogas. “Tínhamos, em 2008, uma população carcerária de aproximadamente 25 mil pessoas. Atualmente são 43 mil. Praticamente dobrou, mas estamos mais seguros hoje? O número de processos relativos a tráfico de drogas aumentou vertiginosamente”, declarou.

Fato é que as pesquisas do mundo científico avançaram muito nos últimos anos e podem afirmar, com certeza, dos vários males do açúcar, do álcool, do cigarro e outras drogas lícitas, e sabem dizer com precisão dos efeitos negativos para nossa saúde que seu consumo pode propiciar.

Este é o pensamento da comunidade científica, muito diferente do pensamento dos que defendem a criminalização de drogas como a maconha, crack e outras.

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Fonte foto: freeimages.com




Redação greenMe

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