Sensor pode descobrir câncer antes dos primeiros sintomas


O Instituto Nacional do Câncer, INCA, revelou em 2014 que, atualmente, cerca de 576 mil novos casos de câncer surgem todos os anos no Brasil. Os tipos de câncer variam, mas o fato é que a doença continua progredindo no país, e a melhor forma de combatê-la continua sendo a prevenção. Quanto maior os cuidados e a velocidade no diagnóstico, melhores são as chances de conseguir uma cura. E neste aspecto a medicina brasileira deu um importante passo: uma cientista nascida em Brasília criou um sensor capaz de detectar o câncer antes do surgimento dos primeiros sintomas.

Priscila Kosaka, de 35 anos, é membro do Instituto de Microelectrônica de Madrid há seis anos, e desenvolveu o sensor depois de seis anos de estudo no laboratório espanhol. A técnica para encontrar o câncer dispensa biópsias e tem a capacidade de detectar a doença antes mesmo do aparecimento de quaisquer sintomas.  

O nanosensor utilizado tem uma sensibilidade 10 milhões de vezes maior do que os métodos tradicionais para detectar a presença, ou não, do câncer, em exames que precisam da coleta de sangue. A expectativa é de que a tecnologia esteja à disposição do mercado em até 10 anos no máximo, e também seja utilizada na prevenção de doenças como hepatites e Alzheimer.

Priscila acredita que novos estudos possam aprimorar o equipamento e torná-lo capaz de identificar o tipo específico que pertenceria uma amostra cancerígena. Há mais de cem tipos da doença registrados, sendo os mais comuns o de cólon, reto, pulmão, mama e próstata.

A cientista, contudo, afirma a necessidade de mais testes antes de disponibilizar o sensor para uso nos hospitais. Ela lembra também que precisa de fundos para continuar a pesquisa, pois gostaria que a técnica fosse de fácil acesso e ajudasse a população mundial, relata a pesquisadora diretamente da Bionanomechanics Lab.

Priscila Kosaka é bacharel em química pela Universidade de Brasília e doutora na mesma área pela UPS. Além do trabalho nos estudos do sensor, a cientista é responsável pelas atividades na funcionalização de superfícies do laboratório. Ela trabalha também na otimização de estratégias de imobilização de biomoléculas em microcantilevers para biosensing, atuando também no desenvolvimento de sistemas nanomecânicos e na combinação de nanotecnologias para o desenvolvimento de ferramentas de diagnóstico altamente sensíveis e específicos e é avaliadora e revisora de projetos europeus para a European Commission desde 2011.

Em relação aos benefícios práticos do sensor, uma das melhores é a possibilidade de realizar um diagnóstico precoce sem a necessidade de uma biópsia e outros meios mais invasivos aos pacientes. E também na detecção dos tipos de câncer, pois o câncer de mama e todos os outros, são apenas denominações para a opinião pública.

Na verdade existem vários grupos de câncer dentro de um só. Por exemplo, um câncer de próstata, ao ser diagnosticado, outros exames são feitos para descobrir a qual grupo este tipo de câncer pertence, e o sensor ajudaria em muito neste aspecto.

Isso sem falar na importância maior em ter o diagnóstico da doença apontado precocemente. Fator que fundamental para aumentar as chances de cura.

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Fonte foto: wikipedia.org




Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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