Canabidiol: de substância proibida a medicamento de uso controlado


Canabidiol! Se você nunca leu essa palavra antes, saiba que ela é uma daquelas que todos, de certa forma, conhecem, mesmo que não saibam. O canabidiol é uma substância presente na folha da maconha, nome científico Cannabis sativa, que é utilizado para tratamento de doenças neurológicas, de câncer e do mal de Parkinson, além de várias outras utilidades.

Evidentemente, você já leu muito sobre as questões envolvendo a legalização da maconha no todo, e também de suas substâncias, importantes para o tratamento médico de inúmeras doenças. Pois, finalmente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Anvisa, decidiu, no último dia 14 de fevereiro e por unanimidade, reclassificar o canabidiol de substância proibida para medicamento de uso controlado. A decisão foi tomada durante reunião da diretoria colegiada na sede da agência, em Brasília.

Sempre muito criticado na sociedade, os diretores da Anvisa ressaltaram que o canabidiol não está relacionado com nenhum caso de dependência relatado anteriormente, o que deve ajudar na questão da aceitação perante a sociedade, e que há também vários indícios registrados na literatura científica de que a canabidiol auxilia no tratamentos de muitas doenças, citando mais uma, a epilepsia grave.

É importante ressaltar que a substância já tem sido usada por muitas famílias que conseguiram de forma ilegal ou até se mudar para um país que aceite seu uso, devido a importância da medicação em alguns tratamentos. Com a reclassificação, a ilegalidade e as retiradas do país, irão desaparecer.

Mas não é somente por isso que a decisão da Anvisa empolga. Na comunidade científica existe a expectativa de que os estudos sejam ampliados, possibilitando novos medicamentos. É o que espera o neurocientista da Universidade de Brasília (UnB), Renato Malcher, além de considerar a decisão unânime uma vitória sobre as mentes mais conservadoras.

“Com a decisão da Anvisa, qualquer cientista pode simplesmente olhar um catálogo na internet e fazer a compra dele [do canabidiol] tendo que lidar apenas com a questão de taxa alfandegária e mais nada. Não precisa mais de uma autorização da Anvisa para poder lidar com uma substância proscrita”, finaliza Malcher.

O estudo da maconha e suas substâncias não é uma novidade no Brasil, muito pelo contrário. Pesquisas acontecem desde 1930, mas para verificar os males da maconha. Ao constatar alguns problemas, a maconha foi proibida, o que dificultou as pesquisas que verificaram propriedades medicinais na planta.

“Não é uma novidade que a maconha tenha poderes medicinais, mas todo embargo que foi feito sobre a ciência gerou uma represa, em escala mundial, que está vazando por todos os lados”, disse Malcher.

Lembrando que a liberação do canabidiol não significa a liberação da maconha e seus derivados, são coisas diferentes, mas a esperança é de que este seja o primeiro passo para uma discussão mais ampla sobre o tema: “A pesquisa hoje é muito prejudicada pelo próprio estigma e pela dificuldade de explorar essa área mais ampla, que é poder plantar, desenvolver plantas diferentes, extrair os óleos e testar as combinações”, segundo Malcher.

Sobre o canabidiol, a substância é utilizada para o tratamento de doenças como psicose, esquizofrenia, ansiedade, inflamações crônicas, esclerose, epilepsia e até mesmo câncer, dado que algumas substâncias têm o poder de evitar a proliferação de células doentes.

O uso da planta cannabis sativa poderia ser aplicada a diversas áreas da agricultura à geração de energia como você poderá ver abaixo:

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Fonte foto: freeimages.com




Redação greenMe

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