Diga não ao excesso de lição de casa para as crianças: é contraproducente e prejudicial


Parece uma boa ideia fazer com que as crianças tenham muitas atividades escolares, afinal de contas elas estão aprendendo e todo mundo concorda que escola é um espaço essencial na vida delas. Porém o excesso pode ser nocivo, principalmente no que diz respeito à saúde emocional.

Um estudo realizado pela Universidade de Oviedo, na Espanha, avaliou a influência da lição de casa na performance das crianças, concluindo, entre outras coisas, sobre o tempo de duração do dever de casa que deve considerar a idade da criança, sugerindo multiplicar o ano escolar em que a criança está por 10 minutos de lição. E mesmo assim, os benefícios da lição de casa somente são percebidos quando as crianças são relativamente autônomas.

Um outro estudo da mesma universidade avaliou 7.725 alunos espanhóis, com média de 13 anos. Publicado no Journal of Educational Psychology, da Associação Americana de Psicologia, a pesquisa mostrou algo que muitos pais já desconfiavam: deveres de casa com mais de 1 hora de duração podem trazer mais malefícios do que benefícios para as crianças. O ideal, segundo este estudo, é que a lição de casa para adolescentes tenha até 1 hora de duração, no máximo!

Hora do terror

Não é incomum que o momento de fazer lição de casa vire um verdadeiro terror na vida de muitas mães e pais. Isso porque as crianças tendem a ficar estressadas, se recusam a fazer o dever, e o resultado é que essa hora passa a ser temida por todos.

Segundo a psicopedagoga e colunista da revista Pais e Filhos, Betty Monteiro, o dever de casa serve como forma de pesquisa e exercício de fixação, mas não faz sentido quando feito em excesso. A criança acaba aprendendo a odiar a escola. Além disso, muitos pais só encontram os filhos à noite, quando chegam do trabalho e esse tempo longe pode ser sentido pela criança. Uma das formas de conseguir atenção, nesse caso é, por exemplo, recusar-se a fazer o dever de casa.

O direito de ser criança

É importante que os pais lembrem que o tempo das crianças é diferente, e o excesso de atividades pode deixá-las estressadas e tirar delas o direito de brincar, algo tão essencial na infância.

Os pais pensam tanto no futuro que não vivem o presente do filho. Primeiro, os pais têm de saber que a criança não tem o mesmo ritmo que o deles. Ela precisa de um lugar de paz e harmonia para poder crescer”, resumiu a psicopedagoga para o Tribunaonline.

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Cintia Ferreira

Paulistana formada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro, tem o blog Mamãe me Cria e escreve para greenMe desde 2017.


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