Uso excessivo de produtos de beleza na infância: Entenda os riscos e os motivos para não estimular esse consumo 


É uma cena que já entrou no imaginário popular: a menina do alto dos seus 3 anos pega a roupa das mães no guarda-roupa, arruma o cabelo de modo meio desordenado e enche o rosto de batom. É uma cena fofa e faz parte do universo infantil essa “imitação” da vida adulta. No entanto, é cada vez mais comum que cenas como essa deixem de ser exceções pitorescas na rotina para se tornarem hábitos infantis enraizados. Mas será que faz bem para as crianças usarem tanta maquiagem e produtos de beleza? O que isso pode causar no desenvolvimento emocional delas?

Brasil, campeão de vendas de produtos infantis de higiene e beleza

Antes de responder essas questões, um dado importante: o Brasil está no ranking mundial de países que mais vendem produtos infantis de higiene e beleza, ocupando o 3º lugar. Segundo dados da Euromonitor, são mais de 5.5 bilhões de dólares em vendas.

Atualmente, existem inúmeras influenciadoras mirins fazendo publicidade de produtos para crianças nas principais redes sociais. Muitas vezes, isso é suficiente para que as meninas se encantem com o universo de produtos de beleza, como esmaltes, batons e maquiagens. Muitas marcas utilizam o lúdico como forma de atrair ainda mais a atenção da criançada. No entanto, é importante ter cautela. Por trás do uso indiscriminado de produtos de beleza tem mais danos à infância do que benefícios envolvidos.

Adultização e outros riscos

Crianças são seres influenciáveis, e isso é um fato. Além disso, elas não têm discernimento suficiente e pensamento crítico para tudo que a publicidade oferece para elas todos os dias. Não à toa, propagandas voltadas para crianças são proibidas, desde 1990, no Brasil. Entre os principais riscos emocionais de expor crianças a muita maquiagem e produtos de beleza, em geral, é o risco da adultização. Uma menina que precisa utilizar batom para sair está tendo acesso precoce a toda pressão estética e padrões de perfeição que a sociedade impõe a todas as mulheres e isso pode impactar, inclusive, na construção da autoestima.

Além dos riscos emocionais, o uso de produtos na pele infantil precisa ser criterioso. Segundo a ANVISA, antes dos 3 anos, as crianças não devem usar maquiagem, pois nessa idade a pele das crianças é mais fina e tem maior propensão a alergias e infecções. Mesmo em faixas etárias acima dos 3 é preciso cuidado. O organismo das crianças absorve os produtos com mais facilidade e há um maior risco de alergias, irritações, coceira, vermelhidão e ressecamento.

Existem algum estudos que mostram que substâncias como conservantes, fragrâncias e filtros solares encontradas em cosméticos podem prejudicar à saúde das crianças, impactando no sistema hormonal ou gerando toxicidade neurológica.

Deixe as crianças serem crianças

Vale lembrar: não precisa proibir que a criança use um batom ou um esmalte. Mas é preciso que isso seja feito em um contexto de brincadeira e apenas ocasionalmente. Todos os produtos para criança precisam ser hipoalergênicos, sem perfume e voltados para a pele infantil. Prefira sempre tons claros e preste atenção se o uso de tais itens não está gerando uma ansiedade quanto à aparência.

Caso isso ocorra, é melhor evitar a utilização. Crianças precisam ser crianças. Deixe o mundo dos adultos para quando elas já estiverem nele.

Fontes:

  1. lunetas.com.br
  2. Veja
  3. Minha Vida

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Cintia Ferreira

Paulistana formada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro, tem o blog Mamãe me Cria e escreve para greenMe desde 2017.


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