A balbúrdia das universidades federais quando o assunto é meio ambiente


No final de abril deste ano, a declaração do ministro da Educação de que cortaria verbas das universidades públicas por promoverem “balbúrdia” provocou diversas reações. Nas redes sociais, multiplicaram-se os compartilhamentos de notícias sobre ações realizadas nas instituições de ensino superior com impacto direto na vida da população. Elas se referem às mais diversas áreas, como saúde e educação, cultura.

Duas notícias recentes evidenciam a importância das universidades também quando o assunto é meio ambiente e sustentabilidade. Uma delas é justamente sobre a Universidade Federal Fluminense, uma das três instituições citadas por Abrahan Weintraub na ocasião. Segundo informações publicadas pelo jornal O Globo, a cidade de Niterói ganhará um Centro de Referência em Sustentabilidade Urbana (Cersu), administrado em consórcio entre a Prefeitura da cidade e a Uff.

A previsão é de que o processo de licitação para as obras do Cersu, previsto para começar em agosto, seja concluído em dois meses. O projeto inclui a construção de dois prédios no vale do Jacaré, no Parque Estadual da Serra da tiririca, que contarão com iluminação e ventilação naturais, reuso de água e geração de energia solar. As instalações abrigarão duas equipes de médicos de família e cursos de tecnologias verdes ministrados pela Uff, que contará com um Centro de Pesquisa e Extensão no local.

A feira orgânica da UFJF

Já a Universidade Federal de Juiz de Fora publicou no Dia do Trabalhador Rural uma matéria sobre a Feira Orgânica que acontece toda segunda-feira, das 16h às 19h, em seu campus principal.

A iniciativa é promovida pela  Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares (Intecoop), um programa de extensão da universidade que reúne a comunidade acadêmica, trabalhadores de Juiz de Fora e produtores rurais de cidades vizinhas. A proposta é oferecer alimentos sem agrotóxico à população, bem como a oportunidade de aproximar produtores e consumidores.

A publicação da UFJF conta também um pouco da história desses produtores e sobre a decisão de alguns deles de abandonar o uso de agrotóxicos para se dedicarem ao cultivo de orgânicos. Além disso, a universidade aproveitou a ocasião para lembrar dos riscos dos agrotóxicos para a saúde:

“O Relatório Nacional de Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Agrotóxicos, de 2018, aponta que a maior parte da população brasileira está exposta à contaminação de agrotóxicos e isso já se tornou um problema de saúde pública. Dentre os riscos  dos agrotóxicos à saúde humana, segundo o Ministério da Saúde, estão: desregulação hormonal, impotência, infertilidade, câncer e distúrbios cognitivos e comportamentais”.

Por outro lado, o texto ressaltou os benefícios do cultivo e consumo de alimentos orgânicos:

“O cultivo orgânico e agroecológico produz alimentos de fato saudáveis, respeita a natureza e contribui para a melhoria das condições sociais dos trabalhadores rurais, que passam a ter mais autonomia”.

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Gisele Maia

Jornalista e mestre em Ciência da Religião. Tem 18 anos de experiência em produção de conteúdo multimídia. Coordenou diversos projetos de Educação, Meio Ambiente e Divulgação Científica.


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