Estados Unidos respondem à Síria e a situação preocupa cada vez mais


Anteontem mesmo a Folha de São Paulo noticiou a “mudança” de opinião do presidente norte-americano recém-eleito, Donald Trump, com relação ao ditador sírio Bashar al-Assad depois de ter atacado a cidade de Idlib com armas químicas.

A matéria mostrava a embaixadora norte-americana na ONU, Nikki Haley, segurando fotos terríveis de crianças depois do ataque. “Não estou dizendo que faremos algo de um jeito ou de outro, mas certamente não contarei a vocês”, disse Donald Trump que decidiu logo por dar uma “resposta” ao que julgou inaceitável, convidando “todos os países civilizados a contribuir para por fim ao conflito sírio”.

A promessa era mesmo a de agir se a ONU hesitasse.

“É inegável que a Síria tenha utilizado armas químicas, violando a convenção sobre o uso de armas químicas e ignorando as advertências do Conselho de Segurança da ONU” – explicou Trump – “Assad acabou com a vida de homens, mulheres e crianças inocentes” – continuou – “e para muitos foi uma morte lenta e brutal. Até recém-nascidos foram cruelmente assassinados neste bárbaro ataque”.

Foi com estes argumentos que os Estados Unidos atacaram a base aérea síria Sharat na madrugada de hoje (7), deixando, ao que se sabe no momento, quatro militares mortos, segundo informou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH)

Situação muito preocupante

Como disse o papa Francisco, o mundo está em guerra porque perdeu a paz, referindo-se aos ataques terroristas no verão europeu do ano passado, mas hoje o que preocupa ainda mais é que o mundo está em guerra porque estão lançando mísseis contra armas químicas. Neste jogo – o qual, a meu ver, por mais que possamos investigar, nada podemos saber pois são de interesses que sequer podemos sonhar com nossas mentes de reles mortais – jogam, pelo menos, duas potências bélicas que podem acabar com tudo em um piscar de olhos: Estados Unidos e Rússia.

O presidente russo Vladimir Putin condenou o ataque norte-americano: “agressão contra um estado soberano”, baseado “em pretextos inventados”, como informou o Kremlin hoje, sexta-feira, através de agências russas.

A ação norte-americana teria abalado as relações, já frágeis, entre os dois países armados até os dentes. O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, disse que “esta ação não nos aproxima do nosso objetivo final de combater o terrorismo internacional, pelo contrário, nos cria sérios obstáculos para a constituição de uma coalizão internacional para lutar contra” o terrorismo. Para os russos, a Síria não dispõe de mais de armas químicas e o ataque norte-americano seria uma ação de desvio de atenção das vítimas no Iraque.

Marketing?

Para o filósofo colunista da Folha de São Paulo Hélio Schwartsman, a ação de Trump pareceu ser uma jogada de marketing. Seria pouco provável, na sua opinião, que o presidente norte-americano estivesse realmente disposto a por fim à guerra na Síria. A questão ali seria mais diplomática do que bélica mas, como saber quando em jogo giram tantos interesses, dinheiro e acordos militares?

Denunciar o ataque e a guerra na Síria e em qualquer outro país, sim; condenar o uso de armas químicas e se chocar com a situação (principalmente um vídeo que circula nas redes sociais) também; repudiar o terrorismo e desejar o fim de tudo isso… é o nosso mínimo esperável. Mas, antes de aplaudir a ação de Trump vamos pensar e esperar que os nervos se acalmem pois, realmente estamos falando de guerra.

Um horror, enfim.

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Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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